Explicações

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Eu a encontrei perto do Grande Campo.  Sentada ao pé de uma árvore.

Não sabia seu nome, apenas a conhecia como Serva do Ramon.

--Você está bem?

Ela levantou assustada ao ouvir minha voz.

--Não.  --Ela sussurrou e abraçou as pernas em posição fetal.

Sentei ao seu lado.

--Você não é deste mundo é? 

Ela negou com a cabeça. 

--Como veio pra cá?

--Eu não sei... --Ela respondeu.  --Não me lembro direito. Estava com uma amiga numa loja de fantasias quando...

-- Fantasias...?

Ela me olhou confusa. 

--Não sabe o que é uma fantasia?

Neguei.

--É uma roupa que não é sobre você.  Quando se disfarça ou imita alguém está se fantasiando.

--Por que fazem isso?

--É pra diversão... eu estava comprando uma fantasia com uma amiga. De repente tudo tremeu...  fui sugada pelo espelho.

--Estranho... nunca houve casos de invocação de humanos. Você é a primeira.

--Que parada é essa de invocação? Vocês são demônios?

Não pude evitar e ri.

--Não, não. Haha. Somos magos.

--Magos? Não existe isso.

Para mostrar a ela fiz uma pequena bola de terra em minhas mãos.  Ela ficou em choque. 

--Todos os alunos desta escola são magos.  --Comecei a explicar apagando a bola em minha mão. -- Cada um esta ligado com algum elemento da terra. Esta academia é voltada para nos ensinar a usar nossos poderes para o bem. Cada mago precisa de um servo. A invocação desses servos acontece no último ano escolar deles. 

Fanindra saiu de dentro de meu casaco e a mostrei para serva.

--Uma... Cobra...?

Ela não parecia assustada.

--Essa é Fanindra. Eu a invoquei. Ela passará a vida comigo.  Me ajudando.

--Como uma cobra vai lhe ajudar?

--Posso usar magia pra mudar seu veneno. Por exemplo, posso fazer com que seja um sonífero ou ate uma poção do amor.

--Então sou a serva daquele arrogante?

Sorri. 

--Aquele "arrogante" Se chama Ramon Lunit. Ele é o primogênito do Rei...

--Rei do... fogo? --Ela disse.

--Como sabe?

--Quando fui tirar essa fantasia senti isso no bolso.

Ela tirou um colar do bolso e me entregou.  Assim que vi o medalhão soube o que era.

--A cruz de Lunit... É o símbolo da família Real. Como encontrou? Esta perdido há anos...

--Como eu disse. Estava no bolso. Assim que li o que estava escrito o chão sumiu e fui sugada pelo espelho...

Parecia loucura. 

Então é mesmo serva do Príncipe. 

--Bom... Não há nada a fazer. Ele a invocou.

Levantei do chão e estendi a mão pra ela levantar. Fanindra subiu por meu braço e ficou no meu ombro.

A garota pegou o colar mas quando ia coloca - lo no bolso eu a impedi e peguei da sua mão. 

--Não... O lugar dele é aqui. -- Coloquei o cordão envolta de seu pescoço.

Ela não disse nada,apenas me olhou. 

--Vamos. Vou te levar para seu mestre. A propósito, sou Morgana.

Ela sorriu. Parecia uma criança perdida.

--Cecília.

--Prazer em conhecê-la.

Enquanto andávamos em silêncio até o quarto de Ramon eu tentava descobrir o quão ela estaria indiretamente envolvida na guerra que estava apenas começando.  E até quando ela aguentaria ficar aqui.

Amor entre mundos (Readaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora