Amor entre mundos (Readaptação)

Mais problemas

Aquela semana longe da Academia foi a mais estressante de todas, mesmo tento Cecília perto de mim... Não consegui descansar.

Ivy foi pra casa, deve estar resolvendo algum problema. Ethan, por outro lado ficou a semana inteira em Linut. Ele e meus irmãos ficaram tirando o pouco de atenção que eu tinha de Cecília, que por sinal passou a maior parte do tempo na biblioteca.

Mas enfim aquela semana tinha acabado e estávamos os seis: Eu, Ceci, Ethan, Agnes, Justin e Ruan, voltando pra Diond.

Era de madrugada quando saímos, então todos estavam com sono. Menos Cecília. Ela passou a viagem toda olhando o céu pela pequena janela da carruagem. Como se esperasse algo...

Desde que voltou de Garth ela está estranha, mais quieta, sonhadora...

O que tinha acontecido em Garth? O que aquele dragão tinha feito?

Não demorou para chegarmos à Academia, que mesmo sendo tão cedo estava lotado de alunos. Estava começando mais um período.

- Até mais. - Me despedi de meus irmãos e segui para sala com Cecília e Ethan. Ela andava afastada, como se não quisesse conversar.

- Ceci?

- Hm? - Ela parecia no mundo da lua.

- Eu...

- Ceci! - Gritos me interromperam.

Pela primeira vez na última semana vi Cecília abrir um sorriso verdadeiro.

- Morgana! Eliza! - Ela correu para abraçá - las. Desde quando ela e Eliza tinham se tornado amigas?

Junto com elas estavam Benito, Michael e os gêmeos. Benito pareceu surpreso quando viu Cecília comigo.

- Ra-mon! - Senti alguém pular em minhas costas. Quem seria?

Eles me olharam e vi o olhar de Cecília congelar. Ethan me olhava preocupado, como se algo fosse errado.

Olhei pelo canto do olho e tomei um susto ao ver Ivy com o nosso uniforme; o cabelo castanho preso em um rabos de cavalo alto.

- Ivy... O que faz aqui?

- Isso é jeito de falar com sua noiva? - Ela fez biquinho.

- NOIVA?! - O grito uníssono de todos era estridente. Ethan explicava em sussurros o que havia acontecido e Cecília... Ela só me olhava, séria.

- Hã? Essa não é sua Serva?

Ivy pulou de minhas costas e se aproximou de Ceci. O que ela vai fazer?

- Você é a serva mais fofa do mundo! - Ivy dava pulinhos.

A reação de Ceci me chocou. Pensei que ela sorriria e fingiria estar feliz com o elogio.. Mas ela deu as costas pra Ivy e subiu o lance de escadas que levava pro quarto.

Ceci...

- Falei algo errado?

- Eu vou falar com ela e...

- Não. Eu sou seu mestre, eu tenho que falar com ela. - Interrompi Eliza.
- Vou com você. - Ivy me seguiu pelas degraus.

- Você fica. Isso é um assunto servo e mestre.

- Mas, Ramon! Sou sua esposa e...

- Ainda não casamos, Ivy.

Ela não disse mais nada, se disse não escutei. Já estava subindo as escadas.

- Cecília? - Dei três batidas na porta antes de entrar.

Ela estava sentada no parapeito da janela aberta.

- Ceci...

Me aproximei devagar.

- Tudo bem?

- Sim. - Sua resposta foi rápida.

- Tem certeza? É que agora a pouco você parecia irritada.

- Estou bem.

- Cecília, sei que tem algo errado, mas não precisava ignorá-la.

- Desculpa ter ignorado sua noiva tá legal? - Ela parecia irritada. Muito irritada. - Mas não sou obrigada a fazer isso.

- Não precisa agradar, apenas ser gentil. Se não quiser, apenas finja. - Eu estava me estressando por algum motivo.

- Não. Se eu não quiser fazer eu não faço. Ela é tão ridícula, como vai casar com uma garota tão...

Perdi o controle e dei-lhe um tapa.

- Ela é minha noiva. Vai ter que respeitá-la querendo ou não. Você é minha serva, uma mera humana. Comporte-se como tal.

Dito isso eu saí. Meus passos pesados ecoavam pelo corredor vazio.

Ivy me esperava na escada.

- Tudo bem? Parece chateado.

- Estou bem. - Garanti a ela. - Vamos para a sala.

Dei - lhe a mão e segui para a sala. Passei por meus amigos mas não olhei no rosto de nenhum.

Com o passar do tempo a raiva foi passando e o arrependimento foi vindo. Por que eu a bati?

Fingi não escutar quando Ivy me chamou, fingi não ver meus amigos entrando na sala, fingi que não tinha feito aquilo com Ceci. Por um momento até acreditei... Mas o ardor em minha mão me provava o contrário.