Amor entre mundos (Readaptação)

Começo da Guerra

— Por  que fez isso?? — Perguntei.

Eliza estava ajoelhada no chão, chorando.

Estávamos na sala quando escutamos o piano. Todos se olharam. Nunca mais tínhamos ouvido. Desde que a professora de música morreu. A mãe de Eliza.

Foi nessa época que eu a conheci. Essa sala sempre estava lotada de gente. Todos admiravam a professora Lay. Os olhos vermelhos de Eliza vieram dela. Todos a amavam.

Eliza sempre estava com a mãe. Sempre do lado dela no piano, mas não importava o quanto Tia Lay tentasse. Não conseguia ensinar Eliza a tocar. Na verdade, ninguém além da Tia Lay sabia tocar.

Tia Lay morreu há três anos. Quando a guerra do reino estourou. Eliza nunca superou.

- Por que fez isso? - Perguntei, com mais calma.

- Ela... estava tocando... - Eliza soluçava. - A música da mamãe...

- Precisamos encontrá-la. - Ethan disse.

-Stefan já foi atrás dela junto com os gêmeos. Eles vão trazê-la de volta.

Quando ouvimos o piano, todos olharam para Eliza. Ela ficou perplexa e depois correu.
Fomos atrás dela. Assim que entramos na sala vimos Eliza em pé, em fúria. Gritava coisas terríveis para Cecília, que por sua vez estava no chão, machucada e atônita.
Depois que ela saiu correndo feito louca demorou alguns minutos até que Ramon e os Gêmeos fossem atrás dela. Eu, Michael e Benito ficamos com Eliza. Ela não parava de chorar.
- Fanindra. - Sussurrei.
Minha pequena serpente de olhos dourados subiu por meu braço e se enrolou em meu ombro.

-Sonífero.

Fanindra foi rápida, e antes que Benito questionasse, já havia mordido Eliza e Marie. Mestre e serva caíram em sono profundo.

- Levem-nas para o quarto.
Michael pegou Eliza no colo, e Benito pegou Marie.

Foi aí que notei que faltava alguém.

-Onde está Ethan?

-Não vi se ele veio conosco. -Michael disse.
Onde ele estaria?

-Vou ajudar os outros. Depois que fizerem o que pedi, me encontrem no Campo. Há uma chance dela estar por lá.

Virei as costas e comecei a andar mas parei quando senti alguém tocar meu braço.

Quando olhei para trás meu olhar cruzou com os lindos olhos negros de Benito. Senti minhas bochechas corarem.
-Cuidado. Meu pai disse que os Soldados do Norte estão tentado invadir a Academia e sequestrar magos pro seu exército. Por favor... tenha cuidado.

Seu olhar demostrava mesmo preocupação.

Meu coração batia forte. Por que toda vez que Benito se aproximava eu ficava assim?

Assenti com a cabeça e virei-lhe as costas antes que visse o quão nervosa ficava com suas presença.

- Vamos Fanindra.

Minha pequena serpente foi novamente para meu ombro, onde adorava ficar.

Desci as escadas e fui para o bloco Norte, era o mais próximo do campo. Eu tinha quase certeza que ela estaria lá.

Corri o mais rápido que pude, algo me dizia para me apressar.

Estava quase chegando quando senti Fanindra tensa em meu ombro.

- O que foi garota?

Com velocidade e silêncio ela deslizou por meu corpo até chegar no chão. Estava em posição de ataque.