Válvula de escape

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- Não acredito que tenha deixado Cecília sozinha! - Escutei Ruan dizer pela milésima vez desde que entramos na carruagem. Eu já estava sem paciência.

- Quer ficar quieto? A serva é minha e eu faço o que quiser.

Mamãe me olhou preocupada. Papai não havia pronunciado nenhuma palavra desce que saímos da academia está manhã. E já havia se passado uma hora.

Agnes e Justin se entre olhavam a cada palavra dita por mim; e Ruan... ele só reclamava. Quando ele havia se tornado protetor de Cecília?

Sim. Eu a deixei sozinha. O motivo? Bom... O que eu vim fazer aqui não requer a presença dela.

A coruja de mamãe, Luna pousou na pequena janela da carruagem. Em suas garras, um recado. Mamãe o pegou e leu rapidamente. Sua expressão não era boa.

- Algum problema, mamãe?

- Temos visitas.

Papai me olhou pelo canto de olho. Nós sabíamos quem era. Eu não estaria aqui se não fosse pela presença deles.

Não demorou bem mais que dez minutos para chegarmos em casa. Assim que a carruagem parou, meus irmãos desceram com pressa; Ruan me encarou antes de descer, eu via uma ameaça naquele olhar.

Desci logo atrás dele e ajudei mamãe.

- Querido... - Começou... - Vá para seu quarto. Não precisa fazer isso, eu e seu pai vamos dar um jeito.

Ela entrou rapidamente no castelo, papai a seguia com a mesma pressa. Não importava, eu já tinha tomado minha decisão.

- Mano? - Reconheci a voz de Agnes mesmo sem olhar para trás.

- Agnes, estou com pressa e...

- O Dragão vai roubá-la de você.

- Roubar quem? - Perguntei, virando - me para ela.

- Aquela que você ama.

Quem eu amo...?

Quis perguntar o que significava aquilo, mas ela já tinha ido.

Seria mais um sonho da profetiza? Ou apenas uma forma de me fazer mudar de idéia?

Não importa o que era. Eu não voltaria atrás.

Ao longo do caminho vi várias carruagens e servos do Rei Fraga, reino vizinho nosso. Adolfo Fraga era um terrível inimigo do Rei Hugh, o mesmo que estava ameaçando invadir as quatro academias.

Continuei andando até ouvir vozes no saguão. Era mamãe.

- Lamento Alteza, mas meu filho não poderá ajudá-lo. Sinto muito mesmo. - Ela dizia. - Ele não acei...

Droga... Tinha que correr!

- Eu aceito. - Gritei enquanto empurrava as pesadas portas de madeira.

Todos olharam pra mim. Uau... Tinha mais pessoas do que eu esperava. Meu pai se sentava na ponta da mesa, ao seu lado mamãe; na outra ponta o Rei Fraga; ao seu lado sua esposa, Julia Fraga e seus quatro filhos: Otávio de 7 anos, Lorena de 14, Ivy de 16 e Thiago de 17.

- Eu aceito me casar com sua filha, Alteza.

A expressão de mamãe era de surpresa; de papai era confusão; já da família Fraga era uma completa alegria, menos de Thiago, que não ia com minha cara.

Me aproximei da mesa e fiz uma reverência.

- Perdão por assustá-los. - Pedi. - Já tomei minha decisão.

Amor entre mundos (Readaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora