A meia noite se aproximava, e junto com ela, a hora do BOS. Sunoo queria que um meteoro caísse do céu e pousasse em sua cabeça, o esmagando ali mesmo, porém o universo não queria contribuir consigo.
O garotinho estava emburrado no sofá da sala com suas duas pernas cruzadas enquanto estalava incessantemente seus dedos, tentando novamente afastar a angústia que já estava o consumindo, até que Hanse chegou, agora com sua camisa preta de hoje mais cedo completamente aberta e algumas marcas por sua clavícula e pescoço. Nada de novo sob o sol.
Hanse estava radiante, um verdadeiro solzinho, com muita tinta preta e pecinhas metálicas cobrindo seu corpo, porém um solzinho. O Do logo foi até o garotinho emburrado, o abraçando de lado e oferecendo a garrafinha de vodka de limão que estava tomando, e o Kim aceitou-a de primeira, tomando um longo gole da bebida e choramingando o quanto o universo era um grande filho da puta no ombro do mais velho. Hanse riu com a birra do Kim e resolveu deixar o garotinho ficar com a garrafa e afogar suas frustrações ali. Não faria diferença se Hanse bebesse uma garrafa á mais ou uma garrafa á menos, o Do era tão acostumado com o álcool em seu sangue que nem se alterava mais.
— Então, pequeno gafanhoto, o que te aflinge tanto? — Hanse perguntou enquanto enrolava uma das mechas platinadas de Sunoo entre seus dedos.
— O seu irmão e a porra do BOS. Hanse, sério, eu te imploro, pede pro seu avô me liberar disso, eu não aguento mais! Como você conseguiu pro Heesung e não pode conseguir pra mim? Eu pago o que tiver que pagar pra me livrar disso! — Sunoo estava quase chorando de raiva, queria quebrar aquela garrafa de vidro na própria cabeça.
— Não é tão fácil assim, meu anjo. Porém, o que aconteceu com Niki? —O Do retirou a garrafa da mão de Sunoo e deixou-a do lado do sofá, há uma distância segura.
— Jay quis se vingar de mim em um desafio ontem, porém eu gostei mais do que deveria desse desafio. Eu quero morrer . — O Kim se deitou em posição fetal no colo de Hanse, pegando uma almofada e abraçando-a enquanto choramingava.
— Não irei nem pedir detalhes de como esse desafio foi, prezo pela minha integridade. Você sabe que conselhos amorosos não são o meu forte, muito menos relacionados ao meu irmão, mas como eu sempre suspeitei, isso tudo era fogo reprimido então. Seu ódio gratuito tinha que acabar um dia, neném.
— Mas eu não quero que seja agora, Han. Eu tenho o total de zeronconfiança no seu irmão também, ele é o tipo de garoto que faz você querer morrer e se render aos pés dele em um piscar de olhos, além de ser irritante pra porra. — O garoto recebeu um leve carinho em seu cabelo por parte do mais velho, que silenciosamente concordou consigo.
— Niki pode não ser tão ruim o quanto você pensa, é só você se aprofundar mais em conhecê-lo verdadeiramente e parar de armar toda essa imagem que cultivou nesse tempo.
— Como você disse, eu cultivei essa imagem dele por anos, não será fácil extinguir ela desde jeito. E ele pode ser até pior, aliás, porque estamos conversando sobre sentimentos sendo que eu realmente só queria um replay de ontem mas sem toda aquela plateia?— Sunoo mordiscou o lábio inferior em aflição, sabia que estava tentando se enganar .— Aliás, se for de família ter pegada boa, caso você termine com o Heesung algum dia, saiba que eu tô aqui, tá bom? — O garoto comentou, logo podendo ouvir a risada escandalosa do mais velho em conjunto com um tapa não tão forte em seu braço.— Que foi, meu anjo? Tem que garantir a janta .
— Garoto, eu te vi crescer, toma vergonha. — Hanse disse enquanto prendia seus fios longos com um elástico, ainda rindo.
— São só 6 anos de diferença, idoso. Se bem que ficaria tudo mais interessante, você é rico e mais velho, seria um ótimo sugar daddy.— O Kim levou o dedo indicador até o queixo, fingindo pensar.
— Eu juro que se existe alguém mais se vergonha que você, eu desconheço. Onde aprendeu a ser assim, garoto?
— Você me viu crescer e não sabe a resposta, irônico, não? — Sunoo desviou de mais um tapa do Do, rindo e se encolhendo no canto do sofá.
— Está na hora, Kim . — O sorriso de Sunoo sumiu assim que ele avistou Niki o chamando, porém o garoto logo de levantou e o seguiu escada acima, olhando de relance para Hanse com um biquinho chateado.
A casa toda estava silenciosa , e como Minji e Takara estavam em qualquer outro quarto, ele e Riki iriam pra o que Minji dividia com Niki. Ao entrarem no quarto, Riki trancou a porta e encarou a maçaneta por alguns segundos enquanto ainda a segurava, não demorando muito em se virar e empurrar Sunoo contra a parede, agarrando sua cintura com força e selando seus lábios com urgência. Sunoo demorou alguns milésimos de segundos para assimilar tudo, e poderia muito bem empurrar o mais alto para longe naquele mesmo segundo, porém o Kim apenas correspondeu na mesma intensidade que o outro, afundando seus dedos entre os fios azuis do japonês e dando total liberdade para a língua do mesmo em sua boca.
Sunoo queria isso, queria muito, mas seu orgulho não o deixaria pedir, e se Niki não tivesse o beijado sem aviso prévio isso não aconteceria nunca. Suas línguas se tocavam em perfeita sincronia, seus lábios se encaixavam perfeitamente e as respirações eram descompassadas. As mãos de Niki seguravam a cintura do menor com força, como se a qualquer momento ele fosse fugir — e isso era uma possibilidade latente — e as de Sunoo fincavam as unhas sem tanta força no ombro desnudo pela camisa de gola larga que o mesmo usava como resposta para cada vez que Riki mordiscava seus lábios e os sugava com força, apreciando o gostinho de cereja que tinham. Quando todo o oxigênio que ainda tinham em seus pulmões estava a um passo de se extinguir, os dois se separaram, encostando as testas uma na outra enquanto esperavam o ar voltar.
Após já ter normalizado mais ou menos seu estado, Sunoo disse:
— É feio ouvir a conversa dos outros, Nishimura
— E é mais feio ainda mentir para si próprio e querer o namorado do amiguinho.
— Você está falando do Hanse ou de si próprio? Se for do Hanse, cala essa boca e não diz nada pro Hee, ele vai me fatiar. Se for de você, meu orgulho me tem um preço altíssimo.
— Eu só não contarei ao Heesung por saber que era brincadeira, mas com Jay não foi, e se Jungwon já não está em perfeita harmonia com você, imagine se ele souber, Sun. Tudo tem um preço, e nesse momento, nós temos exatos 17 minutos. Você sabe o que eu quero, e principalmente, o que você quer.
Após olhar o relógio no alto da parede e confirmar isso, Sunoo não perdeu tempo em empurrar o japonês na cama e subir em seu colo, colando seus lábios novamente e sorrindo mínimo quando Niki puxou suas pernas para si, prendendo-as ao redor de seu quadril e abraçou sua cintura antes de se virar, deixando o menor por baixo. O Japonês os separou e mordeu sua mandíbula suavemente, descendo beijos por seu pescoço e ombro, sem se preocupar se ficariam marcas depois, parando apenas para remover a blusa branca. Sunoo viu isso como uma brecha para poder subir no colo do mais alto novamente, começando a se mover sem pressa contra o quadril do garoto.
Niki apertou sua cintura e segurou sua nuca, tomando seus lábios novamente. O Nishimura estava oficialmente viciado naquele gostinho refrescante de cereja; era bom, muito bom, mas melhor ainda era o Kim rebolando em si e deslizando a língua com aquele piercing por sua derme, a sensação gélida do metal contra sua pele quente literalmente lhe enlouquecia.
★彡
Horas depois, todos na casa haviam dormido. Ou melhor, quase todos. Sunoo não conseguia pregar os olhos, por maior que seu sono fosse, ele continuava acordado feito um parasita, sem conseguir descansar pela sensação inquieta em seu peito, e ele sabia o que significava. Eles iriam voltar, o mais breve o possível, e ele deveria se preocupar com isso. Durante grande parte de madrugada foi assim, com o Kim se revirando no colchão pela preocupação, mas isso até um certo japonês perceber seus atos e mais uma vez o puxar pela cintura, encaixando-o todo encolhidinho abaixo de si e pondo o rosto na curvatura de seu pescoço, respirando com leveza e ajudando o menor com sua hiperatividade repentina, acalmando-o mais que camomila em questão de segundos. O sono ainda não vinha, o que fez Sunoo recorrer á contagem de 3000 carneirinhos cor de rosa e paranoiar com mais coisas, só dormindo realmente lá pelas 3:00 am.
Prevejo cancelamentos
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𝐈&𝐜𝐫𝐞𝐝𝐢𝐛𝐥𝐞.(hiatus)
Random"Agora ouça a batida do meu coração Vou descobrir um novo mundo Quebrei e bati inúmeras vezes A pedra bruta se tornou uma joia" "Grite, minha imaginação se tornará realidade Eu coloquei uma bandeira da vitória por lá Eu vou lutar vou explodir sua me...