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Takara estava simplesmente deslumbrante.

A japonesa estava usando um vestido ombro á ombro totalmente preto com longas mangas feitas de tule da mesma cor, sua barra começava um pouco acima dos joelhos e terminava em uma longa cauda feita com renda bordada á mão. Envolto em seu tronco havia um espartilho corselet de camurça na cor vinho que modelava perfeitamente sua cintura, nas pernas uma meia-calça arrastão e em seus pés coturnos de cano alto. Os brincos com pequenas pedras de onix e a maquiagem em tons escuros davam um conceito a mais na aura da garota, e Hanse a elogiava de dois em dois segundos como o irmão mais velho babão que é.

Hanse, Heesung e eu estávamos no quarto com Takara enquanto esta se questinava toda hora se estava realmente bonita, com certeza insegura sobre o que Minji pensaria de si. Uma coisa eu garanto, se Minji não quisesse Takara, todas as outras pessoas solteiras presentes na festa iriam querer.

Hanse estava no seu mesmo estilo de sempre, calça cargo preta com correntes  e uma camiseta colada também preta, pois segundo ele, a preguiça de se vestir elegantemente era maior que qualquer coisa naquele momento, tendo como detalhes a parte apenas os fios agora com a raiz em um tom forte de rosa que estavam amarrados por um elástico e as diversas pulseiras prateadas em seu pulso. Heesung estava decidindo se usaria a gargantilha com uma grossa tira de renda trabalhada com arabescos que o namorado sugeriu, já que ela combinaria muito com sua seu cropped de mangas longas ou a corrente prateada que Hanse estava "segurando" para si — na verdade ele estava brincando de girá-la entre os dedos —.

— Por favor, desçam logo! Os convidados estão esperando a anfitriã da festa já faz quase uma vida e o alecrim dourado nem saiu da toca ainda.  — Jungwon grita do lado de fora, quase caindo quando Heesung foi depressa até a porta e destrancou a mesma, fazendo o Yang praticamente beijar o chão por seu corpo estar com preguiça de sustentar o próprio dono.  — Puta que pariu, avisa antes meu querido.

Jungwon cheirava a menta e tinha um estranho brilho no olhar, que chegava a ser fofo se não fosse tão suspeito. O Yang olhou de relance para Heesung e pegou a gargantilha de sua mão, pondo ela em volta de seu pescoço e prendendo-a direitinho antes de se virar para a porta novamente, quando Niki entrou com um pirulito vermelho entre os lábios, parando ao seu lado e olhando fixamente para Takara, encarando-a de forma séria por alguns segundos. Riki foi em passos lentos até a irmã, ficando frente a frente com a mesma e olhando-a de cima a baixo. Pude sentir toda a tensão em Takara se esvair quando o mesmo deu um sorriso ladino e tirou o doce da boca antes de dizer:

— Você está linda, cria do satanás.

A frase foi um tanto idiota, mas para a satanista rebaixada que eu chamo de melhor amiga significou muito, pois a mesma deu um tapa no ombro do irmão e o abraçou, voltando a sorrir imediatamente quando esse último a retribui da mesma forma. Hanse permaneceu sentado enquanto observava a cena com um sorrisinho bobo no rosto, o sorriso de quem via duas crianças pequenas brincando, e para ele talvez fosse realmente isso.

— Tudo muito lindo, cena emocionante, mas a gatinha comunista tem que descer e logo. Vamos ou eu te arrasto pelos cabelos, Kara.  —  Jungwon disse já pegando a garota pela mão e puxando-a para a porta, parando um pouco antes pra dizer alguma coisa no ouvido da mesma, que deu uma risadinha e nos chamou para descer junto. Heeseung conferiu sua roupa uma última vez antes de seguir os dois e arrastar Hanse consigo, e eu também teria ido logo atrás caso um certo japonês filho da uma boa mãe não tivesse me puxado para atrás da porta e feito questão de rosnar contra a área em que havia mordido meu pescoço na noite passada, um pouco antes de sussurrar contra meu ouvido.

—  Não tente fugir de mim, Kim. Você sabe que não conseguirá.

Não respondi, mas em meu infímo eu estava pegando fogo, e sabia que ele daria um jeito de capitar isso de uma forma ou de outra. Niki se afastou então olhou em meu rosto, deslizando o polegar pela marcação de minha mandíbula e se aproximando novamente antes de sorrir ladino e deixar um suave beijo em minha bochecha, saindo logo em seguida.

É definitivo que meus tempos de paz acabaram.

Niki estava um pecado, desde os fios agora em tom castanho claro úmidos e jogados para o lado até a calça cargo verde militar que sintonizava com sua camiseta preta básica, tendo como acessório apenas a corrente prateada em seu pescoço. Ele estava simples e básico, mas ainda sim estava extremamente lindo. Acho que hoje os filhos do renomado Monsieur Nishimura  hoje foram na lógica de "a festa é da minha irmã, quem deve estar bem arrumada é ela".

Enfim, vamos descendo antes que eu pense demais sobre de quais formas esse garoto poderá acabar com a harmonia entre mim e Jungwon.

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A casa estava um completo espetáculo. Era uma decoração simplista, mas as luzes vermelhas, roxas e esverdeadas deixavam tudo mais incrível, além do tumulto de gente que era possível se ver lá embaixo, pois ao que parecia, Takara realmente havia convidado o campus todo. Eu estava segurando a mão de Takara quando chegamos no topo da escada, logo todos os olhares foram para nós, mas a música alta continuava. Niki, Hanse, Heesung e agora Minji — que apareceu de última hora atrás de Niki para melhorar a aura de todo o ambiente  — pois Jungwon havia tomado chá de sumiço, não vimos Jay desde a hora em que todos foram se arrumar e Jake com Sunghoon então, nem um sinal de fumaça. Takara desceu primeiro com um leve sorriso brincando em seus lábios, e eu , junto  de Heesung e Hanse vínhamos logo atrás quando os quatro que faltavam chegaram para se juntar á nós. Tanto Jay quanto Jake e Sunghoon estavam de ternos informais, o de Jay era totalmente preto e  com uma camisa grafite que tinha seus dois primeiros botões desabotoados e sapatos sociais, o de Jake estava com o único botão que seu blazer possuía fechado, e por baixo sua camisa em tom de vinho se evidenciava. Os botões daquela pobre camisa deviam ser revestidos de chumbo, porque aguentar Jake Shin não é pra qualquer um, Sunghoon que me perdoe mas quem deixa passar é catraca. Já este último citado estava usando um terno em tom grafite, com um suéter preto gola alta por baixo e seus fios loiros jogados para o lado. Seu rosto possuía uma aura radiante, e o motivo dele estava ao seu lado com mão esquerda segurando a cintura do nosso viadinho pão com ovo favorito. Adoro os gays, povo animado.

Lá em baixo, eu podia ver dois dos "amigos" de Hanse — se não me falha a memória, Seungwoo e Subin — encostados na parede perto de um dos diversos quadros da casa, ambos com taças de vidro na mão. Hanse devia ter se encontrado com eles antes,  pois Takara havia proibido taças e copos de vidro na festa para a segurança de todos, então se eles estavam com aqueles objetos em mãos,  só poderia ser obra do maior amante de destilados entre nós.

Takara parecia um pouco atônita enquanto descia da escada, olhando fixamente para alguém lá em baixo, alguém que não pude identificar. Assim que a japonesa pôs os pés no primeiro andar, várias pessoas vieram cumprimentá-la enquanto nosso grupo se espalhava pelo local . Pude ver Jungwon ir até um pequeno grupo de alunos do seu curso, rostos pouco familiares para mim, porém que ele parecia conhecer há muito tempo. Jay, Jake e Sunghoon se mantiveram juntos como uma panelinha de mauricinhos, já Minji, Hanse e Heesung foram pegar bebidas. Eu teria feito o mesmo se mãos estranhamente grandes e familiares não tivessem agarrado minha cintura, me puxando delicadamente até o encontro de um corpo bem maior que o meu.

— Quanto tempo, docinho.

Koga estava ali.

𝐈&𝐜𝐫𝐞𝐝𝐢𝐛𝐥𝐞.(hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora