O jato particular estava quase chegando em Okayama quando uma bandeira vermelha se ascendeu na mente de Sunoo:
Onde estava Bisco, com quem e como ele ficaria.
Poderiam haver muitas coisas importantes no momento para se discutir e questionar mentalmente, mas a única coisa que realmente fez Sunoo sair de sua semi-depressão dentro de um avião luxuoso, com toalhas quentes, músicas relaxantes para o ambiente, champanhe, vinho e frutas vermelhas foi a ideia de onde poderia estar o animalzinho a essa hora.
Desde a noite anterior Sunoo não havia visto o cachorrinho, mas por conta da festa ele pensou que Niki ouvesse o prendido em um dos quartos com isolamento acústico para que sua audição não fosse agredida.
Niki.
Quem melhor para se perguntar sobre o paradeiro de um lindo doguinho se não o dono irresponsável dele?
O Kim retirou as duas rodelas de pepino que estavam sob seus olhos e olhou para as poltronas á sua esquerda, vendo um menino Nishimura encolhido em seu cobertor azulzinho bebê com fones de ouvido, de frente para Minji, que dormia como um bebê em seu pijama rosa com bolinhas brancas. Todos haviam pego pijamas da reserva do avião, mas os de Jungwon e Sunoo haviam ficado um pouco grandes demais, já que os pijamas que haviam pareciam ter sido feitos sob medida apenas para os três irmãos lá presentes.
Ao se levantar, o mesmo quase caiu ao perceber que suas pernas não estavam acostumadas a sensação de estar voando, porém se apoiou em sua própria poltrona e ficou de pé novamente, dessa vez firme.
Quando olhou para a frente, seus olhos se chocaram com as orbes castanhas do Nishimura, seu rosto imediatamente esquentou e ele desviou o olhar para suas pantufas de cor lavanda. Não era ele que estava encarando alguém de forma escancarada, mas mesmo assim se sentiu intimidado. Porém toda essa sensação desapareceu assim que ele escutou a risada do japonês, uma risada zombeteira e baixa. Um dos motivos pelos quais o Kim o odiava.
De repente, ele se lembrou o motivo pelo qual havia levantado.
- Hm, Nishimura, com quem você vai deixar o Bisco? - Como forma de amenizar o rubor em suas bochechas, Sunoo pegou o copo de água tônica que estava no porta-copos de Takara e bebeu um gole, imediatamente se arrependendo e fazendo uma careta ao sentir o gosto forte e meio amargo de bebida alcoólica. Aquilo não era água tônica, era vinho branco. Se o rubor em suas bochechas não sumisse, aumentava de vez.
Niki não o respondeu, apenas se levantou e foi até o Kim, segurando sua mão e o puxando, em um pedido silêncioso para que ele o seguisse.
Perigo, a mente do Kim gritava. Nunca se sabe o que se esperar do japonês, mas por via das dúvidas, ele levaria o copo de vídro e caso precisasse o quebraria na cabeça do mais alto.
Eles estavam saindo da área em que todos estavam acomodados, e então Riki abriu uma porta, que parecia vir antes da cabine de controle. Pra falar a verdade, ele não fazia ideia em qual extremo da aeronave eles estavam.
A suspeita de Sunoo se confirmou quando eles entraram uma pequena sala que possuía um sofá espaçoso, uma mesinha de centro, uma televisão, um frigobar , ao que parece, um climatizador e uma outra porta. A temperatura lá era diferente da de onde estavam, sendo esta um pouco mais fria.
- Te dou um prêmio se descobrir. - Riki encostou a porta atrás dos dois e soltou a mão do Kim, cruzando os braços em seguida. O japonês tinha um sorriso gatuno em seus lábios, encarando o Kim como um predador encara sua presa antes de abatê-la.
Sunoo não exatamente gostou da ideia, mas a essa altura da vida qualquer coisa que recebesse provavelmente não o abalaria. Ele iria retrucar algo como "se você me matar eu volto em espírito pra derrubar esse avião", mas assim que entre-abriu os lábios, seus olhos capturaram uma bolinha de pelos cor de creme enroladinha ao canto do grande sofá, com as patinhas dianteiras sob uma almofada vermelha e o rabinho abanando enquanto ele os encarava.
Sunoo quis morrer naquele momento, a cena era adorável. O garoto sorriu e foi correndo até o animalzinho, pegando-o no colo e o abraçando como um urso de pelúcia.
- Se você matar meu cachorro vou ter que cancelar seu prêmio, Kim. - Mais ao fundo, Riki disse. Agora ele não sorria mais, porém possuía uma expressão relaxada em seu rosto. Sunoo já havia afrouxado o aperto e agora fazia carinho na barriga do cachorrinho, deixando um beijinho em sua testa antes de encarar o japonês de canto de olho.
- Mais fácil eu matar você do que ele, Nishimura.- Bebeu mais um gole do copo que havia deixado em cima da mesinha antes de pegar Bisco.
Mais uma vez o garoto sorriu para o Kim, de uma forma tão doce que não combinava de forma alguma com o que disse a seguir.
- Se for me matar sufocado por ter sentado na minha cara, eu aceito.
Sunoo ficou imóvel, a própria definição de "simplesmente não reaja". Até Bisco parou de abanar sua calda alegremente, ficando alerta.
O Kim teve vontade de cavar um buraco na terra e se enfiar lá, mas logo se recuperou e lançou um olhar furtivo para o japonês que agora estava encostado na parede; sorriu de canto e tomou mais um gole de seu champanhe. Alguém tem que manter a pose de bandido mal aqui.
- É uma boa opção, não nego. - Há essa altura, Bisco já havia descido de seu colo e escapado pela brecha da porta que Niki havia deixado, talvez intensionalmente.
Riki tinha um olhar surpreso, mas logo o substituiu por outro extremamente sugestivo, o que fez Sunoo se arrepender amargamente de seus atos.
- Que horas você o trouxe pra cá? - O Kim perguntou quase desesperadamente, em busca de algum assunto que o tirasse da enrascada em que ele estava quase entrando. Não é que ele não quisesse, mas agora estava sóbrio, e seu orgulho iria pro buraco caso aceitasse.
- Enquanto você estava se agarrando com aquele lá, eu estava pegando o que era importante e enviando pra cá. - Niki fez uma breve pausa, parecendo pensar se dizer aquilo realmente valia a pena. Estava visivelmente com ciúmes, seu tom agora não era mais relaxado e sim ácido, o que não passou despercebido por Sunoo, que inconscientemente riu daquilo, achando a situação divertida. - Bisco estava no meu quarto, então eu pedi pra Hyunjae o trazer de van até aqui, já que aquela casa provavelmente será saqueada em breve e eu não quero passar meus últimos dias na Ásia sem meu cachorro.
- "Aquele lá" tem nome, e como assim Hyunjae sabe de tudo isso? - Sunoo questionou e pegou uma das taças que haviam em cima da mesa, indo até o frigobar e rolando os olhos pelos diversos tipos de bebidas que haviam ali.
- Não precisa me lembrar, se eu não falei antes foi por que não queria citá-lo, e respondendo sua pergunta, Hyunjae trabalha para nossas famílias há tanto tempo que não faria sentido caso ele não soubesse de tudo o que ocorre por baixo dos panos. Inclusive, ele e Kevin estão encarregados de cuidar do Bisco enquanto eu estiver fora, e também caso eu não volte. - Riki observou quando Sunoo fechou o frigobar e voltou até a mesinha de centro, abrindo a garrafa e despejando o licor de frutas vermelhas na taça. Mesmo enxergando apenas as costas do Kim, o japonês pôde jurar que ao escutar aquela última parte, o mesmo havia revirado os olhos.
Sunoo pegou outra taça e a encheu com o conteúdo da garrafa, fechando essa última antes de se levantar e sentar no sofá, entregando uma das taças á Niki, que aceitou-a de bom grado e ergueu uma das sombrancelhas enquanto mirava o Kim, antes de finalmente levar a taça até seus lábios, tomando um bom gole do licor.
- Faz sentido, mas pare de falar como se você fosse morrer amanhã, seu maníaco. - Sunoo bebeu um gole de sua taça, sentindo o gosto bastante adocicado do líquido que tanto agradava seu paladar em sua língua e apreciando-o sem pressa.
- Pare de falar como se você não fosse ser o primeiro a querer roubar meu cachorro caso isso aconteça. - Agora quem ergueu as sombrancelhas foi Sunoo, abrindo a boca para contra argumentar algo, mas desistiu no meio do caminho, não é como se não fosse verdade. Tal ato fez o japonês ali rir, pois a reação do mais velho foi realmente fofa.
- Também não falo mais nada, capeta.
Não revisado!
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𝐈&𝐜𝐫𝐞𝐝𝐢𝐛𝐥𝐞.(hiatus)
Random"Agora ouça a batida do meu coração Vou descobrir um novo mundo Quebrei e bati inúmeras vezes A pedra bruta se tornou uma joia" "Grite, minha imaginação se tornará realidade Eu coloquei uma bandeira da vitória por lá Eu vou lutar vou explodir sua me...