Capítulo 22

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Finn

Entrei no meu escritório encontrando a garota sentada ali com aquela cara de bunda de sempre. Nunca sabia como ela podia ser alguém tão descontrolada já que seu rosto apenas exalava calma.

Ela tinha cabelos loiros lisos, olhos castanhos claros e era branca com um bronze natural de Los Angeles, tinha um tamanho mediano para seus 15 anos de idade e ainda sim usava roupas pretas como quem diz que é problema. Adolescentes.

- Deixa eu adivinhar, maconha? – Perguntei e ela bufou se afundando mais ainda na cadeira. Me sentei na minha cadeira de frente para ela ligando meu computador e deixando meu celular de lado.

- Errado – Ela disse – Cocaína.

- Essa é uma das pesadas – Falei a admirando por uns instantes.

- Você vai me mandar de volta? – Ela perguntou agora preocupada e triste, eu sorri.

- Vou.

- Você é um filho da puta rico descarado – Ela me xingou e eu sorri mais ainda.

- Você não faz ideia.

Ela se afundou enquanto eu escrevia todas as coisas que eu já sabia sobre Emily.

Emily morava em um orfanato aqui em Los Angeles mais perto do interior, mas de alguma forma ela sempre estava rodeando aqui usando e vendendo drogas para sobreviver. O que ela não sabia é que eu tinha entrado no governo com uma petição para que mudassem ela de orfanato ou a colocasse em um centro juvenil. Ela não está segura onde mora, algo me diz que aquele lugar usa as crianças com o tráfico.

- Eu não quero voltar – Emily desabafou com uma voz bem triste.

- Eu sei.

- Eles me tratam mal Finn, muito mal. Aquela megera me bateu quando me encontrou com meu namorado, imagina o que ela vai fazer com o bebê que nascer.

Olhei para ela intrigado. Ela colocou a mão na boca e lágrimas botaram nos seus olhos. Oh não, por um londo momento senti pena da menina na minha frente, queria abraçá-la ou pelo menos confortá-la.

- Você está grávida? – Perguntei.

- Você deve estar pensando que eu sou uma puta. A megera sempre fala que Deus tem vergonha de mim, bom... eu estou num orfanato, não acho que Deus nem liga para mim.

- Sobre Deus eu não sei muito bem no que opinar e sobre você ser uma puta, estar grávida não faz você pior do que ninguém.

- Eu não quero ter um filho, ter um filho significa que ele vai nascer com defeitos por causa de toda merda que coloco no meu corpo e que eu vou ter que dar para adoção e ele vai morar em um orfanato ou pior... na rua.

- A gente pode resolver isso.

- Como? – Ela gritou e eu me encostei na minha cadeira – Meu namorado não sabe disso, ele não é uma pessoa muito boa, vai terminar comigo e ultimamente ele é a minha única renda.

- Você pensa em um aborto?

- Todo tempo, saí perguntando para os meus amigos se eles tinham a erva específica para tirar isso de dentro de mim.

- Eu tenho uma ideia melhor. Pegue seu casaco.

Emily me olhou com tantas perguntas, mas se levantou e pegou seu casaco. A conduzi para fora do meu escritório e a levei para dentro do meu carro. A secretária fofoqueira estava de olho é claro, achando que eu ia transar com uma menina de 15 anos que precisa da minha ajuda. Só piora.

- Onde vamos? – Ela perguntou colocando o cinto.

- Só espera e curta a viagem.

Comecei a dirigir pensando em um plano de tirar Emily de toda a situação que ela passava. Ela era a mais velha daquele orfanato e tinha que ouvir coisas horríveis das meninas mais novas e da diretora daquele lugar que eu odiava com toda a minha força e o namorado dela? Já cuidei dele umas duas vezes, era um garoto idiota que o pai não ligava e destruía a vida também.

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