Our hate

Capítulo 1.2

Hannah

Casa.

Estamos voltando para casa depois de não dois, mas três anos.

Finalmente meu pai tinha achado alguém bom o suficiente para ser chefe de sua principal sede em Nova York.

Durante meses meu pai fez visitas a nós dois, e sempre acabava ficando em um dos quartos de hóspedes do nosso apartamento, o que deixava Noah muito chateado já que as nossas opções de sermos íntimos diminuíam toda vez que ele estava lá, mas isso foi só no primeiro ano. Reclamei com a minha mãe sobre isso e meu pai simplesmente parou de ir todo mês e começou a ir de 3 em 3 meses com a desculpa de que a empresa precisava dele.

Foram 3 natais e 3 anos novos sem meus pais, 3 dia das mães e dos pais sem eles, e pelo menos no meu aniversário Finn veio para Nova York. Mas sinto falta dos meus irmãos todos os dias.

É verdade que eu podia ter passado o Natal e o ano novo com meus pais, mas acabava que Noah e eu decidíamos viajar para algum lugar novo, nesses três anos fomos para Alemanha, Austrália e México. Gostávamos de passar esse tempo sozinhos sem ninguém já que quando estávamos trabalhando nossa vida era muito agitada. Plantões quase todas as noites, e Noah de manhã e tarde no trabalho. Na maioria dos dias só nos encontrávamos nos braços um do outro no meio da noite.

Noah entrelaçou nossas mãos e eu sorri para ele.

Estamos indo para casa.

Só existe uma pessoa que eu quero ver e que não vejo faz muito tempo que é Millie, eu queria muito vê-la. Estava morrendo de saudade e esperando um tempo para estar finalmente do seu lado e contar tudo.

Não queríamos que ninguém nos buscasse, ninguém mesmo. Pegamos carro e viemos, fácil assim. Nossa mudança tinha chegado ontem e fico feliz que minha mãe veio aqui com as faxineiras só para ajudá-las a arrumar a nossa nova casa, eu e Noah nem pretendíamos ficar aqui por muito tempo.

Noah me abraçou por trás colocando seu queixo no meu ombro e seus braços na minha cintura.

- Você gostou? – Noah perguntou e eu assenti.

Amava a ampla sala de estar com janelas francesas e um terraço maior ainda, amava como a nossa cozinha principal era enorme e amava o nosso pequeno bar, já podia me ver morando aqui e decorando esse espaço.

- O que foi? – Noah perguntou quando não respondi, me soltei de seu abraço e o olhei com os olhos para baixo sem encará-lo.

- Estou atrasada um mês – Falei.

- Um mês? – Ele perguntou – Esse foi o mais longe que a gente chegou.

- Sinto que estou grávida – Falei com um sorriso envergonhado e ele se aproximou de mim.

Ele me beijou e colocou uma mecha do meu cabelo para trás de minha orelha e me deu minha bolsa, tirei de dentro três dos milhares dos testes de gravidez, fui direto ao banheiro que estava limpinho e fiz xixi nos três diferentes palitos. E esperei lá dentro até que o resultado veio.

Não grávida.

Não grávida.

Não grávida.

Você acha que depois de um tempo tentando, fica mais fácil receber tantos nãos, mas só fica mais difícil. E dessa vez eu não estava preparada para esse não, eu tinha certeza de que eu estava grávida. Minha menstruação ainda não desceu, sinto dores nos meus peitos e estou comendo como louca. Tinha certeza de que estava grávida dessa vez. Certeza.