Capítulo 15.5

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Finn

A reunião tinha sido uma loucura só, uma atrás da outra, foram tantas ideias que tivemos que ouvir e decidir como estavam que eu jurava que ia desmaiar se alguém me desse mais uma ideia terrível, as vezes eu achava que me parecia mais com meu pai do que poderia admitir.

Eu tinha pensado em Millie o dia inteiro, quando tudo começava a ficar muito tedioso, eu pensava nela e o quão incrível foi ontem, olhar nos seus olhos e ver que ela sentia aquilo também, que eu não estava ali apenas pela luxúria e ela sabia disso, ela tinha entendido que estava ali por ela, muito mais do que peles falsas onde sempre nos vimos vestidos, era muito mais do que aquilo, eu queria conhecer o que nunca ninguém tinha conhecido antes, ir naquele lugar especial do coração dela onde ninguém mais tinha ido, quero que ela me conheça, meus demônios também. Tudo.

É por isso que eu preparei essa surpresa, quando contei para Ariel, nunca vi minha sobrinha tão feliz antes pela minha ideia, e deixei alguns detalhes de fora como o que eu estava esperando fazer para ela, contar para ela. Eu esperava que ela entendesse em primeiro lugar o que eu queria com isso.

Não mais segredos entre a gente.

Assim que saí do escritório e recebi a mensagem de confirmação da Millie, e peguei um carro que eu usava raramente, a única razão por que comprei foi pela grandiosidade da sua mala, um Mitsubishi Outlander, gostava da ideia de ter um lugar para guardar as minhas coisas nas turnês pelos Estados Unidos.

Preparei uma surpresa para Millie lá atrás.

Dirigi para casa dela que nem um louco, ganhando muitos xingamentos, dedos do meio, mas eu estava tão nervoso que ignorei todos e continuei meu caminho louco o dia todo até chegar ao meu destino, e quando cheguei uma Millie com short jeans, cabelos presos em um rabo de cavalo, uma blusa de botão social para dentro dos shorts de um jeito estiloso e adidas nos pés. Ótimo.

Ela entrou com um sorriso e olhou para mim esperando respostas que não teria agora, de jeito nenhum.

- Para onde vamos? – Ela perguntou muito curiosa, com a ansiedade se instalando pelo seu rosto e mãos.

- É uma surpresa.

- Você está todo misterioso.

Comecei a guiar o carro para um lugar onde eu sabia que ela nunca teria imaginado que a levaria, e não tenho muito certeza se Millie já esteve aqui, então prefiro deixar quieto e permitir que ela curta a viagem de carro com as janelas abaixadas, porque sei que ela adora olhar a rua e as pessoas, como se fosse a coisa mais incrível do mundo, como se ela se sentisse viva depois de muito tempo, e eu entendia completamente a sensação.

Foram uma hora de carro com músicas pops ruins que Millie fez questão de colocar no meu carro, conectar seu spotify em meu veículo foi a coisa mais estúpida que eu permiti Mills de fazer, não dá para entender sua obsessão ridícula por Taylor Swift, Ed Sheeran, Justin Bieber e do nada Pink. Será se ela não sabe nada sobre organização? As vibes se trocavam do nada e eu me sentia totalmente perdido no conceito que ela explorava.

Talvez, ela não tenha conceito nenhum e gosta de misturar todos os estilos e ritmos musicais que pode, para que o ambiente não fique preso em uma coisa só, e ela possa realmente se emocionar diferentemente com cada música e cantor que escolhe. Talvez seja isso.

Sempre fui fascinado por música, mas foi só quando Hannah começou a aprender piano na igreja quando era mais nova que eu tomei coragem para pedir para fazer aquilo também, meu pai ficou tão feliz com isso que me colocou em uma das melhores escolas de músicas dos Estados Unidos, e a viagem de carro era muito longa. Hannah foi obrigada a fazer comigo, e mesmo que seja algo sobre ela que poucos sabem, minha irmã toca piano como ninguém, eu a adorava ouvir, mas a pintura sempre chamou mais atenção dela de qualquer jeito, e acredite se quiser, Hannah nunca fez uma aula de pintura ou desenho na vida. Tudo aquilo era puro talento.

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