III

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Romana

A noite da véspera de Natal se aproximava, Massimo estava sentado no banco ao lado do meu, ele olhava a paisagem pela janela e parecia estar viajando por seus pensamentos. O silêncio do carro era perturbador.

Ao chegarmos na casa de Domenico, Massimo desce do carro e logo em seguida eu desço para pegar os presentes das crianças no banco de trás. Caminhamos à grande porta do hall de entrada e ao tocar a campainha, somos recebidos imediatamente por um grande sorriso de Domenico.

- Finalmente, cara! - Domenico puxa o corpo de Massimo para um abraço. - Como foi?

- Posso dizer que estive no inferno, irmão!

Imagino Massimo lidando com todos os demônios que já dificultaram sua vida.

- Cadê o Bernardo? - Pergunto para Domenico.

- Ele está brincando com a Pietra na sala.

- Espera ai... Pietra? Não vai me dizer que você teve uma filha. - Caminha até a mesa de bebidas.

- Pelo jeito você lembra que sou apaixonado nesse nome.

- Massimo, eu acho melhor você não beber. Você está sob medicação.

- Não precisa se preocupar mais comigo Ro... Como é seu nome mesmo? - Ele se vira para mim.

- É Romana! E vou me preocupar com você, você é o pai do meu filho! - Falo com firmeza e arranco o copo de sua mão. - Domenico, não deixe ele beber.

- Nem fumar? - Massimo retruca.

É como se nós estivéssemos nos conhecendo pela primeira vez.

- Se você quiser voltar para aquele hospital. - Falo e caminho para a sala.

Alessia e Anne estavam conversando com uma taça de champanhe na mão, Isaque estava brincando com Bernardo e Pietra e meus tios estavam conversando com os amigos da família.

Quando chego na sala, Bernardo corre até mim e me abraça. Ele era tão apegado e tinha todos os motivos para ser, seu pai nunca esteve presente e depois de 3 anos, ele finalmente iria conhecê-lo.

- MASSIMO! - Algumas pessoas gritam o nome do homem que estava parado atrás de mim.

- Você acordou! - Meu tio o abraça.

- Ele é meu pai, mamãe? - Aponta para Massimo que abraçava meu tio e olhava para nós.

- Sim, meu amor! - Dou um beijo na pequena mãozinha.

- Oi! - Massimo se aproxima e dá um aceno com sua mão para Bernardo que esconde a cabeça em meu pescoço com vergonha.

- Tudo bem, Bê! Ele quer ser seu amigo.

- Bom... Se você não quer ser meu amigo, talvez eu fique com essa arma. - Massimo pega uma arma de brinquedo do sofá e o olho sério.

- Minha mamãe disse que armas não são para crianças. - Tira seu rosto do pescoço e olha para Massimo.

- Isso mesmo, meu amor! É que seu pai não sabe disso, né Massimo?

- Era só o que me faltava. - Resmunga e revira os olhos. - E se eu te levar na mesa de doces antes da janta?

- Posso, mamãe? - Ele me olha com um sorriso sapeca.

- Só hoje! - Dou um sorriso e entrego Bernardo para Massimo. Quando nossos corpos se tocam, sinto um arrepio e o aroma de seu perfume invade minha cabeça.

- Eu causo isso nas mulheres! - Ele fala baixinho e vira as costas para a mesa de doces.

Pelo jeito ele já tinha recuperado suas forças.

- Amiga! Como foi? - Alessia e Anne surgem na minha frente.

- Estranho! É como se nós não nos conhecêssemos. - Pego a taça da mão de Anne e viro em um gole. - Vou lá em cima me arrumar.

- Isso aí amiga! Mostra pra ele ver a esposa linda que ele tem.

Sorrio e subo as escadas.

Depois de um banho cheio de lembranças do meu casamento, eu estava me preparando para a janta do Natal. Não estava simples e me arrumei luxuosamente para ter a atenção de Massimo só para mim.

Desço as escadas e alguns burburinhos são ouvidos, um homem ao lado de Massimo cochicha em seu ouvido e o mesmo se vira rapidamente

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Desço as escadas e alguns burburinhos são ouvidos, um homem ao lado de Massimo cochicha em seu ouvido e o mesmo se vira rapidamente.

- Caralho Romana!

- Cala a boca, Alessia. Ó a sua filha ali. - Anne dá um tapa no braço de Alessia. - Opa, alguém está vindo na sua direção.

Anne puxa Alessia para outro canto da casa.

- Então essa é a mãe do meu filho? - Ele estava tão perto de mim que pude sentir o calor do seu corpo.

- Sim! E é nosso filho. - Tento evitar seu olhar.

- Okay, nosso filho! - Olho para seus lábios que tinha um leve sorriso no canto da boca.

- Eu e Bernardo somos próximos demais e ele me vê como a única família dele. Então se você quiser ver ele, terá que me ver também.

- E por que está dizendo isso?

- Nós não nos desgrudamos! - Talvez se ele quisesse ficar com meu filho, eu poderia fazer parte dessa situação e assim poderia fazer com que ele recuperasse a memória.

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