XXVI

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Romana

Eram 6 da manhã, o céu já estava claro e tinha uns tons de rosa por conta do amanhecer.

Eu e Massimo pegamos no sono e dormimos na rua mesmo. Ele estava dormindo ainda, devia estar muito cansado.

Deixei ele dormindo e fui explorar o iate, eu estava com fome e queria preparar algo para o café. Não achei Bob, então tive que procurar pela cozinha sozinha.

E depois de rodar e rodar, eu finalmente tinha achado a gloriosa cozinha. Olha, para um iate até que era mais moderna que a cozinha de casa.

Preparei o café, fiz duas omeletes e coloquei em uma bandeja junto com as xícaras de café e um prato com morangos. Eu estava cantarolando e concentrada no que estava fazendo, até que levo um susto com Massimo parado na porta e olhando cada movimento meu.

- Foi difícil achar a cozinha? - Brinca.

Seus cabelos estavam bagunçados, seu rosto estava amassado porque tinha acabado de acordar e sua camiseta estava praticamente quase toda desabotoada.

- É um labirinto! - Dou de ombros e ele ri.

Ele vai ao banheiro tomar um banho e enquanto isso, eu levo a bandeja com o café da manhã para a mesa.

O sol estava quase saindo, estava ansiosa para ver o nascer do sol no meio do mar. Depois que Massimo voltou, nós tomamos nosso café assistindo ao amanhecer. E confesso, que obra divina!

Passamos a manhã juntinhos, Massimo me deu sua camiseta para não ter que nadar nua, até porque o mesmo teria um ataque se alguém passar e avistar sua esposa sem roupa. Nadamos, mergulhamos e andamos de jet ski.

Chegando perto do meio dia, nós nos arrumamos e voltamos para casa. Bernardo estava com Isaque e Anne, já que meus tios haviam ido viajar.

Pegamos Bê na casa dos meus tios, onde eu morava antes e descemos para a nossa casa. 

- Mamãe, o titio " Ique " disse que posso namorar. - Escuto Massimo tossir a água que estava tomando e por um breve momento, meu coração para.

- Ele disse o que? - Repito.

- É isso aí filhão, tem que ser pegador igual o papai. - Bate no peito.

Jogo um olhar ameaçador para Massimo, ele estava brincando com fogo.

- Não escute eles, meu amor! Você é uma criança ainda e crianças não podem namorar, certo? - Me abaixo para ficar na sua altura e pacientemente, converso com ele.

Pego meu filho no colo, levo ele para desenhar na sala e volto para a cozinha.

- Pegador, né? - Cruzo os braços.

Ele teria que me dar uma boa resposta para se safar dessa.

- Sim, eu peguei uma mulher gostosa pra caralho, não foi? - Levanta as mãos, se defendendo.

Apenas balanço a cabeça negativamente e vou pegar meu notebook para ver como estão os negócios do restaurante. 

Logo mais, Eugênia nos chama para almoçar. Porém eu havia esquecido que tínhamos visita, os 3 sócios da boate voltaram novamente.

- Esta é minha esposa, Romana. Esses são Louis, Bruno e Enrico. - Massimo puxa a cadeira para me sentar.

- Prazer em conhecê-los! - Dou um leve sorriso sem mostrar os dentes.

- E aquele ali é o futuro Dom? - Enrico, um homem de meia idade aponta para Bê.

Um silêncio se estabelece na mesa, eu fico esperando pelo o que Massimo iria falar mas o mesmo também fica quieto.

Almoçamos entre as perguntas de Enrico sobre nossa vida. Que homem mais fifi!

- Sabe, minha esposa foi embora depois de saber que nosso filho teria que participar dos negócios da máfia. - Largo os talheres sob o prato e olho para ele. - Você, Massimo, deve saber que é o Dom! Se sua esposa não ir embora, seu filho terá que começar o treinamento aos 15 anos.

Massimo iria falar algo mas eu o interrompi. Essa briga era minha.

- Desculpe mas aonde o senhor está querendo chegar? Você virou o conselheiro de Massimo e não fiquei sabendo? - O senhor de 60 anos me olha surpreso. - Se sua esposa foi embora, o problema é seu mas o senhor está debaixo do nosso teto, então nos respeite!

Massimo observa minha alteração com seu sócio e dá de ombros quando o senhor o olha. Aliás, era a sua esposa e ele sabia que eu tinha razão.

- É muita coragem do senhor vir na casa dos outros ficar dando palpites alheios, que coisa feia! - Pego meus talheres e volto a comer.

- Me desculpe pelo meu pai, senhores! - Bruno, o filho do homem velho e rabugento se levanta. - O almoço estava muito bom! Vamos pai? -  Puxa o braço do seu pai. 

Os dois homens se despedem e caminham para a saída, enquanto Louis dá uma risadinha baixa.

- Infelizmente o Sr. Enrico está ficando difícil de se lidar. - Ele olha para seus parceiros e verifica se não estão escutando. - Não liguem para ele! Muito obrigada pelo almoço, senhora Torricelli. 

Gentilmente, o homem de meia idade sorri. 

- Obrigada Louis! Nos voltamos a se falar! - Massimo aperta sua mão e então, o homem sai.

Chamas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora