XVIII

1.8K 73 2
                                    

Romana

Cumprimento meus funcionários e subo para meu escritório. A porta estava entreaberta, o que era estranho porque eu sempre tranco. Antes de entrar, desço as escadas novamente e procuro pela Liza, responsável pela limpeza geral do restaurante.

- Você deixou a porta do meu escritório aberta?

- Não, Romana! Para ser sincera, eu ainda nem limpei o seu escritório. Os cachorros de rua rasgaram o lixo lá na frente e eu fui limpar.

Assinto com a cabeça e volto para o andar de cima, procuro pelo meu spray de pimenta e lentamente abro a porta. Acendo as luzes e vejo uma caixa de presente em cima da minha mesa. Curiosamente, passo os olhos pelo cômodo mas não encontro ninguém, caminho até a mesa e abro a caixa.

- AAAH! - Grito assustada com o que tinha dentro da caixa. - Meu Deus, que horror!

Com as mãos tremendo, pego meu celular na bolsa e ligo para Massimo.

- Romana, o que houve? A senhora está bem? - Liza, Pablo e Rômulo que eram meus chefes de cozinha entram no escritório.

- Alô?

- Massimo, vem para o restaurante agora!

- Aconteceu algo?

- Sim! E é horrível!

- Estou indo! - Desligo a chamada e tento me acalmar.

Os funcionários estavam enfileirados e sem saber o que fazer, nunca viram sua patroa assim e nem sabiam o motivo do porque estar assustada.

- Vocês viram alguém estranho entrar no restaurante ou alguém subiu aqui em cima? - Pergunto calmamente mas eles negam.

Dispenso os três funcionários e alguns minutos depois, Massimo entra no escritório. Sem falar nada, apenas saio da frente da mesa e ele entende o recado. O homem alto e vestido de preto caminha até a mesa e ao ver o que tinha dentro da caixa, seu maxilar trava mas ele não esboça reação.

- Então... Pode me explicar o que é isso? - Cruzo os braços.

- Você não tem que se meter nisso, são assuntos altamente perigosos. - Ele pega seu celular e põe no ouvido depois de discar algum número. - Pegue suas coisas e vamos para casa, você está em perigo!

Apenas faço o que ele manda pela primeira vez depois que ele voltou do hospital. Pego minha bolsa ao lado da caixa e dou uma última olhada para ter certeza do que eu tinha visto, essa cena nunca mais vai sair da minha cabeça.

- Domenico? Paola está morta... Sim, estou levando ela para casa. Prepare o jatinho, precisamos sair de Sicília. - Desliga a chamada e põe seu celular no bolso interno de seu blazer.

- Eu não vou para lugar nenhum! Se eu estou em perigo, meus funcionários também estão e não vou deixa-los aqui! - Caminho até Massimo e cruzo os braços.

- Romana, me escuta uma vez na vida, caralho! Seus funcionários vão estar seguros, eu prometo!

Dentre alguns minutos, eu e Massimo estávamos cercados por seguranças entre a porta do meu restaurante e a SUV preta.

Eu não tirava a imagem da Paola esquartejada dentro da caixa, ela tinha me avisado que seria morta mas não tinha a escutado.

- Massimo, ela foi atrás de mim e me disse que seria morta se não contasse o que realmente houve na noite do réveillon. - Tiro meu olhar da janela e olho para Massimo que prestava atenção em seu celular.

- Ela te disse mais alguma coisa? - Da uma rápida olhada para mim e volta o olhar para seu celular.

- Não! - Ele não diz nada e assim o silêncio se instalou no carro durante o percurso para casa.

Ao chegar, vou para o quarto e faço minhas malas, Massimo não me falou quantos dias iríamos ficar fora e nem falou para onde iríamos, então coloquei diversos tipos de roupa. Deixo as malas na frente da cama e vou para o quarto de Bernardo arrumar suas roupas também.

Peço ajuda aos seguranças para descer as malas e antes de eu descer também, vou ao closet e abro o cofre, lá dentro tinha uma arma que Massimo deixou desde quando sofreu o acidente e eu nunca tirei, agora que estou em perigo, vou levá-la comigo.

- Bem vindos à São Petersburgo! - Massimo fala com as mãos no volante.

- Estamos na Rússia? - Pergunto incrédula.

Ele assente com a cabeça e abro um sorriso. Meu sonho era visitar a Rússia, a cultura russa é muito linda.

- Mas por que não estamos em Moscou?

- É um local muito movimentado, precisamos ficar longe da civilização. Apesar da máfia russa ser muito poderosa, nós precisamos evitar o máximo de contato. - Sua atenção no volante era imprescindível, seus olhos estavam atentos direto nos retrovisores para ver se não estávamos sendo seguidos.

Bernardo dormia tranquilamente em sua cadeirinha, o mesmo nem viu sair do jatinho e entrar no carro.

- Tô vendo que não vou dormir a noite. - Me viro para frente.

Massimo apenas ri e balança a cabeça.

Saímos há uma hora das ruas aglomeradas. O verde da natureza estava dos dois lados da estrada e o céu estava começando a fechar de nuvens escuras e cheias de água. Alguns segundos depois, o carro entra em uma rua não notável, o mato ao redor parecia que tinha sido cortado há pouco tempo, subimos um morro íngreme e para finalizar, um portão no meio dessa subida.

Olho assustada para Massimo .

- Eu sou um ótimo motorista, baby! - Ele abre a sua janela e o porteiro reconhece-o, abrindo o portão em seguida.

Ah, o apelido que ele me chamava.

Ultrapassamos o portão e o carro entrou em uma estrada pavimentada. Descendo o morro, a enorme casa pôde ser vista... Uau!

Olá meus amores, tudo bom?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Olá meus amores, tudo bom?

Este é o terceiro capítulo da maratona de hoje, serão 5 capítulos postados!

Não esqueçam de curtir e comentar o que acharam!

3/5

Chamas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora