O nome dela era Fernanda, loirinha magra doce e gentil.
Eu a conheci na igreja.
Éramos duas crianças de apenas nove anos .
Eu me apaixonei perdidamente por Fernanda. No instante que a vi pela primeira vez.
Ela sentiu o mesmo, e como duas crianças só brincávamos juntos.
Era nossa maneira de demostrar o amor.
Ir para igreja com minha avó tinha outro significado.
Como ela me fazia bem...
Certa vez meus pais decidiram separar e então eu soube que iria embora, a primeira coisa que pensei foi o que vai ser de mim sem a Fernanda.
Disse aos meus pais que não iria, mas foi inútil.
No nosso último encontro eu estava bebendo água e derrepente senti um beijo molhado na bochecha, eu simplesmente entrei em choque, fiquei paralisado, como nesses filmes de muleque apaixonado.
Eu não tinha me virado, com os olhos não sabia que era ela, mas o meu coração tinha certeza. O corpo foi se acalmando eu me virei e ela estava lá.
Foi o último beijo.
Depois do culto olhei para ela lá debaixo das escadas.
Foi o nosso adeus...
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NAO ME ESCUTE
PoesiaOnde santo e profano, vida e morte escorrem da mesma fonte. Uma leitura para quem não tem medo de mergulhar em seu interior. Você verá em cada texto um fragmento da sua escuridão e luminosidade. Você não pode esconder-se de si mesmo. Todavia, Não me...