HOJE

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Se somente o hoje fosse me concedido afim de me expressar.

Se somente o hoje fosse o fim e o começo de um reencontro.

Se hoje, nesse exato momento se esgotasse as chances de um encontro de ideias e palavras futuras.

Se por um acaso o destino fosse seco como a árvore que lança fora sua última seca flor.

Se por hoje, como fim, nós levassemos em consideração a última oportunidade.

Se esse escasso momento carregasse o peso de palavras que trariam alguma mudança.

Dado essas ciscuntancias não muito positivas,

visto que qualquer atravessar de almas deixa marcas...

Eu te diria, ainda que desajeitado com o desatino do correr do tempo,

que te admirei de longe, que lembrando eu dizia muito sem dizer.

Falaria ainda em poucas palavras sobre o lamento da última oportunidade,

das danças não feitas, dos lugares não visitados, do eu te amo engolido, das brigas não encerradas, dos filmes não assistidos, da vida não vivida.

E destruiria tudo aquilo que lembrasse o tempo,

tempo perdido, tempo não aproveitado, tempo que passa, tempo que não volta, tempo que castiga em horas.

Iria assim tornar o hoje um eterno momento,

destruindo tudo que nos lembrasse do tempo.

Tornando palavras em verbo, em momento,

e só aí nesse momento fazer do hoje um eterno momento na tentativa de suplantar o ontem que lembra o arrependimento.

Hoje...

NAO ME ESCUTEOnde histórias criam vida. Descubra agora