CALCINHAS

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A minha vontade era dizer não para ela,

era recusar o pedido para ficarmos juntos.

A minha vontade era beber cerveja atrás de cerveja,

fumar um maço inteiro de cigarro.

Esquecê-la e baixar o máximo de calcinhas possíveis.

Eu não sentia mais nada,

é como se nem o ódio por tudo que ela me disse conseguisse sobreviver no terreno seco do meu peito.

É como se houvesse no lugar do coração um buraco negro,

que depois de engolir um sentimento, depois de tragar o desejo, me deixava vazio,

era impossível lutar contra.

Mas era sempre assim,

uma decepção, álcool, mulheres nuas...

Uma euforia, um desejo ardente de amar, e fim.

Logo depois eu estava lá, em cima do meu lençol preto no meu quarto,

fazendo mais do mesmo.

Como sempre, baixando calcinhas...

NAO ME ESCUTEOnde histórias criam vida. Descubra agora