Capítulo 06

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Todas as estrelas brilham mais quando estão mortas... Igual a esperança, que por mais morta que esteja, sempre irá brilhar... Reviver... E a todos, encantar...

No capítulo anterior...

- Depois eu que sou um cara mau; diz cínicamente - Se eu sou ruim... Você seria o quê, meu caro "amigo"? Talvez, quem sabe o próprio diabo... Ameaçar a vida de seu próprio filho dessa maneira... E um filho único, ainda mais... Que cruel da sua parte, León...

- Abraão quase sacrificou seu filho mais amado, Isaque por um "bem maior"; dá de ombros, com desdém, indiferente - E Deus nos enviou seu único filho... O sacrificou... E mais uma vez, por um "bem maior"... O que me faz pensar que talvez não seja muito diferente deles, meu caro Antonio... 

- Ah, León; ele diz se divertindo com mais um discurso patético de seu aliado - Você se supera a cada discurso... Sempre com uma asneira maior que a anterior... E diferente... Imagine, querer se comparar a Deus... Você se acha um Deus agora, León? É isso mesmo, meu "amigo"?

- Não chegaria a tanto, Antonio; diz mais que indiferente, ao que lhe era dito - Mas num mundo onde todos cultuam o poder e o dinheiro... Sou quase isso... Quase um Deus... Um semideus, para bem dizer a verdade...

Agora...

- Quanta prepotência a sua... Quanta arrogância da sua parte, caro León; Antonio lhe diz tentando não debochar mais ainda de León - Quanta arrogância da sua parte, querer se comparar justo a Ele, meu "bom" e velho "amigo"...

- A mesma prepotência que você também tem, caro Antonio... A mesma arrogância que te move e domina, meu velho e nada bom "amigo"; descarta seu charuto e se serve de uma dose de uísque - Só que entre você e eu há uma diferença muito grande; lhe olha nos olhos, com um sorriso cínico e debochado - Eu pelo menos ainda sou humano, já você... Não posso dizer o mesmo, meu "Senhor"...

- Você enche a boca, para falar que ainda é humano... Falando com orgulho desta sua aparente humanidade sempre que te convém, León Bustamante... Sem ter a menor ideia do quanto isso te deixa ainda mais medíocre do que você já é, foi, e sempre será; lhe olha como uma serpente de olhos negros - Mas nunca se esqueça do que você é, e nunca deixará de ser... Uma marionete... Um espantalho... Um mero escravo das minhas vontades... Nunca se esqueça disso; estala os dedos, então León começa a sufocar, até seu rosto ficar azul - Nunca se esqueça do cão que você é, era, e sempre será...

- Por... Favor... Pare... Está... Me... Sufocando...

- Ok... Meu cãozinho de estimação; estala os dedos mais uma vez, e León começa a voltar ao normal - Acho que isso prova quem realmente manda aqui nessa nossa pequena relação... De mútuo interesse entre nós dois...

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As peças finalmente estavam se encaixando, os senhores das Sombras estavam finalmente no meio dos mortais, dois deles pelo menos, ou seja o tempo dos seis escolhidos, estava prestes a acabar... Marina ainda mantinha Franco aprisionado na mesma cela, onde um dia ela mesma já esteve presa.

- Gosto de te ver assim; ele a olha por trás da máscara de ferro - Preso igual um dia eu estive... Preso... Sem saída... Completamente acabado...

- Como você mudou, Marina; ele lhe diz fracamente - Em nada me lembra a mulher doce com quem um dia me casei... A mulher que eu amava mais que a mim mesmo... A mãe da minha filha...

- Eu mudei, você disse; ela lhe diz de um modo mais do que debochado, e com os olhos cheios de dor, mágoa e raiva - Mas onde você estava, quando EU... Mais precisei de você? Onde estava quando os malditos guardiões da humanidade decidiram me prender aqui, quando a nossa filha era apenas uma recém - nascida? Onde, Franco? Vamos me diga! Diga, maldito! - Os olhos dela ficam brancos e seus poderes pareciam maiores; onde estava quando todos os outros viraram as costas para mim? Quando o Martín, sua amada Alma... Eu esperava isso deles... Mas não de você... Meu marido, o homem que eu amava mais que a minha própria vida... O pai da minha filha... A pessoa mais importante da minha vida... E mesmo assim você ficou contra mim... Me deixou presa aqui, como um cão sarnento... E foi viver ao lado de sua amada Alma... Zombando do amor que eu sempre senti por você... O amor que não existe mais, restando dele, apenas as cinzas do que ele já foi um dia, e poderia ter sido... Mas que você jogou fora, como se não valesse nada! Ah, Franco, somente por isso você vai sofrer muito mais do que os outros... Por zombar de mim... Dos meus sentimentos, e do amor que um dia sentimos um pelo outro e que você não deu valor nenhum!

- Agora finalmente entendo tudo, algo que eu não quis entender na época; tenta não desmaiar - Você pode não ser um dos senhores das Sombras... Mas na verdade, você é...

- Sim, "meu amor"; lhe diz com os olhos mais brancos do que nunca - Eu sou a criança da profecia... A pessoa que vai dominar este mundo... E destruir todas as esperanças da humanidade...

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- Alma; Sarah lhe diz muito preocupada - Faz muitos semanas que não te vejo, está tudo bem com você? Porque sinceramente, não é o que parece... Sabe quantos shows tive que cancelar? De quantos contratos tive que quebrar? A sua carreira está em risco...

- Você parece mais preocupada com a minha carreira do que comigo; ela olha bem nos olhos de sua suposta melhor amiga - Seus olhos... Eles estão negros... E vermelhos também... Quase como se...

- Se o que, Alma Rey? - Pergunta com uma voz quase estridente; como se eu fosse uma ameaça para você, sua adorada filha, os jovens da profecia, e o Martín?

- Então você sabe do Martín, dos jovens e da profecia; não era uma pergunta, mas sim, uma afirmação e por isso, ela começa a se afastar até encostar suas costas na parede - Sendo que eu nunca te falei sobre ele... Quem é você Sarah? Ou melhor dizendo, o que é você?

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Feridas da alma doem mais do que as da carne, e Martín sabia perfeitamente disso, ainda mais quando estava mais do que preocupado com a Alma. Ele sabia que não deveria ter deixado ela sair de perto dele, ainda mais com tudo o que estava prestes a acontecer, e isso incluía a presença dos senhores das Sombras.

- Sabia que te encontraria aqui, Reverte; era a mulher de branco que o impediu de matar a Alma e ao lado dela, estava Josy, a melhor amiga de sua filha - Está pronto para o que está por vir? Está pronto para enfim... Limpar a sua consciência?

- Eu não sei do que você está falando, o que quer comigo, afinal? Sendo que eu não sei quem você é, e muito menos o que pode querer comigo! - Ele se contorcia entre as correntes e cordas que o prendiam; não sei quem é você, garota... E muito menos do que está falando...

- Sabe sim... E bem mais do que todos nós, senhor Reverte; Tomás aparece, um dos mais novos guardiões da humanidade e o melhor amigo de Diego Bustamante, um dos seis jovens escolhidos - É sua única chance de redenção... A sua única, Martín... E então por que não aproveita - lá, agora que tem essa chance entre as suas mãos?

- Ele tem razão, Reverte, e você sabe muito bem disso; a garota de braco lhe diz sem emoção nenhuma em seu tom de voz - É a sua última oportunidade de se redimir de todo o mal que você já causou nessa vida, pois mesmo que tenha sido obrigado a prática - lo, você não pode, e nem tão pouco vai negar a culpa que sente e te devora por dentro, lentamente todas os dias e todas as noites, desde que recebeu a marca de Caim... E então, quer mesmo desperdiçar essa chance, por acaso? Essa que, sem sem a menor sombra de duvidas, pode ser a sua última chance de redenção, Reverte?

- Caramba! Mas que droga! O que tá acontecendo aqui, afinal? - Josy explode; Ao que parece eu sou a única aqui que não sabe de nada! Por que o professor Reverte está aqui? Por que ele está preso que nem um criminoso? E que papo é esse de redenção e marca de Caim?

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- Diego? - Não era Diego quem estava ao seu lado, mas sim Miguel - Diego, cadê você?

- Calma, Roberta; Miguel tenta lhe acalmar - Ele precisou sair para dormir um pouco, mas eu estou aqui... Fique calma...

- Miguel... A minha mãe... O pai do Diego... O pai da Mia... Todos estão em perigo... Todos eles, Miguel; começa a ter muitas dores de cabeça e tontura - Eles estão em perigo, precisam de nós... Eu posso sentir... E eu... Eu preciso do Diego ao meu lado... Agora... Antes que... Antes que Pluma Branca... Antes que os senhores das Sombras... Antes que...

- Antes que o que, Roberta? Quem é Pluma Branca? Que perigo eles correm? E o que os senhores das Sombras tem haver com tudo isso? Por favor me diga; ela desmaia mais uma vez - Roberta! Roberta! Meu Deus... O que será que ela pode ter visto? Qual foi a sua última visão, antes de desmaiar? E por que será que ela precisa tanto do Diego, agora?

Continua...

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