Minha missão termina aqui, para que a deles finalmente possa começar. Tudo está muito claro, como o Sol ao nascer, anunciando um novo dia. Ou a lua servindo de farol, para você e eu. Pois aqui termina a minha missão, para que a sua comece, e assim o mundo possa ser salvo mais uma vez.
No capítulo anterior...
- Sei o que está pensando; ela estava bem atrás dele, com sua respiração muito próxima do pescoço dele, o que o deixava ainda mais nervoso - E não está muito errado ao pensar dessa maneira, já que de fato nos conhecemos, e muito bem.
- Mas quem é você? - Pergunta ficando de frente para ela; não me lembro de já ter te visto antes de você salvar a Alma de mim...
- Tente de novo; ela diz isso de uma maneita mais do que desafiante, o provocando para que ele se lembrasse dela, como se de alguma maneira Reverte tivesse a obrigação de se lembrar dela - Force um pouco mais a dis mente, quem sabe assim você não se lembra de quem jamais deveria ter se esquecido...
- Roberta; ele a olhava incrédulo - Minha filha, mas não a desse tempo... Você é a viajante do tempo da profecia, a que estávamos esperando...
- Talvez sim... Talvez não; ela dá de ombros, se fingindo de indiferente, quando na verdade, estava bem longe de se sentir assim - Quem sabe, não é mesmo?
Agora...
- Você não precisa usar os seus joguinhos comigo, Roberta - Ele se aproxima dela e num movimento muito rápido, tira o capuz de sua cabeça - Não comigo, hija, que sempre soube que você viria.
- Já que você já sabe de tudo, olhe bem perto de seu coração, onde esteve a marca de Caim - Ele fez o que ela pediu, só que a marca não estava mais lá, onde deveria estar - Eu a removi algumas noites atrás - Tira o seu capuz e o entrega a ele - Minha missão está cumprida, eu os trouxe até os escolhidos, em segurança, mas a sua missão, Martín Reverte, meu pai - Ela o olha com respeito, antes de começar a se desintegrar em pleno ar - A sua missão está apenas começando.
- Mas para onde você vai? - Percebe que ela continua a sumir - Por que você está sumindo? Não entendo, ou talvez nem queira entender.
- Eu modifiquei o que seria considerado o passado de minha realidade quando os trouxe até aqui, Martin - Agora um de seus braços havia sumido por completo - Ou seja assim como no meu universo, não existe mais, eu também não existo e por isso estou sumindo, desaparecendo de vez, e para sempre, assim como os meus amigos sumiram um dia, para que o futuro de vocês, fosse bem melhor do que o nosso.
- Mas, Roberta - Antes dela sumir por completo, ele se aproxima dela - O que eu faço com esta capa? Eu não posso ficar com ela, como você bem o sabe.
- Não se preocupe, comigo, pai - Sorri para ele, prestes a sumir para sempre, na imensidão do espaço - Na hora certa, você saberá o que fazer com a capa, ou melhor dizendo, a quem você deve entregar a capa, quando for preciso, pois confio em você, pai...
- Prometo não falhar com você, filha, nunca mais - Ele segura a capa com força contra o seu peito, assim que a Roberta de uma realidade inexistente, sumia bem diante dos seus olhos - Não vou falhar dessa vez, eu juro, que não vou, hija.
- Senhor Reverte - Era Josy se apaixonando dele, com um Tomás bastante pensativo ao seu lado - O que aconteceu? Cadê a garota estranha de capa branca que estava com a gente? Onde ela foi parar? Por que está com a capa dela? E o que vamos fazer agora, que ela não está mais com a gente?
- Não precisa fazer tantas perguntas agora, Josy - Tomás começa já imaginando o que acabara de acontecer - Deixe o professor Reverte em paz, pois para mim está mais do que claro, que a nossa companheira de viagem, simplesmente, teve de ir.
- Como assim, teve de ir? Ir para onde, afinal? - Ela pergunta confusa - Ir ao banheiro, por acaso? É isso, professor?
- Aí, meu senhor, daí - me paciência com os ignorantes - Tomás estava sendo dramático, como sempre - Quando me tornei um guardião da humanidade, nem me passou pela cabeça, a possibilidade de ter de me tornar babá de leigos.
- Tá me chamando de burra, por acaso, Tomás? - Ela pergunta isso a Tomás, bastante furiosa, a ponto de parti - lo em dois - É isso mesmo? Ou acaso estou tendo uma alucinação, ou algo do tipo?
- Se a carapuça te serviu - Dá de ombros, meio metido - Não posso fazer nada.
- Já chega, os dois! - Martín, então, fica no meio de ambos, impedindo, assim, que os dois comecem a brigar, sem motivo nenhum - Esse lugar é bem pior do que eu me lembrava. É muito mais sombrio, e terrível - Fala cada vez mais perto de onde os escolhidos estavam sendo mantidos presos pelos senhores da sombras - Ele tira o pior das pessoas, as fazendo brigar entre si, para que assim a profecia do fim do mundo não seja interrompida, de maneira nenhuma.
- O senhor tem razão - Tomás, por fim, volta a si - Eu já tinha, até me esquecido disso, desse feitiço usado para confundir os guardiões da humanidade e os seis escolhidos para salvar o mundo da condenação eterna e final. Mas o que vamos fazer agora? Como vamos tirar os escolhidos deste lugar? E como vamos salva - los, se mal conseguimos ficar aqui do lado de fora, sem sermos influenciados pela mágoa do lugar e pego nas armadilhas de nossa própria consciência?
- Tenha muita fé, Tomás, e você também, Josy - Ele guarda o manto branco de Roberta, em sua mochila, atrás das costas - Até porque, algo me diz, que somente através da fé, vamos conseguir salvar os escolhidos.
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Roberta se sentia bem melhor, quase como se, de alguma maneira, tivesse sido curada por mágica, suas forças haviam regressado. Só que ela estava bem mais poderosa do que antes, suas visões estavam bem mais claras e nítidas, como se uma venda escura tivesse sido tirada de seus olhos.
Seus poderes estavam bem mais apurados do que antes, e a sua ligação com os escolhidos, em especial, a que ela possuía com Diego, estava muito mais forte. Quase como se um fio invisível tivesse surgido entre os seis, ligando as suas essências, de tal modo, que nada no mundo, poderia separa - los, mesmo que tentasse.
Já completamente recuperada de seu mal súbito, Roberta finalmente saiu da cama, depois de meses em um estado quase que vegetativo. Diego estava ao seu lado, adormecido, e ainda mais lindo, em seu completo abandono. Ele estava tão lindo em seu sono, que Roberta não resistiu, e acabou lhe roubando um beijo.
Ao sentir os lábios de sua amada nos seus, Diego soube e entendeu, que ela estava bem, melhor do que isso, que Roberta estava mais forte. E de que nada, e nem ninguém, ia conseguir separa - los, e que eles, como os jovens escolhidos ds profecia, iriam conseguir salvar o mundo.
- Finalmente você acordou, Roberta - Ele a abraça tão forte, que quase a sufoca no calor de seu abraço - Eu tive tanto medo de te perder, que você nem, sequer imagina.
- Acho que posso imaginar - Ela acaricia o rosto dele, com as pontas dos dedos - Já que na maioria dos sonhos que tive, quando estava mal, eu te perdia, e quase sempre que fechava os olhos para entrar no esquecimento, tinha muito medo de perder você mais uma vez.
- Começamos as coisas do modo mais errado possível, Roberta - Ele começa, sentindo sua pele se arrepiar, só de sentir o toque dela, suave como uma pluma, em sua pele, e o seu coração acelerado, sua pulsação num ritmo alucinante, por conta dela - Mas uma coisa é certa, mesmo que não existisse essa profecia, e a possibilidade do mundo acabar a qualquer momento, mesmo assim - Sua voz começa a falhar, e os seus lábios tremem, de tanta emoção que estava sentindo, naquele momento - Mesmo assim, eu te amaria, e te escolheria para ser minha, assim como eu sou teu.
- Eu também sinto o mesmo - Nisso o semblante dela começa a ficar triste, quase sombrio - Mas infelizmente o fim do mundo não é apenas uma possibilidade, e sim, uma realidade, a profecia existe, e é tão real, quanto você e eu, e ela pode sim nos separar, mesmo que, por uma fração de segundos, tenhamos pensado o contrário, Diego.
- É, eu sei, Roberta - A abraça mais uma vez - Mas mesmo assim, não me custa nada, sonhar com um mundo, onde eu nunca vou te perder.
Continua...
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Dias nublados de um futuro perdido...
Fiksi PenggemarA última esperança da Terra: parte 2 Ela atravessou o portal, mas antes que ele se fechasse por completo, ela pôde ver seu amor sorrindo, enquanto começava a virar pó... Ela viu com lágrimas nos olhos, o corpo de seu amor lentamente se desintegrar...