[angst] Ínfimo Infinito

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Kiyoomi não poderia amá-lo. Não da maneira que ele precisava.

Atsumu entendia perfeitamente o porquê.

Infelizmente, isso não impedia que o que sentia por ele dilacerasse o seu peito dia após dia.

[ín.fi.mo.: Adjetivo. Excessivamente pequeno, diminuto, diz-se do tamanho, dimensão, quantidade, volume ou peso]

[In.fi.ni.to.: Adjetivo. Sem fim; que não se pode terminar, finalizar; eterno. Que não possui limites, delimitações; infindo: o céu é infinito]

[SakuAtsu] [Sakusa Kiyoomi aroace] [Miya Atsumu allo] [angst] [fluffy] [amor verdadeiro] [MSBY]

***

Essa história foi escrita inspirada por uma conversa com uma pessoa que eu amo e é aroace. Essa mesma pessoa incrível, leu e validou a história, entretanto, sigo aberta para ouvir e aprender se eu tiver representado algo de maneira equivocada.

Tudo que eu escrevo pensando em você é assim, perfeito. Obrigada por tanto <3

***

Miya Atsumu acordou antes do despertador como já era costume. Suspirou ao ver o horário, e tentou afastar aquele que já se tornava o seu primeiro pensamento pela manhã: porque ele, porque não ele, porque tinha que ser assim.

Chegando ao treino, depois dos rotineiros cumprimentos e piadas sobre qualquer coisa minimamente engraçada entre ele, Hinata e Bokuto, Atsumu uma vez mais olhou para o armário vazio no final do corredor. Aquele para o qual antes ele sempre corria para oferecer um bom dia, um sorriso e dois dedos de conversa não solicitada mas que já eram parte do ritual. Ele recebia ocasionalmente um meio sorriso e meia dúzia de palavras, das quais agora sentia falta como se nenhum discurso pudesse substituí-las.

Sakusa Kiyoomi não era mais membro do MSBY. Ele recebeu uma proposta irrecusável de um time de primeira divisão norte americano e embarcaria no dia seguinte para um contrato inicial de 2 anos com altas chances de ser renovado.

Claro que todos estavam felizes por ele. Claro que Atsumu também deveria estar. Claro que ele se sentia um monstro egoísta por vezes seguidas desejar que aquilo fosse um pesadelo. Que tudo nos últimos meses fosse apenas um pesadelo.

_

Ele amava Kiyoomi.

Ele não estava apaixonado, tendo devaneios, nem apenas fisicamente interessado. Na verdade, adoraria que fosse apenas isso.

Infelizmente ele assistiu o sentimento crescer dentro dele de maneira desenfreada até que explodiu quando não podia mais contê-lo. Talvez, se tivesse pensado melhor em todas as variáveis antes, poderia ter encontrado uma maneira de contornar ou frear o que agora não sabia mais como arrancar de seu peito.

Era difícil dizer o momento exato em que tudo começou. Ser o único do time que estava perto o suficiente para ver as nuances de quem Kiyoomi realmente era, talvez tivesse contribuído para isso.

Foi apenas natural.

Eles se cruzaram por acidente em uma tarde correndo na rua e descobriram ali, um hábito em comum que seguiam em horários diferentes: correr até o limite da cidade, onde havia um mirante. Kiyoomi ia até lá ver o pôr do sol e Atsumu ia sempre ver o nascer do sol. Por ironia do destino naquele dia, ele teve uma insônia terrível, dormiu tarde e perdeu a hora pela manhã, decidindo então mudar a rotina. Ele só não esperava que tudo mais em sua vida mudasse a partir disso.

Depois de correr lado a lado em silêncio no primeiro dia, quando o sol enfim sumiu no horizonte e eles já se viravam para voltar, Atsumu questionou: "Tudo bem se eu começar a vir todas as tardes? Digo, junto com você?"

[SakuAtsu] Doce Obsessão [One-shots]Onde histórias criam vida. Descubra agora