[SakuAtsu] Doce Obsessão [One-shots]

[smut|bdsm] Ordem, rotina, repetição

Ordem, rotina, repetição. Essas três palavras e tudo ao redor delas mantinham o mundo de Sakusa Kiyoomi sob relativo controle. Ele tinha um plano para cada situação até que Miya Atsumu entrou em sua vida junto com uma tempestade e o desafiou a controlar algo além de si mesmo.

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Ordem, rotina, repetição. Essas três palavras e tudo ao redor delas mantinham o mundo de Sakusa Kiyoomi sob relativo controle. Lavar as mãos durante exatamente 57 segundos. Escovar cada dente 12 vezes. Trocar de máscara a cada duas horas. Tomar banho três vezes ao dia. Beber dois litros de água. Se alimentar de maneira saudável. Dormir oito horas por noite. Tocar a bola por um segundo e mandá-la para o mais longe possível. Repetir.

Nem todas as quebras o desestabilizavam. Quando ele sabe o que vai acontecer, seu planejamento impede que tudo desmorone. Um torneio em outra cidade dentro de um mês significa 30 dias para estudar o hotel, as rotas, a comida disponível, as pessoas ao redor, do que vai ter que abrir mão e como compensar sua ansiedade com algo bom suficiente para que não o engula.

Tudo no vôlei é sobre isso, exceções, trocas e regras. Nesses pontos o MSBY não é o pior lugar do mundo por mais que, na superfície, pareça ser. Kiyoomi sobreviveu a adolescência, a uma escola e a um time cheio de jovens em plena puberdade tentando entender como lidar com seus novos corpos, cheiros, vozes e desejos. Inclusive ele. Logo, um bando de adultos que são muito barulhentos e bagunceiros apenas no próprio espaço de seus armários, é suportável.

Bokuto sempre gritava bom dia mas o poupava de seus abraços matinais. Hinata carregava máscaras e álcool em gel para oferecer a qualquer um do time que começasse a espirrar. Barnes e Tomas respeitavam seu espaço e se revezavam dando bronca pela bagunça dos outros. Inunaki garantia a disponibilidade de toalhas limpas a cada pausa do treino. Atsumu parecia uma farmácia ambulante, sempre com um analgésico, colírio ou qualquer outra coisa que não precisasse de prescrição. E Meian marcava confraternizações em dois estágios: primeiro num café limpo e organizado, no qual Kiyoomi podia ao menos sentar à mesa sem se sentir desconfortável e depois em um bar cheio de gente e cerveja, ao qual Kiyoomi gentilmente declinava comparecer.

Ordem, rotina, repetição. Tudo seguia o plano habitual quando o time se despede para ir ao tal bar e Kiyoomi vai ao banheiro do café para lavar as mãos antes de ir embora. Quando está quase na saída, uma atendente o aborda.

"Com licença. Acho que um dos rapazes que estava com você esqueceu isso." Ela mostra uma pequena bolsa que só por ser movida minimamente faz barulho de plástico em atrito com plástico. Ele observa por alguns instantes o objeto que sabe claramente ser de Atsumu, e deduz que com certeza ele esqueceu seu kit de remédios depois de ter entregue um antiácido para Meian. Kiyoomi reluta um pouco mas confirma com a cabeça e estende a mão para pegar a bolsa. Seu momento de hesitação faz a moça soltar o objeto antes da hora e a bolsa cai. Kiyoomi suspira. Ele mesmo se abaixa e a pega de uma vez, logo em seguida agradecendo pois é a coisa certa a se fazer. Agora ele precisa de um plano.

Abrir a mochila com a mão limpa, pegar um de seus sacos descartáveis, colocar a bolsa dentro, guardá-la na mochila. Lavar as mãos.

Ok, funciona. Ele segue o passo a passo e lava as mãos por mais tempo do que o costume. Decide também lavar o rosto e trocar a máscara. Com uma das toalhas descartáveis ainda no rosto, ele ouve uma voz familiar e se pergunta se, em algum momento do dia, terá paz.

"Hey, Omi-Omi! A Nina disse que você está com a minha bolsa de remédios."

Atsumu encosta na parede do banheiro sem intenção de se aproximar, o que é um pequeno alívio pois ele tem gotas de chuva marcando sua roupa por toda parte. Oh oh. Kiyoomi responde que sim e sai do banheiro, entrega a bolsa dentro do saco descartável avisando que caiu no chão para que Atsumu não fique tão ofendido, o que parece funcionar.