[SakuAtsu] Doce Obsessão [One-shots]

[romance] Inestimável

Kiyoomi sabe que é um produto em uma vitrine prestes a ser comprado por quem der o maior lance. Gueixas e houkans têm o destino escrito em pedra e sua única chance de encontrar a felicidade é fugir, ou ao menos era nisso que ele acreditava antes de conhecer Miya Atsumu.

[SakuAtsu] [AU] [Sakusa Gueixa/Houkan] [Atsumu General] [Japão feudal] [fluffy] [slow burn] [romance] [paixão] [amor verdadeiro] [ciúmes] [leve smut] [guerra] [quase nada de angst mas colocando pra depois não me xingarem] [FINAL FELIZ]

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A fic se passa em um universo alternativo então apesar de ter elementos da época do Japão feudal, não é e nem pretende ser fiel a fatos históricos ou culturais ;)

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Kiyoomi estava praticamente em transe. Enquanto fazia os toques finais na maquiagem, seus olhos perdiam o foco ao pensar que era isso, havia chegado à beira do abismo. Não havia nada nem ninguém que o pudesse salvar agora. Anos planejando uma fuga, uma alternativa, um futuro diferente. Mesmo que soubesse que era em vão, sonhar nutria algo nele. Algo que estava prestes a morrer.

"Kiyoomi-san, a carruagem já está à sua espera." Sem bater, a senhora que basicamente criou todos que trabalhavam ali e era chamada por eles de mãe, passou pela porta com passos pesados. Suspirou desapontada ao ver que ele ainda não estava pronto.

Sem uma palavra, ela estendeu a mão aberta para Kiyoomi que entregou o pincel de maquiagem e fechou os olhos. "É o seu mizuage. Nada menos que perfeito é aceitável." Ela segurou o rosto de Kiyoomi no lugar com uma mão e terminou os traços finais da maquiagem com leveza. "Para sua roupa. Sua maquiagem. Seu cabelo." Em seguida ela aplicou a força para puxar o queixo de Kiyoomi e deixar clara sua mensagem. "E principalmente para o seu comportamento."

Ao não receber qualquer resposta, ela suspirou pesado tentando manter a calma. "Não preciso te lembrar da fama da nossa okiya. Da importância do nome e papel que você carrega, nem de quem é o seu cliente, certo?"

Kiyoomi apenas balançou a cabeça levemente negando. Não, ele não precisava ser lembrado de que havia nascido em uma casa de gueixas e houkans muito tradicional e de alto padrão. De que sua mãe, avó e todas as gerações das quais tinha notícia haviam servido ao mesmo propósito ali até a morte. De que ele era um tipo de produto raro e de que aquele que pagava uma fortuna por sua virgindade, era um general da corte do imperador. Um homem que o havia visto talvez uma única vez na vida, o suficiente para ser amaldiçoado pelo interesse dele.

Sem esperar mais nenhuma resposta, ela fez um sinal para que Kiyoomi se levantasse. Ele obedeceu e fez os últimos ajustes em seus cachos negros, presos no tradicional penteado shimada, com apenas alguns fios soltos. Enquanto isso, okaa-san fazia alguns retoques no kimono vermelho, uma vestimenta pesada e de alta qualidade com detalhes ornamentados em dourado e obi preto.

Ele enfim recolheu os itens que precisaria para a cerimônia e seguiu para a carruagem. Um houkan mais velho o acompanharia até a porta do cliente, uma medida de cautela que Kiyoomi julgava pouco necessária já que nessas cerimônias, a carruagem era aberta, feita para o expor como o produto que era para dezenas de curiosos que costumavam se unir em carreata até o destino.

Em uma que seria a primeira de várias pequenas surpresas daquele dia, Kiyoomi se deparou com uma carruagem completamente fechada e escoltada por soldados, provavelmente diretos do próprio general. Isso era muito curioso já que parte chave de um mizuage no qual o houkan ou gueixa era pago para ir até o cliente, era fazer da caminhada algo público, mostrando à sociedade a beleza e valor do prêmio alcançado. Kiyoomi não tinha ideia do que esse gesto poderia significar.