(Daniel)
A campanhia tocou e eu ainda tenho a esperança idiota de que seja ela, eu ainda tenho esperança de ve-la e de abraça-la. Porra! Eu sou mesmo um idiota, é claro que não é ela.
Não era ela e nem alguém que eu realmente esperasse, faz tanto tempo que eu nem percebi que sentia tanta falta da minha mãe.
- Não vai me convidar para entrar? - Minha mãe falou e deu o seu lindo sorriso maternal. Caralho! Como eu sentia falta dela. É nesses momentos que nos damos conta das pessoas que realmente amamos.
- Mãe! - Exclamei em surpresa.
Me joguei em seus braços. Isso soa muito afeminado, mas foda-se, ela é minha mãe.
- Por que você está chorando meu filho? - Nem eu mesmo me dei conta disso.
- É apenas a saudade. - Menti, não preciso encher a mente da minha mãe com as minhas merdas.
Depois do seu super abraço maternal ela entrou e logo foi me dando o olhar severo. Meu apartamento estava uma bagunça, e só tinham se passado três dias depois que eu descobri toda aquela merda, eu simplesmente não consigo fazer nada desde então. Eu só penso em como seria a minha filha e em como seria ver ela e a Eva juntas. Eu sei, eu sei, eu sou muito viajante!
- O que aconteceu aqui meu filho? E não venha me dizer que não é nada! - Minha mãe sentou no meu sofá e me puxou junto com ela. - Eu sou sua mãe, eu sei todos os sintomas de quando você não está bem, e o Marcos me ligou falando que você foi parar no hospital.
- Filho da puta! - Exclamei.
- Não fale assim dele, ele foi um ótimo amigo por me contar. Você sabe que eu sou muito exagerada, quase tive um treco na hora. - Ela sempre foi assim, muito dramática. - Estava entrando no carro para ir atrás de você quando ele me ligou de novo e disse que era melhor eu não ir, ele me tranquilizou um pouco, mas eu não dormi a noite toda. Você sabe como eu sou né?!
- Dramática? Sei muito bem! - Ela me deu um tapa no braço eu sorri, uma coisa que não conseguia fazer a tempos. - Por que não veio antes? Já se passaram três dias!
- É claro que eu vim, mas na primeira você estava completamente bêbado, eu te dei um banho e te coloquei para dormir.
- Meu Deus mãe! Você viu o meu pau! - Exclamei. Porra ela é minha mãe.
- Aaah pelo amor de Deus Daniel, eu vi seu pau por anos. Eu que troquei as suas fraldas.
- Só que agora eu cresci, e está bem maior.
- Não se preocupe garoto, você sempre foi bem dotado! Não é nenhuma surpresa pra mim que ele tenha ficado tão grande. Aliás você puxou o seu pai! Ele deve estar muito orgulhoso de você, deve estar se gabando lá no céu.
- Meu Deus, só a senhora para falar essas coisas pra mim e só a senhora pra me fazer rir assim! - Eu não conseguia para de pensar na imagem do meu pai se gabando no céu por causa do tamanho do meu pau.
- Agora vamos ao que interessa... O que realmente aconteceu? - Minha mãe falou mudando totalmente seu tom de voz e seu semblante agora é muito sério.
- É muita merda mamãe, não quero encher sua mente com elas!
Ela não tem nada que ficar ouvindo a merda dos seu filho tão dramático quanto ela.
- Quando seu pai morreu minha cabeça era um monte de merda e mesmo assim você ficou do meu lado, ouvindo as merdas que passavam por ela. Você nunca reclamou e nunca deixou de me ouvir. Nada mais justo do que fazer o mesmo por você. Então abra logo a porra dessa boca e me fale o que está acontecendo, eu estou mandando menino, sou sua mãe e mando em você.
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Tão Natural (Completo)
RandomEva Collins, uma jovem de 25 anos, teve um passado difícil com o abandono de sua mãe e seu pai caindo na depressão. Quando finalmente seu pai encontra um novo amor, Eva decide dar um rumo a sua própria vida, então, muda-se para São Paulo e começa a...