19° Capítulo

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(Eva)

Para Eva Collins.

Eu não parava de olhar para aquelas palavras, pareciam que estavam ecoando pela minha cabeça. Mas eu estava com medo, muito medo de abrir aquilo.

Hoje é o dia do Baile, na verdade daqui a algumas horas. Eu ainda não tive a coragem de abrir esse envelope. Eu tenho medo, eu tenho medo do que sinto por ele, eu tenho medo dele não me amar de verdade, tenho medo de acabar como o meu pai.

E por que ele me deu aquela carta, ele está namorando, eu o vi beijando aquela loira. Eu estou confusa. Não sei o que fazer.

Meu pai e Helena chegaram hoje, e estão hospedados no quarto da Mallu, infelizmente minha irmã não pode vir, tinha um casamento de alguma amiga para ir. Mas estou feliz que meu pai está aqui.

- Olá princesa. - Meu pai disse entrando no meu quarto.

- Oi pai.

- O que é isso na sua mão? - Ele perguntou ao ver a carta que o Daniel escreveu.

- Na verdade não sei, não tive coragem de abri-la.

- É do Daniel, não é?

- Sim... Mas eu tenho medo de abri-la e dele fazer o mesmo que a mamãe.

- Querida, olhe para mim - ele levantou o meu rosto para olhar para ele. - Não se prenda ao meu passado querida, viva o seu. Se arrisque, eu me arrisquei e conheci a Helena, e eu não me arrependo disso, imagine se eu não tivesse arriscado um novo amor, ainda estaria naquela merda, sem vida, ela me trouxe alegria - ele beijou minha testa. - Vá atrás da sua alegria.

- Mas eu não entendo. Ele está com outra pessoa, eu o vi beijando outra mulher. Então por que me mandar uma carta?

- Talvez você tenha tirado conclusões precipitadas dos fatos querida. Vá em busca da verdade.

Ele estava certo, a Mallu disse a mesma coisa. Eu vou atrás da verdade. E a verdade só o Marcos sabe.

(Daniel)

Passar a noite em claro não é nada bom, vou me lembrar de nunca mais fazer isso. Aliás vou me lembrar de não passar a noite em claro bebendo. Minha cabeça doi, meu corpo doi, tudo doi, mesmo assim estou pensando nela, se ela leu a carta, se ela automaticamente já me desculpou e se a qualquer momento ela vai bater em minha porta.

Como se alguém tivesse lido minha mente a companhia toca. Eu saio correndo do meu lugar e vou até a porta. Meu coração acelera quando coloco a mão na maçaneta, fecho os olhos e abro a porta.

Quando abro os meus olhos vejo um homem um tanto quanto parecido com a Eva, os mesmo olhos, o mesmo tom de cor dos cabelos, então ele sorri. O mesmo sorriso!

- Olá Daniel, sou o pai da Eva.

Eu fiquei sem reação no momento, eu só sabia olhar para ele com os olhos arregalados.

- Podemos conversar? - Ele perguntou.

- Ah claro, entre... Me desculpe é que... Esquece. - Eu não sabia como reagir, não tinha a mínima idéia do porquê dele estar aqui.

Depois de sentarmos no sofá um silêncio constrangedor nos atingiu. Eu olhava para todos os cantos menos para ele.

- Eu vou ser bem direto Daniel - ele quebrou o silêncio. - Eu estou aqui pela minha filha. Ela está sofrendo muito e imagino que você também está, é meio visível. - Qualquer um que olhasse para mim diria que esses não são os meus melhores dias. - Então eu quero que vocês parem com essa palhaçada de orgulho, ou seja qual for o motivo de vocês ainda não terem voltado, e se resolverem, por que eu não aguento mais ver a minha filha assim.

Tão Natural (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora