Mais que bons Amigos -12-

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Henrique sai do escritório indo para seu quarto. A porta se fecha. Olavo pega a garrafa de aguardente no mini bar e depois de um gole diz a sua esposa:

_ Você sabe que tudo isso é culpa sua, né?

_ Minha?

_ Sua, sua sim Olivia, por ficar mimando esses garotos, principalmente o Henrique. Se tivesse me deixado cria lo como eu queria...

_ Não vivemos mais no século passado Olavo, acha mesmo que as técnicas de castigo físicos impostas a você pelo seu pai surtiriam o mesmo efeito no Henrique? Com um clique, um poste em qualquer uma dessas redes sociais nós dois iríamos presos por maus tratos, agressões e linchados em praça pública parece que não acompanha as notícias.

Diz Olivia.

_ Então o que sugere? Que fiquemos sentados vendo nosso filho destruir sua vida e a reputação de nossa família e empresa?

Pergunta Olavo.

_ Não, só temos que ser mais espertos, mais astutos que ele.

Responde Olivia pegando o copo do marido e virando de uma vez o restante da bebida em seu copo.

_ Toc, toc!

Diz Clarisse batendo na porta do quarto do irmão e colocando a cabeça dentro do quarto.

_ Entra ai

_ Como você está? Papai pegou pesado? Não entendi o porquê do estresse.

_ Ele quer que eu me interesse mais pela empresa, até acho que ele não está errado de todo errado nessa parte, afinal a empresa é nossa né? Eu estava postergando para pensar sobre isso depois que eu terminasse a escola, mas talvez isso para meu pai demonstra falta de interesse.

_ Mas não é só por isso que ele está tão nervoso, não é?

_ Não - Diz o rapaz abaixando a cabeça - Acho que ele está desconfiado de mim e do Toni e não está nada satisfeito em relação a isso.

_ Bom, já sabíamos disso, mas o que planeja fazer? Já falou com o Toni?

Pergunta a irmã preocupada.

_ Não quero preocupar o Toni com isso, ele ja tem muita coisa com que se preocupar nesse momento.

Diz o rapaz.

_ Tem certeza? Não sei... Eu acho melhor vocês conversarem e deixarem as coisas claras. Talvez se vocês se assumissem de vez, afinal o que os nossos pais e os dele poderiam fazer? Proibir o namoro? Trancarem vocês dentro de um quarto? Você sabe muito bem que um não adiantaria e o outro é crime.

_ Não sei se nos assumirmos agora seria o melhor para nós.

_ Você não o ama?

_ Amo, claro que amo e sei que o sentimento é recíproco, mas só agora estamos nos permitindo sentir todo esse sentimento, mas não depende apenas de nos. Você diz que não, porém conheço nossos pais e os pais do Toni e sei que eles tem grande influência sobre nossas vidas.

_ Você é quem sabe, so tenha uma certeza, estarei sempre aqui para te apoiar.

_ Obrigado maninha, te amo!

Henri e Clarisse se abraçam sentados na cama e ficam assim por um tempo. Enquanto isso na minha casa eu no meu quarto ouvia meus pais discutindo no quarto deles e o motivo era Henri e eu.

Quando acordei na segunda feira meus pais estavam com cara feia para mim. O café da manhã foi em total silêncio. Quando eu ia saindo para a escola ja com a mochila nas costas meu pai diz para eu esperar que ele vai me levar eu questiono o porquê daquilo, ele diz que apenas me daria uma carona ja que estava saindo de viajem para entregar uma carga em outro estado e me questionou se teria alguma razão para eu não querer que ele me levasse. Eu digo que não apenas achei estranho ja que ele dificilmente faz aquilo. Voltei rápido para meu quarto fechei a porta e mandei uma mensagem para Henrique para que ele não ficasse me esperando na porta da escola.

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