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Lian sabia que cobiçar a mulher do próximo era pecado, mas não conseguia evitar, era visível no seu olhar, o seu interesse por Sarah.  Desde que a viu pela primeira vez, sentiu algo que jamais sentiu antes. Nem mesmo quando Diana o olhou. Como se ela o tivesse enfeitiçado.  Sarah tinha algo que as outras mulheres não tinham, um charme irresistível e indomável.

Que atraia Lian de uma maneira que ele não podia controlar.

—– Olá vizinha —  Ele disse educadamente,enquanto ela passava.

—– Olá — Ela respondeu apressada e sem muito interesse.

Ele inconformado com a sua má resposta, decidiu acompanha-la.

—– Onde está indo? aceita uma carona? — Ele ofereceu,desesperado por atenção.

—– Não, estou indo pegar o Kevin na escola, fica aqui perto —  Ele voltou finalmente os olhos para Lian que o fez estremecer — Mas obrigado.

—– Posso acompanhá-la até lá, se quiser — Ele falou com um tom de voz  submisso e atraente.

Ela parou por um instante e o fitou desconfiada e incomodada.

—– Eu não sei se você sabe, mas eu sou mulher casada — Ela exibiu o anel de brilhante no dedo.

—– Ok, me desculpe, então, só não queria deixar uma mulher bonita como a senhorita, andando por aí desprotegida

—– Não se preocupe comigo, o bairro é calmo, e apesar de saber me defender, quando eu precisar de algo, vou recorrer ao meu marido.

Lian se divertia com a grosseria de Sarah, como se achasse o fato dela ignorar um grande e perigoso desafio no qual ele não estava disposto a desistir.

—– Ok, vizinha, vou deixá-la em paz —  Ele parou dando assim espaço para Sarah caminhar livremente.

—– É o melhor que você pode fazer — Ela falou e seguiu atravessando a rua radiante,  deixando Lian, perplexo e encantado ao mesmo tempo.

Ele voltou para trás e entrou em sua casa, rindo de si mesmo, e pensando em como aquilo era arriscado.  Sarah era uma mulher atraente e difícil, sem contar que era casada com um homem que não foi muito com a cara dele desde o início, mas ele não demonstrava estar nenhum pouco preocupado com essa situação, ele apenas queria satisfazer aquele estranho desejo que havia surgido do nada dentro dele.

Mas ainda tinha Kevin,o garoto que causou tudo isso, a cena do cachorro ainda o intrigava, e ele já ouviu falar diversas vezes que animais costumam pressentir o perigo,  e aquele cachorro parecia latir para algo além de um simples garoto.

E sim, algo muito obscuro.

Ele decidiu voltar na casa de  Marjorie naquela tarde para explorar novas pistas, mas quando ele estava prestes a  entrar no carro, o telefone tocou.

—– Alô?

—– Lian, sou eu,  a diretora do orfanato,  por acaso a Diana está com você?

O Garoto do Lago ( Conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora