Lena problema x Kara solução

Capitulo 48 - 4° fase: capitulo 12 - Aprendendo

Kara's POV

- Como? – Balançou a cabeça, aturdida. – Eu não acredito! – Irritou-se. – Não acredito! Como ela pôde me trair?!

- Calma aí! – Me aproximei. – Quem disse que ela te traiu? Helena me garantiu que não aconteceu nada entre elas. Cara, eu não acredito que Maggie seja capaz de algo assim. Só porque a Bertinelli está interessada nela, não significa que sua garota esteja retribuindo.

Minhas palavras não surtiram o efeito que eu esperava. Alex continuou alterada,
andando de um lado para outro. Não queria ter bombardeado minha irmã daquela forma, mas, infelizmente, não havia outro jeito. Não consegui achar as palavras adequadas, se é que existiam. Seu sofrimento era visível e isso me incomodou.

- Já faz um tempo que tenho notado Maggie indiferente e distante. Agora eu sei por quê. No fundo, acho que já esperava por uma coisa assim. Acredito que exista algo entre as duas. Podem não estar juntas, mas devem estar há um passo disso.

Ela socou o ar, revoltada, grunhiu algumas frases ininteligíveis e a esperei extravasar.
De repente, me encarou enfurecida.

- Há quanto tempo sabe disso?

- Há algum! – Confessei, baixando a cabeça. – Estava procurando um jeito de te contar, mas...

- Mas esperou até que a situação ficasse caótica! – Completou.

- Desculpe! – Me sentia tão mal que nem soube o que lhe dizer. Metade de mim se
sentia traindo Helena e a outra metade, Alex.

- O que me preocupa nem é a Bertinelli, e sim, a Maggie. – Sentou-se, abatida. – Não me perdoou completamente por ter desconfiado dela em Veneza. Isso se tornou uma barreira entre nós. Não ficamos mais juntas como antes.

Sentei ao lado dela.

- Isso é definitivamente um problema! Entendo que ela é sua primeira namorada e que se sente insegura por vários motivos. Só que não pode deixar o medo que tem de perdê-la se transformar em desconfianças sem fundamento. – Hesitei antes de lhe falar a verdade. – Acredito que o grande problema não é nem Helena, nem Maggie, e sim, você!

Ela me encarou, com os olhos marejados.

- Não posso perdê-la, Kara!

- Então, está na hora de mudar, cara! Sempre te aceitamos como é, só que agora, precisa se transformar de dentro para fora. Se Maggie é tão importante para você como fala, qualquer mudança valerá a pena, acredite! – Suspirei. – Se me permite dar um conselho, volte para Hanover diferente. Não deixe mais sua insegurança minar sua felicidade. Chegue até ela e se mostre segura, capaz, demonstre que pode protegê-la. Garotas gostam disso! – Pus uma mão em seu ombro. – Precisa tomar as rédeas da sua vida. –Sorri sem querer. – Confronte seus medos interiores e vença! Depois, vá até sua namorada e lhe mostre que você confia no seu taco!

Alex assentiu.

- Preciso de um tempo para pensar, um tempo comigo mesma. – Senti que ela entendera bem o que falei sobre o problema estar nela.

- Tudo bem. – Caminhei até a porta. – Se precisar de qualquer coisa, por favor, conte
comigo. – Não queria deixá-la, mas precisava.

Tinha esperanças de que Alex se encontrasse. A insegurança sempre foi uma sombra em sua vida.

Ela apenas olhou para a janela, pensativa.

Maggie's POV

Voltava do supermercado, quando encontrei Helena encostada na parede, em frente à porta do meu apartamento.

- Olá! – Cumprimentei sorrindo.

- Oi. – Respondeu, vindo me ajudar com as sacolas.

- A galera viajou. – Falei, imaginando que talvez estivesse procurando por Kara.

- Sei disso. – Entrou no apartamento comigo.

- Vamos almoçar? Comprei muita comida congelada.

- Comida congelada? Hum, minha preferida! – Brincou. – Por que não retornou minha
ligação ontem?

- Estava ocupada com os últimos detalhes da inauguração da Boutique.

- Preciso conversar com você. – De repente, seu semblante obscureceu.

- O que foi? – Me assustei, largando bolsa e compras no sofá.

- Droga! – Passou a mão pelo cabelo. – Não sei como fazer isso!

- Isso o quê?

- Desconfio do porquê de Kara ter levado Alex até Midvale. – Parecia chateada. –
Então, eu prefiro te contar antes que saiba através delas.

Sem entender, me aproximei para confortá-la.

- Diga-me o que está havendo!

Bertinelli me deu as costas e caminhou pela sala, lutando contra um inimigo invisível.

- Não sou boa com palavras. – Grunhiu.

- Helena! – Insisti.

Seus olhos azuis pousaram sobre mim, melancólicos e, ao mesmo tempo, tensos.
Encurtou a distância entre nós com alguns passos largos.

- Estou há muito, muito tempo planejando te dizer que...

- Que...?

Rosnou, afastando-se.

- Meu Deus, Helena, o que você tem? Nós somos tão boas dialogando, quebramos tantas barreiras nesse último mês! Por que agora não consegue conversar comigo?

- É justamente por isso, Maggie. Nós somos muito boas juntas.

Fui até ela, sorrindo.

- Sim, disso eu já sei, bobinha!

Bertinelli segurou-me pelos ombros. Fiquei pequenina diante dela, mas isso não me
intimidava nem um pouco.

- Posso te mostrar, ao invés de falar? – Engoliu em seco.

- Deve! – Incentivei.

O que eu não esperava é que ela fosse me agarrar, pressionando seus lábios nos meus, com um furor que me deixou sem ação.

Arregalei os olhos, primeiramente chocada, depois, foi que entendi o que ela estava
querendo me dizer. Enquanto sua boca esmagava a minha, tentei respirar em meio à confusão. Tentar me desvencilhar era humanamente impossível. O beijo de Helena era abrasador, intenso e cheio de confiança. Era algo tão diferente do que eu estava acostumada, que, por um breve momento, cedi. Logo depois, me desesperei.

Alex! Alex! Meu Deus! Alex!

Soltei um grito abafado contra os lábios dela e isso a fez se afastar, cautelosa.

- É isso que vim te dizer! – Ergueu as mãos, mostrando que não repetiria o ato.