Estive pensando se seu coração ainda está aberto
E se estiver, quero saber que horas ele fecha
Se acalme e prepare seus lábios
Sinto muito interromper, é que apenas estou constantemente à beira
De tentar te beijar
Mas não sei se você sente o mesmo que eu sintoArctic Monkeys
Já se passava das dez horas da noite quando Remus adentrou a biblioteca já fechada. Empurrou a porta em um movimento mínimo, silencioso. Depositou sua bolsa sobre uma das mesas, acendendo a luminária antes de retirar um punhado de folhas amassadas e livros, os depositando sobre a superfície de madeira.
Em um movimento rápido, puxou as folhas analisando as escritas garranchadas e começando a anotar sobre o único pergaminho que não se encontrava amassado. Com cautela suspirou, estava tarde e era um sábado. Não era o típico sábado que tinha normalmente. Saia de casa na companhia de algum amigo ou até mesmo sozinho enquanto deixava o álcool adentrar suas veias após algumas dozes em um bar qualquer. Deixou seu punho ir de encontro ao queixo enquanto tentava focar sua mente nas anotações para a próxima aula, só assim parou para observar a biblioteca que sempre vivia lotada de alunos, agora totalmente vazia e silenciosa.
Passeou o olhar pelas estantes empoeirada que se lembrava tão bem. Sirius costumava incomoda-lo junto de James enquanto tentava estudar na sala comunal, então fugia para a biblioteca, mas ainda sim o rapaz o achava e levava-o para atormentar a vida dos outros alunos. Foi então que percebeu um único ponto de luz presente no local, quase imperceptível.
Um pouco atrás de si, ao lado das grandes janelas a garota mantinha sua total a um livro grosso e velho. A luz fraca não era vista da porta de entrada da biblioteca, um ponto inteligente e estratégico para quem não queria ser visto. Lupin sentiu sua boca secar e sua frequência cardíaca levemente se acelerar. Observou-a anotar algo em um pergaminho e arrumar cuidadosamente o cabelo que caia sobre o rosto atrás da orelha.
Remus se deixou notar cada detalhe perceptível com aquela pouca luz. Os cabelos tão pretos que quase se camuflavam com a escuridão, contrastavam com a sua pele levemente bronzeada, fazendo suas bochechas e o topo do nariz se colorir levemente por conta do sol. Os olhos azuis quase não eram vistos pela posição em que estava sentada, mas podia se notar os lábios grossos levemente molhados pela saliva que os umedecia constantemente.
Cogitou falar com ela, comentar sobre algo qualquer. Queria ouvir sua voz e entender o que era aquela intriga que seu cérebro tinha todas as vezes que a via. O imã que o puxava para ela, parecia tê-lo enfeitiçado. Não podia negar que a achava atraente, mas sentia certa pontada de culpa na boca de seu estomago sempre que se dava conta que ele era seu professor e ela aluna.
Abriu sua boca na tentativa de afastar seus pensamentos, mas sua voz parecia tão longe de seus lábios que nenhum som habitava mais seu corpo. Apenas viu o momento em que a garota se mexeu desconfortavelmente na cadeira, antes de descolar seu olhar do livro para a direção em que ele estava uma expressão surpresa tomou conta de seu rosto enquanto observou o homem por alguns instantes.
- Não está tarde para estar fora da cama? – sentiu sua voz sair baixa, rasgando sua garganta ressecada a cada silaba proferida.
Ela sorriu, sem mostrar os dentes enquanto lançava o olhar para o chão, antes de se voltar para ele.
- Esse é o melhor horário para estudar, não tem um único barulho sequer – a garota comentou sentindo suas bochechas queimarem.
- Não posso presumir que a senhorita gosta de quebrar as regras da escola e invadir a biblioteca no meio da madrugada? – sugeriu vendo um pequeno riso irônico surgir nos lábios dela.
- Não sou a única que está quebrando as regras, senhor – virou seu corpo na cadeira cruzando as pernas involuntariamente – Aposto que o professor Snape diria que estar fora da cama essa hora da noite não é, digamos que a melhor forma de dar exemplo aos alunos – um sorriso surgiu no rosto do professor que acenou levemente.
Ela o fitou, como sempre fazia. Seus olhos tão azuis o olhando com tamanha profundidade que parecia que estava lendo cada pecado cometido por ele. Remus respirou fundo discretamente enquanto sentia seus pelos se arrepiarem, voltou seus olhos a ela que mantinha o sorriso.
- Se não quer ser pego por alguém, sugiro que pegue as mesas a partir do terceiro corredor. Não dá para ver nenhum reflexo da luminária na visão de quem entra - comentou fechando seu livro e arrumando seus cabelos para trás preguiçosamente.
Remus assentiu sem pensar muito, pegando suas coisas desastradamente e as levando para uma mesa próxima da que ela se encontrava. Colocou-as desajeitadamente enquanto permanecia de pé arrumando a roupa que amassara levemente. Sentiu o olhar da garota queimar sobre si, enquanto acariciava a barra de seu suéter, se voltou envergonhadamente para ela que também se levantou.
Ela enfiou suas coisas na mochila a fechando e a jogando sobre os ombros. Arrumou a saia do uniforme e sorriu envergonhadamente na direção do homem.
- Tenha uma boa noite, professor Lupin – acenou com a cabeça enquanto passava por sua mesa.
- Não estamos na sala de aula senhorita Parker, pode me chamar de Remus – comentou em um meneio de cabeça fazendo a mesma se virar para olhá-lo.
- Certo, Remus – se aproximou da porta enquanto se virava pela última vez – Me chame de Amélia!
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Olá amigos! Como estão?
Sei que o capítulo ficou minúsculo, mas prometo que o próximo vai ter uma surpresa!
Beijos :*
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Dear Professor - Remus Lupin
Любовные романыDear Professor - Uma história de Remus Lupin. Após anos de um relacionamento conturbado que teve como resultado divórcio. Remus Lupin resolve recomeçar ao iniciar a sua carreira como professor de Defesa Contra Artes das Trevas, mas ele não esperava...