Dear Professor - Remus Lupin

Capítulo 14 - Lobisomem

Quando sentir minha falta, feche os olhos
Posso estar longe, mas nunca fui embora
Quando você cair no sono hoje à noite
Só se lembre que nos deitamos sob as mesmas estrelas
- Shawn Mendes -

Amélia despertou calmamente. Seus olhos tentando se ajustar às luzes da enfermaria. Sentia que sua pele estava gelada e mesmo com o cobertor que a cobria, ainda sentia que o inverno a congelava contra a cama. Madame Pomfrey percebeu o desconforto da garota e logo se adiantou em envolvê-la em mais uma coberta. Pegou um copo com água a ajudando a se sentar e com um sorriso amoroso nos lábios ajudou Amélia a bebericar o líquido.
Assim que sua mente se ajustou por completo sobre o lugar onde se encontrava, observou a enfermaria vazia. Apenas uma figura dormindo profunda e desconfortavelmente contra o pequeno sofá aparecia em seu campo de visão. Archie deixava sua cabeça pesar para trás enquanto suspirava calmamente abraçando seu próprio corpo. Não havia sinal de Remus ou de alguém além deles e de Madame Pomfrey, a qual ainda mantinha um olhar cuidadoso sobre a garota.

- Como está se sentindo, minha querida? - ela perguntou levando sua mão gentilmente até os cabelos da garota, os afastando de seu rosto.

- Meu corpo dói - sua voz saiu rouca, queimando sua garganta com as palavras.

- Eu imagino que esteja, mas tenho certeza que é passageiro. Você chegou até aqui em um estado grave, quase pensei que não sobreviveria. Engoliu uma quantidade significativa de água - sorriu levemente tocando o polegar na bochecha da garota.

Amélia permaneceu em silêncio aproveitando de todo o carinho que a curandeira lhe oferecia, mas a mulher ainda mantinha um olhar triste no rosto. Seus olhos se intercalam entre a garota sentada na cama de campanha e o garoto escorado no sofá de couro. Gostava de ver todo o cuidado e carinho que eles tinham um pelo outro. Eram tão diferentes, mas tão iguais em alguns aspectos que deixava visível que viviam um pelo outro.

- O Professor Lupin chegou com você às pressas. Nunca o vi tão desesperado em todos os meus anos trabalhando aqui. Ele passou todos os dias ao seu lado, chegou a pedir remédios para dor nas costas por ter dormido tantas horas nesta poltrona - o peito de Amélia se aqueceu ao ouvir o nome de Remus.

- Ele se machucou? - Amélia perguntou sentindo suas bochechas corarem.

- Não tinha nenhum machucado muito grave. Ele fez questão de que você fosse cuidada primeiro e só deixou ser atendido quando se certificou de que a senhorita estaria bem. - Madame Pomfrey deixou um suspiro pesado sair de seus lábios enquanto encolhia os ombros tristemente. - Pobre Remus, cuido dele desde criança e nunca imaginaria que as pessoas poderiam ser tão maldosas com um coração tão bom.

- Como assim? Aconteceu alguma coisa? - as sobrancelhas de Amélia se juntaram em confusão e Pomfrey se levantou.

- Esqueci que estava desacordada durante todos esses dias - balançou a cabeça com um sorriso triste em seus lábios. - O professor Lupin precisou ser convidado a se retirar das suas atividades como docente. Após os eventos do baile, um dos alunos viu o ocorrido e informou aos seus pais que não gostaram nada do que ouviram - Amélia sentiu sua frequência cardíaca aumentar drasticamente, um nó se formou em sua garganta.

- Eventos? - sua voz tremeu assim como o resto de seu corpo.

- Minha querida, o professor Lupin é um lobisomem. Dumbledore teve que recorrer sobre a alegação de que a licantropia era uma ameaça aos alunos - respondeu antes de se retirar para arrumar algumas caixas de remédios.

A cabeça de Amélia girava. Seus olhos quase não conseguiam segurar as lágrimas que ameaçavam cair, mas precisou engolir em seco ao ver que o Professor Snape se aproximava com Dumbledore em seu encalço. Remus adentrou o logo segundos depois, mantendo seus olhos sobre os sapatos enquanto se aproximava lentamente. Apesar de sua mente estar completamente grudada na figura do amor de sua vida há alguns metros de sua cama, precisou desviar o olhar para enfrentar seu professor de DCAT e Dumbledore.