Capítulo 17 - Uma nova cidade

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- ONDE ESTÁ A AMÉLIA? - Arthur tentou segurá-lo, mas Remus se afastou totalmente tropeçando nos próprios pés enquanto suas costas bateram contra a parede que dividia a sala da cozinha.

A cabeça de Remus girava. O coração batia fortemente contra as costelas enquanto sua respiração parecia sumir de seus pulmões. Seus olhos ardiam, lacrimejavam com todo e qualquer pensamento que passava por sua cabeça. Eles queriam Amélia, se eles a tivessem pego... Ele não se perdoaria por ter ido sem ela. Ele deveria ter procurado, deveria ter se enfiado no meio das pessoas e a trazido em segurança.

- Professor Lupin? - a voz de Hermione o chamou de longe, mas sua visão estava embaçada demais pela pressão que seu corpo fazia para respirar. - Respire fundo professor. Só respire! - sua voz parecia tão distante dele, mas ainda assim ele se esforçou para puxar o ar fortemente para seus pulmões.

- Eu... Eu não deveria ter saído sem ela - seu pescoço doía em tensão e uma lágrima resolveu escorrer por sua bochecha.

Molly o olhou sem saber o que fazer. A cabeça de Archie voltou para o seu colo enquanto o menino quase desacordado respirava pesadamente. Joseph conseguiu fechar o corte na barriga do filho, mas o corpo dele ainda estava fraco demais pela quantidade de sangue perdida. Hermione, mesmo sendo uma das mais novas, parecia ser a única a controlar a adrenalina do acontecimento. Ela se levantou indo até a cozinha e enchendo um copo de água antes de voltar e entregá-lo para Remus, o forçando a beber e se sentar no chão.

Charlie observava a cena da sala segurando Gina pelos ombros enquanto a garota escondia o rosto em seu peito. Sabia do potencial de Amélia, mas não podia deixar de lado a ansiedade que assolava o seu peito ao ver que ela e Sirius não estavam ali. Contava cada segundo, cada respiração na esperança de vê-la passando pela porta.

Um estrondo foi ouvido do lado de fora, se misturando com o barulho da chuva forte que caía. Em um baque a porta foi empurrada com toda a força por Amélia e Sirius que se seguravam um no outro para se manterem de pé. Os cabelos molhados poderiam ser o que mais chamariam atenção se não fosse pela ausência de cor em suas peles. As respirações ofegantes e os olhos arregalados de Sirius assustaram todos ali. Arthur se adiantou para ajudar o homem a se sentar no chão quando Amélia levava as mãos até o rosto em um longo suspiro.

Remus sentiu como se uma injeção de adrenalina começasse a queimar a sua coluna quando viu a figura da garota diante de si. Tão apavorada que nem sequer o notara ali. Sem ao menos olhar seus movimentos, entregou o copo na direção de Hermione e se levantou, apoiando os braços na parede como sustentação, mas logo aumentando suas passadas na direção dela.

Sentiu seu coração parar por um momento quando seus braços a envolveram fortemente. O cheiro do perfume dela se misturando com a água da chuva e a grama molhada adentraram seus pulmões. As mãos trêmulas envolvendo o rosto dela, tocando toda a extensão de suas bochechas. Os olhos azuis dela derramavam lágrimas grossas deixando a ponta de seu nariz avermelhado. Ele a fitou por um momento, em completo silêncio, assim como o resto do cômodo.

Seu corpo se aqueceu com uma única certeza em mente. Ele a amava e isso era o suficiente para a sobrevivência dele. Ela o olhou intensamente. O peito subindo e descendo junto do tremor de seus membros e quando menos percebeu, os lábios de Remus estavam colados nos seus. As mãos dele segurando seu rosto firmemente enquanto os dedos dela seguravam o tecido fino da blusa dele com força, sentindo a ponta de seus dedos esbranquiçada.

Os olhos de Molly se arregalaram assim como os de Joseph com a cena. Arthur prendeu a respiração por um momento lançando o olhar para a esposa. Joseph se levantou no exato momento em que os lábios de Amélia e Remus se desgrudaram, mas Charlie correu em sua direção o segurando pelos ombros.

Dear Professor - Remus LupinOnde histórias criam vida. Descubra agora