Capítulo 15 - Indiretamente...sim

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O mundo não é perfeito, mas não é tão ruim assim
Se temos um ao outro e isso é tudo que temos
Eu serei sua amante e segurarei sua mão
Você deveria saber que estarei lá por você
Alec Benjamin

Remus sentiu suas costas doerem. Ainda enrolado nas cobertas felpudas e com o rosto afundado sobre os travesseiros enquanto sentia seu corpo ainda cansado do dia anterior. Havia passado horas e mais horas visitando apartamentos pelas proximidades e não havia encontrado nenhum que realmente o agradasse. A verdade era que nenhum daqueles lugares o fazia imaginar Amélia apreciando cada cômodo. Tudo era sem graça demais e não combinava com toda a luz que ela trazia para a sua vida.

Se sentia um bobalhão em ficar pensando nisso. Não tinha a mínima previsão de morarem juntos ou algo do tipo, mas ele não conseguia parar de pensar por um segundo sequer de como seria se estivessem juntos por completo. Dividindo cada minuto dos seus miseráveis dias ao lado um do outro sem ao menos sentir medo de que todos à sua volta descubram sobre eles.

Sentia uma falta gigantesca de Amélia, ele nunca imaginou se sentir assim, mesmo após o seu divórcio. Sentia falta de vê-la todos os dias, de acordar ao seu lado, de fugir pelas redondezas do castelo apenas para quase serem pegos aos beijos por Hagrid. Tinha algo de especial na adrenalina que ela trazia para o seu corpo, mas era algo que ele jamais conseguiria explicar. Desde então se contentava com a companhia de seu melhor amigo que o recebera na antiga casa dos seus pais por tempo indeterminado.

Sirius era o oposto dele em quase todos os sentidos. Era e sempre seria o amigo galinha que não passa um final de semana sem alguém diferente acordando em sua cama, seja homens ou mulheres, Remus parecia se acostumar com rostos novos se esgueirando pelos corredores após mais uma noite de baderna.

Porém, hoje era um dia diferente e seria o dia em que veria o rosto da garota que fazia o seu coração acelerar após tanto tempo longe. Hoje finalmente era natal e Amélia o receberia em sua casa para uma tradição de família.

Segundo a garota, a festa de Yule era uma comemoração diferente para sua família. Era algo íntimo e apenas para pessoas próximas, algo diferente das festanças dadas pelo seu pai durante as temporadas de jogos.

Remus contava as horas para finalmente vê-lá. Se vestiria com suas melhores roupas e acalmaria seu coração inquieto pela falta dela.




- Amélia querida, acha que está torto? Toda vez que eu mexo parece ficar ainda mais para o lado - a voz de Tia Magnólia soou para a garota que estava distraída colocando alguns últimos enfeites no enorme pinheiro.

A garota se virou para olhá-la. Seus cabelos estavam presos em duas pequenas tranças, mas que voavam com o vento do fim da tarde. Observou as fitas milimetricamente alinhadas que sua tia havia colocado para enfeitar a fachada do casarão.

- Estão perfeitas - comentou e a tia suspirou guardando a varinha no bolso de sua calça clara.

- Está bem. Pode ajudar seu pai do lado de dentro? Ele sempre faz a maior bagunça tentando acender as lareiras.

- Sim, senhora - beijou uma das bochechas da mulher antes de seguir portas a dentro.

Seu pai já havia terminado de arrumar as lareiras e bebia uma dose de conhaque sentado sobre um dos sofás de couro marrom. Um de seus tios tomava sua atenção enquanto conversavam animadamente sobre quadribol.

Alguns elfos domésticos arrumavam os últimos ajustes da mesa de comidas e enchiam barris de vinho sobrepostos perto das janelas. Seu pai havia jogado um feitiço sobre as proximidades da propriedade fazendo com que a temperatura permanecesse agradável durante toda aquela noite. Estando ali era quase difícil lembrar que estavam no inverno.

Dear Professor - Remus LupinOnde histórias criam vida. Descubra agora