Deitado no silêncio
Esperando pelas sirenes
Sinais, quaisquer sinais de que ainda estou vivo
Eu não quero enlouquecer
Eu não estou conseguindo passar por isso
Ei, eu deveria rezar?
Deveria me refugiar
- James Arthur -A noite acabava de cair enquanto Remus e Amélia caminhavam na direção da casa dos gritos. Tudo indicava que aquela noite seria de lua cheia e por conta disso, Remus carregava uma sacola com correntes e mais algumas outras coisas para que pudesse passar a noite no local. O clima não estava tão frio como nos outros dias, mas ainda podia-se sentir o vento gelado batendo forte contra os casacos deles.
Amélia não gostava daquela ideia. Deixar Remus sozinho e amarrado em um lugar terrivelmente bizarro como aquele, mas ele parecia não ligar. Ele apenas mostrava uma expressão cansada como se quisesse que aquela noite acabasse logo.
Remus empurrou a porta velha com os ombros, fazendo um som agudo sair com a ação do vento. Agora ela entendia o porquê do nome, o barulho dos ventos ecoando dentro da casa pareciam com gritos agudos.
O cheiro de poeira misturado com madeira podre invadiu os pulmões dela fazendo com que Amélia subisse seu cachecol para cobrir sua boca e nariz. Os degraus rangiam a cada passo dos dois e só então chegaram a uma espécie de quarto. Uma cama velha tomada pelos cupins estava a ponto de desabar, ficava mais ao canto assim como alguns móveis também aos pedaços, algo que um dia se pareceu com uma escrivaninha e um armário que desabou levando uma parede consigo.
Amélia lançou um olhar pesado para Remus. Ele caminhava de um lado para o outro, prendendo as correntes em lugares que a madeira ainda não havia apodrecido. Amélia enfiou as mãos dentro da bolsa tirando um cobertor e vendo Remus se sentar ao centro do quarto. Ela se aproximou, envolvendo o cobertor sobre os ombros dele e se abaixando até a altura dele.
- Não acho que vou precisar disso, amor - ele riu de leve lembrando que em algumas horas estaria com o corpo coberto de pelos. Amélia apenas respirou pesadamente. - Ei. Eu vou ficar bem - ele disse segurando o rosto dela entre as mãos. Ela levou os dedos até as cicatrizes do rosto dele, passeando o dedo pelas marcas levemente.
- Odeio te ver assim - exclamou sentindo os olhos marejarem e ele negou beijando sua testa.
- É o melhor a se fazer. Não quero machucar você, nem ninguém - selou seus lábios lentamente. Amélia assentiu. - Agora, me amarre o mais forte que você conseguir.
A garota envolveu as correntes em volta de cada um dos pulsos de Remus, se certificando de que ele não conseguiria se soltar. Seus olhos voltaram para o rosto dele, segurando-o e o beijando intensamente.
Remus suspirou pesadamente contra os lábios dela e se inclinou para beijá-la novamente antes que ela se levantasse. Amélia bateu as mãos nas roupas e acenou tristemente enquanto seguia até a saída.
- Se divirta no baile! - Remus gritou e ela se virou olhando Remus pela última vez.
- Vou fingir que você não disse isso - exclamou trancando a porta.
Amélia terminou a última frase de seu livro, fechando-o e o jogando sobre a mesa de cabeceira. Deu um longo suspiro enquanto deitava a cabeça contra o travesseiro, o rosto sendo tapado completamente pela fronha. O rádio tocava uma música calma, mas que só fazia com que ela tivesse mais vontade de dormir.
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Dear Professor - Remus Lupin
Roman d'amourDear Professor - Uma história de Remus Lupin. Após anos de um relacionamento conturbado que teve como resultado divórcio. Remus Lupin resolve recomeçar ao iniciar a sua carreira como professor de Defesa Contra Artes das Trevas, mas ele não esperava...