Seattle, WS, Estados Unidos
1 de setembro de 2018
Só repetiria alguns de seus costumeiros documentários que tanto o prendiam não importa quantas vezes os viam e depois iria dormir, talvez dormisse ali mesmo no sofá caso o sono aparecesse antes de ir para a cama. Andava tão exausto com os últimos dias que certamente dormiria em qualquer lugar, havia se acostumado a dormir pouquíssimas horas e em lugares extremamente desconfortáveis, sua profissão exigia aquilo dele, ainda assim não se importava com as horas erdidas, mas também não negava quando podia ter uma boa noite de sono. As épocas de festividades sempre lhe traziam dores de cabeça, o fim de ano sempre ocasiavam mais acidentes e as imprudências dos jovens muitas vezes os custavam muito caro, até mesmo à ele que por juramento não poderia negar tratamento à pessoas inconsequentes. Ele também deveria estar entusiasmado com a chegada do natal e reveillon, mas todos os anos passavam horas na clínica atendendo adolescentes alcoolizados que insistiam em causar os acidentes, não somente no trânsito, mas também tirando a vida de pessoas inocentes. E era por esse fato que resolveu cursas medicina, salvar as vidas de pessoas inocentes e não filhinhos de papai que acabaram de ganhar um carro novo.
- Como se fossem a droga dos donos do mundo.
Bufou irritado ao pegar o controle da televisão e aumentar o volume do jornal que noticiava mais um acidente, não costumava assistir aqueles noticiários mas a proporção das cenas o deixaram curioso. Neste, um veículo havia caído em uma ribanceira após colidir com um caminhão, três envolvidos, dois homens e uma mulher. Apenas de analisar a situação do veículo através das imagens Madara teve a certeza de que nenhuma das vítimas poderiam ter sobrevivido, o penhasco íngreme em que caíram transformou o carro em uma bolinha de papel amassada, completamente com perca total. No entanto, ficou surpreso ao ouvir da repórter as seguintes palavras: " — a garota não identificada, ainda luta por sua vida na esperança de chegar a tempo no hospital mais próximo!".
Naquele exato momento o som de seu telefone fixo reverberou pela sala. Aquele número só era usado para emergências e entendeu no mesmo instante, se estivesse certo, o motivo daquele telefonema seria sobre a mulher do acidente. Estava em seu dia de folga, não deveria ter que atender ou sair debaixo de suas calorosas cobertas para atender mais uma das adolescentes que ponhavam sua vida em risco por nada, já havia visto tantos casos como aquele que qualquer um ficaria surpreso; contudo sua ética e benevolência nunca o deixariam que tais ações se concretizassem. Atendeu o telefone escutando a voz de Mito aflita e ainda assim o mais profissional possível. Não precisou ouvir toda a frase para caminhar as pressas para seu quarto e trocar de roupa enquanto ainda escutava as informações vinda da enfermeira-chefe "Precisamos de você aqui, Madara!" a denotação preocupante de sua assistente o fez se apressar ainda mais.
Os minutos até chegar ao hospital foram poucos mas para Madara pareciam horas, independente de quantos anos tivessem de experiência, ele nunca se acostumaria a perder pacientes e fazia o possível — e as vezes até o impossível — para que não ocorresse.
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Lapsos Memóriais
RomanceAquele seria apenas mais um dia, não como qualquer outro, na realidade aquela noite ele estava de folga e se preparava para estragar um pouco do físico invejável que possuía, já que não era sempre que sua profissão lhe permitia tais luxos. Iria com...