4

6.3K 345 66
                                    

Gabriel

3/3

Eu estava no quarto de hóspedes. Deitado olhando pro teto. Peguei meu celular na cabeceira e comecei a olhar minhas fotos com ela. Eu sempre fazia isso quando estava sozinho. Lembrar dos momentos, fizeram meus olhos marejar.

Alguém bateu na porta.

- Oi... - Marília apareceu na brecha. - O jantar tá na mesa. - sorriu amarelo e saiu.

Me levantei e fui até a sala de jantar.

Na grande mesa, estavam Daniele e ao seu lado o otário. Na ponta na cadeirinha, Guilherme, na outra lateral Marília e Everton. Sobraria pra mim, a outra ponta.

- Boa noite. - comprimento. Todos retribuíram.

- Boa noite papai.

- Boa noite filho.

[...]

- Mas eu não quero essa sobremesa, ela não tem gosto mamãe! - Guilherme fez pirraça.

- Se não for essa não é nenhum! - Daniele foi rígida.

Todos já haviam deixado a mesa, eu estava no sofá ouvindo a pirraça de Guilherme, enquanto Daniele lutava para convencê-lo de comer a sobremesa. Me levantei e fui até lá. Sergio estava lá também, então não entrei de primeira, me encostei na pilastra com as mãos no bolso.

- Eu vou te esperar lá em cima ok? - falou baixo e deu um selinho nela. Ele passou por mim devagar e sorrindo.

Filho da puta.

- Posso me meter? - perguntei. Daniele me olhou como se não tivesse escolha e assentiu.

- Filho...- me agachei para ficar da sua altura.

- Sim papai? - me olhou.

- Lembra aquela blusa do Flamengo que te prometi?

- Uhum.

- Então... Eu só vou te dar se você for obediente. Se a mamãe disse que você só pode comer esse, você precisa obedecer. - ele balançou a cabeça.

- Toma. - peguei o doce em cima do armário e dei pra ele. - Vai brincar com o Guto lá fora. - Ele saiu correndo.

- Obrigada por isso. - Daniele agradeceu. - Todo dia é a mesma coisa.

- Por nada... Apenas fiz meu papel de pai. - sorri. - Por que ele não pode comer doces normais?

- Semana passada ele comeu açúcar demais e passou mal na escola. O médico recomendou que ele desse uma pausa pro açúcar. - ela colocou uma das mãos no rosto.

- Esqueceu de me contar? - ela assentiu.

Nós rimos.

Ficamos em silêncio.

- Não queria aproveitar do momento. Mas eu tenho tanta coisa pra te contar... - me virei para ela. - Eu...

- Dani? Vamos subir? Está tarde. - O otário reguilón apareceu.

Engoli seco.

- Boa noite Gabriel.

- Boa noite Daniele.


É você - Gabigol - Ainda te amo?Onde histórias criam vida. Descubra agora