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Gabriel

um dia antes da tragédia

Acordei com uma puta dor de cabeça e no rosto.

Que noite...

Daniele estava dormindo ao meu lado como um anjo. Então levantei sem fazer barulho. 

Ainda eram 7h e só havia treino as 9h, eu tinha algum tempo para tentar curar toda aquela ressaca moral do dia anterior. Lavei meu rosto e escovei os dentes. Logo em seguida fui até a cozinha e preparei um café bem forte. Dei duas goladas de uma vez no café que estava bem amargo, não coloquei açúcar. Peguei me celular no bolso da bermuda e entrei no Instagram. Como já era de se esperar, meu nome estava em todos os sites de fofocas possíveis, aquilo só podia ser um pesadelo. O pior de tudo é que eu ainda saí como o vilão da história toda, é muito fácil falar, sem saber a realidade. 

Terminei meu café e voltei pro quarto para trocar de roupa e ir pro treino. 

- Eu já estou de saída. - Disse seca e já com as roupas de ontem pronta para ir embora. 

- Mas já? Você nem tomou café. 

- Eu tomo no CT. 

- Mas calma aí. - segurei de leve seu braço antes que ela passasse pela porta. 

Daniele se virou e me olhou. 

- Oi

- Eu pelo menos posso te dar uma carona? Eu faço questão. 

- Gabriel, você já deixou claro as coisas entre nós. Não quis conversar comigo, não quis saber a verdade... Eu só estou aqui hoje, porque não queria que visse embora sozinho com o olho naquele estado. Agora que já passou, estou indo embora.

Ela tinha lágrimas em seus olhos. 

- Ok, você que sabe. 

Ela saiu. 

Continuei me arrumando para o treino.

[...]

- A Marilia foi buscar ela. - Everton confirmou minha suspeita. 

- Ela não quis se quer uma carona. 

- Você acha mesmo que ela aceitaria uma carona sua? - bufou. - Situação de você está muito complicada, ela não quer nem ouvir dizer o nome Gabriel ou gabigol. 

- Eu não tenho culpa! Quem procurou tudo isso foi ela. 

- Você ainda acha que aquela historinha esfarrapada do Reguilon tem fundamento? 

Torci o lábio. 

Everton se levantou. 

- Gabi, quero você na minha sala agora!

Mister passou por mim e parecia uma fera. 

Segui o mister até sua sala, ele estava um pouco mais adiantado, por isso chegou antes de mim e deixou a porta entre aberta para que que entrasse. 

Dentro da sala já estavam Reguilon e Daniele sentados nas poltronas. Reguilon com seu olho bem mais roxo que o meu e um meio sorriso no rosto me olhou como se estivesse adorando aquilo. Mas Daniele, ela estava com a cabeça levantada e nitidamente já havia chorado naquele dia, seu olhar estava em um ponto fixo da sala e sua mente parecia estar longe, ela nem se quer me viu entrar na sala. 

- Então Senhor Gabriel, presumo que já saiba o motivo pelo qual lhe chamei. 

- Sim senhor.

Me sentei. 

- Mister, em minha defesa, eu...

- Não precisa explicar mais nada filho, o senhor Reguilon já me deixou a par de tudo. 

O mister havia me interrompido. O que aquele otário disse? 

- Acho que não temos mais crianças aqui não é? - perguntou. 

concordamos. 

- Gabi, independente dos laços que tem com a Senhorita Daniele, não há por que criar conflitos, não é? 

- Não estou entendendo, o senhor não vai deixar eu esclarecer minha parte da história? 

- Não há o que esclarecer, como já disse, Sérgio já me contou e Daniele está aqui como testemunha do seu relato. 

Eu já estava me tremendo como um pinscher de tanta raiva.

- A questão aqui é, se Daniele já seguiu em frente, cabe você aceitar. 

Uma enorme interrogação se formou na minha cabeça. 

- Hã?

- Ah, qual é Gabi. - Sergio disse. - Pode ser sincero com o mister, pedi a ele que não houvesse represálias. 

- represálias? - cocei minha cabeça e quase arranquei meu coro cabelo. 

- Você não aceita que eu e ela estamos juntos. - Apontou. 

- O que? Vocês não estão juntos! - olhei para Daniele que permanecia calada. - Você concordou com isso tudo? Eu não acredito. 

Olhei fixo para Daniele que continuava a se recusar em me responder.  


É você - Gabigol - Ainda te amo?Onde histórias criam vida. Descubra agora