Eu te adoro

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Passou um tempo em que Daniel havia ido pra sala de cirurgia, ele já estava apagado de novo...

O monstro ia na direção dele, os dentes, os olhos, a sensação, tudo voltava a sua mente, era uma sensação destruidora, sentia suas pernas ficarem bambas, sentia perder a razão da cabeça....

...

Alex andava um pouco pelo hospital, ainda estava um pouco atordoado a tudo que aconteceu, e Daniel naquela sala de cirurgia; o seu coração batia forte de ansiedade, olhou em volta e viu logo a frente, o mesmo velho que estava naquele galpão esquisito entregando todo armamento para seus colegas, o mesmo que estava esperando eles na frente da casa da Liz.

—Senhor Veríssimo?
Falou ele tentando lembrar o nome. Estendeu a mão.
—Alexander, né?
Ele apertou.
—Pode ser apenas Alex.
—Claro, vi que você foi muito forte nessa missão, e leal a todos os seus companheiros, mas visivelmente, está abalado. Queria saber se você está precisando de algum tratamento?
—Claro que gostaria. Mas, onde está a Liz?
—A Ordem, resolvendo uma papelada sobre a missão.
Alex olhou pra baixo, pensativo.
—Seria muita coisa umas sessões de terapia?
Veríssimo riu, enquanto cruzava os braços.
—Para um agente da Ordem, tudo está ao dispor.
Veríssimo ia saindo.
—Ahn... Senhor!

Veríssimo olhou sobre os ombros.
—Falando sobre agentes da Ordem... Eu não sei se me sinto confortável indo na linha de frente das missões. Não tenho histórico pra isso.

Veríssimo virou.
—No que está pensando?
Alex respirou fundo.
—Perdi pessoas, crianças que eu amava, por minha culpa. Sinto que não faz sentido eu sair da Ordem e ignorar esse fato. Mas não sei se consigo ir a mais missões. Mas ficaria grato em ajudar, fui professor, sou ótimo pesquisador.

Veríssimo colocou a mão no ombro de Alex.
—Bem vindo a Ordo Veritatis.
Alex assentiu com a cabeça e viu o velho sair devagar daquele hospital.

Tempo depois foi ao atendimento para marcar suas consultas de terapia.

...

Daniel ainda estava meio sonâmbulo, seu sonho não tinha sido bom, estava no mesmo quarto antes de ir para a cirurgia, olhou pro lado e viu duas pessoas conhecidas:
Liz cuidando e conversando com o Thiago, a mesma, olhou para ele.
—Daniel, você acordou.
Ele respondeu:
— Cadê o Alex?
Thiago zoou:
—Boa noite, primeiramente, Daniel.

Liz chegou pra perto de seu amigo.
—Ele tá bem, Dani. Ele tava aqui a algumas horinhas, tava na psicóloga. Mas já volta pra ficar a noite com você e o Thiago.
Daniel a olhou.
—Ele foi pra casa?
Thiago se intrometeu:
—Eu fiquei surdo e você demente?

Daniel ignorou, ele olhou pra frente e observou suas pernas ainda imóveis, sentia formigando sem parar, a vontade de coçar era grande. Será que vou perder as minhas pernas?
Ele pensou. Colocou a mão na sua cintura e sentiu os ferros.
Se desesperou, segurou o choro e o grito.
—Daniel, eiii, se acalma. Você ainda tem as pernas.
Thiago se sentou na sua maca e ficou olhando o seu amigo.
—Liz pega água pra ele.
Liz olhou em volta da cabeceira e não viu copo, foi andando rapidamente até fora da sala a procura do bebedouro.
—Dani, sei como você tá se sentindo, fica calmo querido. Não seja pessimista.
Daniel só olhava pro teto.
Olhava numa maneira de sair dali.
Aquele monstro estava esperando ele a noite.
Estava esperando para mata-lo.
Chegou na porta Liz e uma enfermeira.
—Senhor Thiago Fritz, o senhor terá que ir pra outro quarto e deixar o operado se recuperar.
—Mas ele não tem acompanhante! A Elizabeth não vai conseguir cuidar dos dois se nós estivermos em salas diferentes, minha querida.
—O acompanhante dele chegou.
Na porta, Estava Alex, segurando uma sacola cheia. Indo em direção ao Daniel.
—Boa noite Thiago, boa noite Daniel.
Daniel ao ver ele se aproximar, enxugou as lágrimas.
—Boa noite.
Disse o surdo.
Daniel fechou os olhos marejados para que Alex não percebesse.

Enquanto isso Liz e a enfermeira organizavam as coisas para Thiago sair do quarto.
—Elizabeth.
Chamou Alex antes dela sair.
—Oi, meu querido.
—Quanto tempo mais, o Thiago vai ficar aqui?
—Pouco tempo. Ele só ficou sem o tímpano, logo logo poderá fazer missões.
Alex abraçou ela.
—Cuida do Daniel pra mim.
Sussurrou a morena.
Ele fez que sim com a cabeça.
—Tchau Daniel, tchau Alex...
Ela saiu do quarto.

Agora era só os dois, dentro daquela quarto de hospital.
Alex fechou a porta e foi em direção a Daniel que ainda estava de olhos fechados. Alex pegou a grande sacola que havia trazido e começou a mexer nela. O barulho incomodava o outro que abriu os olhos de curiosidade.
Viu Alex tirar algumas roupas e colocar na potrona, que havia ali do lado, aqui roupas eram familiares.
—O que você tá fazendo com minhas roupas Alex?
O mesmo olhou pra ele animado.
—Você acordou!
—Já tinha acordado a muito tempo, só não queria olhar pra tua cara.
O sorriso de Alex se desfez de seu rosto e continuou a pegar as roupas.
—Senhor Veríssimo mandou eu ir na sua casa, pegar algumas roupas, já que você vai ficar um tempo aqui.
Daniel notou que seu comentário mexeu com seu colega. Notou que tinha sido grosso.
—Ah sim... Foi mal.
O mesmo ignorou.
—Toma, suas roupas, quando tiver afim de tomar banho, me fala que eu te ajudo.
Dias sentando na cadeira pegando um livro de sua bolsa.
—como assim: " eu te ajudo "?
Disse ele meio confuso.
—você é burro? Ou o que? Você não pode tomar banho sozinho.
Disse continuando a ler seu livro.
Daniel ficou o olhando, mas calado. Um silêncio estranho se formou na sala.
—O que você tá lendo?
Disse Daniel incomodado depois de um longo tempo.
Alex olhou pra ele.
— Contos dos Irmãos Griinn.
Daniel revirou os olhos.
— Assiste Power Rangers, joga tetris, e lê irmãos Griinn.
— Tudo que eu faço te incomoda, interessante!
Daniel riu.
- Não é que me incomoda, só acho estranho.

Alex colou o livro na cabeceira e se levantou puto.
- Ok, tá na hora do banho.
- Como assim? Não ia ser na hora que eu quisesse?
- Já tá tarde e você tá me irritando. 
Disse pegando os lenços umedecidos que estavam lacrados na cabeceira.
Daniel tentava com dificuldade tirar a camisa.

- Ei, ei, ei. Espera ai. Você vai magoar os pontos da cirurgia.
Alex soltou o pacote de lenços umedecidos e com cuidado ajudando seu amigo.
- Obrigada, Alex. 
O moreno apenas riu. 
- Vou tirar sua calça. Ok? 
- Só quero que você me ajude a fazer minha cabeça um pouco pra cima, pra eu ver o que você vai fazer, Beleza?
Alex assentiu e ajeitou o travesseiro para que Daniel pudesse ver o seu corpo...
Em sua cintura, tinham alguns ferros, provavelmente para ajeitar os ossos que quebraram e estava com vários pontos . Daniel viu Alex devagar e cauteloso tirando sua calça, e era estranho a sensação de não sentir completamente seus membros inferiores, o que aquele monstro fez, destruiu sua mente e seu corpo. Aquelas lembranças o atazanavam.
Fechou o punho e olhou para o teto branco para não ver suas pernas.

- Daniel? Doeu foi? 
O ruivo não respondeu. 

Alex pegou alguns lenços e começou a limpar Daniel. O mesmo, só mantinha os olhos fechados. 
Sentia levemente o pano úmido passar  na sua pele. Lentamente e aterrorizante.

- Daniel.
A voz de Alex cortou os seus pensamentos.
- O que é?
- Você quer tentar limpar seu pênis? Não acho que seria confortável... eu-u fazer-er!
Disse abaixando a cabeça de vergonha.
- Anda logo Alex.
Alex assentiu e devagar foi tirando a cueca de Daniel.
Daniel abaixou a cabeça o suficiente pra ver o "gay panic" em que Alex estava. Ele não aguentou e riu.
- Do que você tá rindo? 
Falou ainda com vergonha.
- Ai Alex, eu te adoro cara... 

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Coração Esmeralda || Danilex 🌸✨Onde histórias criam vida. Descubra agora