Resolvendo Problemas

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Depois que Verissimo terminou de falar para Alex o que eles teriam que fazer no Museu, Daniel e Alex voltaram para casa, na verdade, foram para uma lanchonete um pouco perto da casa deles, se sentaram numa mesa no fundo do local e pediram apenas um café e uns salgadinhos de queijo.
Um silencio se estendeu entre eles, havia muita coisa pra falar.
— Dani.
Alex começou, o mesmo olhou de canto para o amigo.
— Eu sei dos seus motivos para não gostar da Agatha, mas isso não é desculpa para como você agiu na sala do Verissimo.
— Me perdoa, Alex.
— Não é pra mim que você tem que pedir perdão.
— O que ela fez não tem perdão.
Daniel falou bebendo o café.
— Sabe o que não tem perdão? Como vocês e a Liz me trataram depois de terem invadido minha casa.
Daniel engoliu o café.
— Mesmo assim eu perdoei. 
— Não era minha intenção te machucar.
— Mas machucou Daniel, demais. Sei que a Agatha no fim das contas nunca quis fazer aquilo que aconteceu. Sei que machucou. Não vai mudar, mas agora a gente tem que passar pra frente.
Eles se encaram.
— Promete pra mim que você vai falar com a Agatha.
Daniel assentiu.
— Eu não tô legal Alex. Essa missão, a primeira... Ainda me persegue... Eu não sei..
Dani sentiu Alex tocar sua mão e alisa-la.
— Eu tô com você amigo. Sempre vou estar.
— Você é incrível Alex. 
— Cala a boca. - Disse empurrando o companheiro. 
— Vem calar. 
Alex encarou o amigo surpreso, deu uma leve olhada na sua boca.
— Que foi?
Alex olhou pra frente.
— Nada.
— Vem me calar...
Daniel repetiu.
Alex olhou de canto para o amigo.
— Certeza?
Daniel fez que sim.
Alex virou para o amigo.
— Você é um babaca.
— Você tamb--
Alex se aproxima rapidamente dos lábios de Daniel, o ruivo se cala. Eles se beijaram. Daniel passou a mão pelo rosto do amigo, pra ele, era um sentimento que não sabia explicar, e para Alex, ele queria fazer isso a um tempo...
Alex tocou nos ombros de Daniel, era um beijo de língua onde encaixou perfeitamente. Quase eles não queriam parar quando não tinha mais o que fazer apenas sentado naquele banco de cafeteria. 
Eles pararam.
— A gente se beijou...
Daniel falou ainda surpreso. 
— Sim... Você gostou?
Daniel olhou em volta olhando para as pessoas que poderiam por um acaso olhado pra eles enquanto eles se beijavam...
— Não conta pra ninguém da Ordem, por favor. Eu-e. 
— Você ainda não se resolveu com sua sexualidade?
Alex fala enquanto segura a mão de Daniel.
— E-eu nunca pen-pensei sobre isso.. Eu nunca precisei..
Alex se aproximou de novo dele.
— Acho que essa é a primeira vez que eu sinto algo, por alguém Alex...
— Isso é bom?
Alex fita os olhos no de Daniel.
— Talvez...

...

Quando os dois jovens chegaram em casa, parecia que havia algo estranho entre eles, algo que não se sabia se era bom ou ruim, Daniel foi pro banheiro pro espelho e ficou se encarando, como se tivesse cometido um pecado, mas era um pecado que esse querubim não tinha arrependimento nenhum, e com certeza, pecaria mais e mais. Alex foi diretamente para a cozinha, ele estaria preparando o jantar essa noite, ficou parcialmente calado, queria deixar a ficha de Daniel cair... Ou a sua mesma, não acreditava que Daniel realmente o amava. Depois de um tempo já tendo feito a janta, Alex chamou o amigo. 
— Dani. O jantar está pronto, tá?
— Eu já vou.

Alex começou a comer sozinho, não tinha pressa, as vezes demorava pra engolir para dar mais tempo naquela mesa. Depois de muito tempo, Daniel saiu do banheiro, ele havia tomado banho e colocou a janta quieto e se sentou na mesa colocando a cadeira perto da do amigo.
Alex o fitou esperando alguma palavra sair de sua boca.

— Um beijo não define sua sexualidade, Daniel.
— Mas ali não era só um beijo pra mim.
Daniel olhou pro amigo, o fazendo corar.
— Você sempre teve certeza de si mesmo?
— Uhum... - Alex afirmou com a cabeça.
— E como é a sensação?
Alex parou reflexivo.
— Nenhuma, eu estou tão certo de mim, que não me importo com as coisas alheias.
— Eu queria isso.
Alex colocou a mão sobre a do companheiro. 
— Você ainda não comeu nada cara. Come, tô ficando preocupado. 
Daniel pegou a colher e colocou a sopa na boca. Depois de engolir, disse:
— Essa sopa tá ótima. 
— Obrigado.
Ele sorriu.

— Eu-- E-- Obrigado, Alex.
— Pelo?
— Por não ter me abandonado.
— Eu nunca ia fazer isso com você.
Daniel olha de canto para ele, seus olhos desceram lentamente para os lábios de Alexander.

— Eu não sei se realmente é o que você quer, mas dizem que pra ter certeza, é preciso experimentar, eu tô disposto, mas só se você quiser...
Alex ficou estático com aquilo, mas encarou os olhos esverdeados de Harthmann.
— A gente pode resolver a louça amanhã.

Daniel fechou os olhos e puxou Alex pela gola para um beijo. Alex se segurou no ombro do amigo. Era algo novo, perigoso e cheio de luxuria. Com empurrões eles foram se batendo até conseguir chegar ao quarto deles, Os lábios não se desgrudavam, era algo novo, incrivelmente, para os dois. Alex sempre colocou o trabalho em primeiro local, nunca conseguiu se envolver com alguém. Seu primeiro namorado foi apenas um gatilho forte o suficiente para fazer sua Síndrome de Estocolmo aflorar, um relacionamento abusivo o suficiente para ele se afastar de sua família, e com vergonha nunca voltou, pela vergonha que teve. Daniel por sua vez, nunca se envolveu com ninguém, sua mãe foi a única pessoa com quem já se abriu totalmente, mas depois de sua morte, sua mente foi completada por uma vontade avassaladora de tentar falar com ela novamente, porem, sempre falhou. 
E os dois ali, em uma conexão forte o suficiente para fazer eles esquecerem de tudo e o tudo ser apenas eles, ali, naquela cama, naquele transe, naquele amor. Pode se chamar assim quando eles não querem ser mais que amigos? Talvez essa ideia tenha ficado pra trás. Por que a cada segundo, um: Eu te amo. Saia da boca deles durante o beijo. A noite foi longa, mas foi tão boa, poderia durar pra sempre. De manhã eles iriam para uma missão, qual a chance deles poderem fazer isso outra vez? Aproveitem o quanto é tempo.

Coração Esmeralda || Danilex 🌸✨Onde histórias criam vida. Descubra agora