Por Vocês

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— Eu passei 20 anos presa com o Deus da Morte... Foi doloroso, Alex, Daniel, Por favor, se cuidem. Eu peço a vocês.
Daniel estava em pé com os braços cruzados, olhando para  a Liz, não entendia como ela poderia estar ali, daquele jeito... 
— Onde está o Thiago? 
Alex perguntou. Ele estava sentado na poltrona vermelha. De olhos marejados, ele alisava as palmas das mãos nervoso.
Elizabeth, se virou lentamente para o negro, os olhares se cruzaram. 
— Ele morreu, Alexander. Ele morreu como um herói.
Daniel engoliu seco e olhou pra baixo.
— Daniel... Alex... O Paranormal está mudando. Ele está ficando mais forte, mais diferente. Vocês precisam tomar cuidado. Eu lhe peço. Por favor.
Daniel e Alex se entreolharam, com olhos marejados.
— Eu preciso ir agora. 
Liz se levanta do sofá lentamente. 
— Eu preciso voltar a Ordem.
— Está tarde Liz...
Daniel fala a ela.
Ela ri.
— Está, e eu preciso ir, espero ver vocês logo logo. Eu os amo, o tanto que eu amei meu Thiago... 
Ela limpou a lagrima que escorria sobre sua bochecha... 
— Se cuidem, meus amigos. 

Ela se vira. e abre a porta devagar e fecha, olhando pros amigos, Daniel caminha até a porta e a tranca.
— Pode chorar Alex, ela não tá mais aqui.

No mesmo instante. Alex abaixou a cabeça e começou a chorar descontroladamente... Colocou a mão no rosto. Suas bochechas doíam, as lágrimas pingavam na sua roupa. Daniel colocou sua cabeça encostada na porta, sua respiração pesada fazia seu corpo ficar rígido, aquilo doía. 
Daniel se afastou da porta e foi na frente do amigo. Se ajoelhou na frente dele. Passou a mão no joelho dele. 
— Alex...
Ele não parava.
— Eu prometo a você... Olha pra mim.
Daniel tocou o rosto de seu amigo, tentando tirar suas mãos da frente de seu rosto.
— Eu prometo a você a meu amigo... Que eu vou te proteger até o ultimo dia da minha vida. Nada vai acontecer com você...
Alex tentou olhar para os olhos do amigo que também estavam marejados.
— Para com isso, Dani...
Alex abraça o amigo, que retribui também. 

E Daniel ficou ali, abraçado a ele, até Alexander pegar num sono nos braços do amigo.
Eu não tenho forças para carregar você.
Daniel pensou, enquanto encarava a face inchada do seu amigo, que agora parecia calmo. 

Daniel não tinha muita forças para levar ele para o quarto do negro, e como Daniel dormia no sofá, resolveu que Alex seria uma boa companhia essa noite. Levantou ele devagar e o deitou no sofá, deixou ele deitado no sofá, tirou os óculos redondos e os colocou na prateleira. 

— Boa noite, Alex.
Daniel se sentou na poltrona onde Alex estava. Aquela tristeza parecia querer levar a alma dele embora, Daniel olhava para Alex dormindo calmamente. Ele havia perdido tudo, ou a grande maioria, Liz nunca pararia de ir numa missão, era a vida dela. Ela tinha motivos demais para desistir, ela havia dito que Thiago havia morrido como um herói. 
— Você só tinha um trabalho Thiago... E você conseguiu amigo.
Murmurou consigo.
Logo ele sentiu as pálpebras pesarem, fechou elas e dormiu.

No dia seguinte, Daniel acordou com Alex se arrumando para ir ao trabalho.
— Bom dia, né Alex?
Alexander vira em direção ao companheiro.
— Eu não ia sair sem falar com você, bom dia.
Ele voltou a calçar o tênis. 
Daniel se espreguiçou na poltrona e buscou a muleta para se levantar. 
— Só queria saber... Por que eu tava dormindo no sofá, pode me falar?
Alex falou entrando na cozinha.
— Você dormiu nos meus braços, eu não tenho força pra te carregar, então te coloquei no sofá.
Alex corou, aquela frase não tinha um sentido duplo na cabeça dele. Mas Daniel não o tinha visto.
— E nem pra cama você foi pra dormir melhor.
— Não queria te deixar aqui sozinho.
Alex volta pra porta e encara Daniel que também se virou, os dois ficaram se encarado, um silencio um pouco estranho, mas não constrangedor, uma silencio onde os olhares completavam aquele momento.
— Eu já tô indo embora, tá?
Daniel pisca os olhos, voltando a realidade.
— Ta-ta...
Falou se levantando.
— Vou comer um pouco... 

Quando Daniel se levanta, Alex vai para frente dele e abre os braços para um abraço. 
— O que foi?
— Eu quero um abraço que nem ontem...
Daniel revira os olhos, se aproxima do amigo e puxa ele para um abraço apertado que também é retribuído. 
Alex sussurra no ouvido do amigo:
— Obrigada.
Daniel se arrepia.
Com muita relutância, ele sente os próprios lábios beijarem a bochecha do companheiro. Alex se afasta devagar...
— O que-e?
Daniel encarou o amigo com o rosto quente.
— Você tá atrasado... 
Alex suspirou fundo se afastando.
— Se cuida, tá? Até logo.

Falou se virando, ao chegar na porta, olhou para o amigo e saiu. Daniel permaneceu ali em pé olhando pra porta, pensando no que tinha feito.
— Mais com que porra eu tava na cabeça?
Ele se sentou no sofá. Ficaria ali por algumas horas até Alexander voltar, e realmente, não tinha muita coisa pra fazer lá além de ler e assistir todas as temporadas de Power Rangers que Alex tinha em DVDs no armário. Ele se levantou e tentou achar dentro das gavetas alguma temporada boa o suficiente para ele.
— Vai, vai, qualquer coisa... Qualquer serie boa...

Ele achou uns episódios que talvez pudesse distrair ele durante essas horas sem graça que ele teria que aguentar.
— Melhor que nada, não é?
Falou consigo.
Colocou um DVD dentro do reprodutor e os episódios começaram a passar naquela TV. Ele se sentou no sofá e se sentou espalhado no sofá, esse dia seria longo. 
Passou uns minutos sentado, as vezes se levantava para comer algo, abria a geladeira e pegava alguma coisa pra saciar a fome, chegou até a dobrar algumas roupas enquanto assistia. Até se sentir observado, uma sensação ruim chegou ao seu corpo, o fazendo arrepiar, olhou de um lado pro outro da casa, esperando tentar achar um lugar onde poderia vir aquele medo. Estava sozinho, e aquilo o incomodava muito. Esperava que Alex estivesse melhor que ele. Se levantou do sofá e foi para o quarto de Alex, se trancara ali, se sentou do lado da cama e fechou os olhos. Sua mente era traiçoeira, mas mão iria cair nas próprias brincadeiras, esperou aquela sensação ir embora, mas não ia. Ficou lá 10, 20 meia hora... O barulho da televisão soava alto, até uma voz soar dentro da casa.
— Daniel? Cadê você?

Coração Esmeralda || Danilex 🌸✨Onde histórias criam vida. Descubra agora