Coração Esmeralda || Danilex 🌸✨

Novos Passos

Alex acordou do cochilo, Daniel ainda estava dormindo. Se afastou calmamente para não acorda-lo. Estava anoitecendo, ele sinceramente pensava se ia ficar ali ou não, não havia trazido roupa, e pelo visto, Daniel iria ficar acordado a noite toda sem sono. Olhou para o seu amigo, ele parecia estar dormindo bem, ficou fitando com um certo carinho para ele. Se levantou da cama e foi em direção as roupas que estavam na mala que ele mesmo havia trazido, se lembrou de ter trazido algum livro no meio, depois de procurar no fundo da bolsa, sentiu um livro, retirou, era um romance de ficção, nunca tinha lido. Se sentou na poltrona e ficou lendo, até escutar Daniel se acordando. 

— Acordou, foi?
Daniel olhou pros lados tentando entender quando e quanto tempo ele havia dormido.
— Quanto tempo a gente dormiu?
— Pouco, tiramos um cochilo só. Mas já anoiteceu.
— Você vai ficar aqui essa noite?
— Vou sim, não se preocupe.
Daniel relaxou na cama enquanto olhava para Alex.
— O que você tá lendo?
— Um livro que eu peguei na sua casa quando trouxe suas roupas pra cá. 
— Então, vem cá, por favor. Lê pra mim. 
Disse tentando se sentar na maca.

Alex com uma alegria genuína, se sentou ao lado do amigo e continuou lendo pra ele até a noite ficar pacata.

...

Na segunda, Alex se retirou do hospital para trabalhar, o tempo de recuperação de Daniel da cirurgia. E foi marcada para começar nesse dia a fisioterapia, e ele estava animado para começar, estava disposto a tentar começar a fazer tudo para andar de novo. Dessa vez, após acordar com o despertador, Alex se levantou, dormira na mesma maca de Daniel. Desligou o despertador para não acordar o amigo, se afastou dele e se sentou na maca para ir para o trabalho.

— Você já vai? E sem falar comigo de novo?
A voz de Daniel rouca soou atrás dele.
— Eu não queria te acordar, só isso.
— Eu quero que você me acorde.
Alex olhou sobre os ombros para ele. Via que Daniel nem os olhos tinham abertos direito.
— Por que isso?
— O que?
— Por que você quer que eu te acorde?
— Pra eu ver se você vai ficar bem quando for embora.
Alex sorriu e virou o rosto.
Daniel segurou o braço dele.
— Você tá bem?
Alex sentiu o coração chegar na garganta.
— Tô.
Ele se afastou lentamente, e saiu da cama.
Daniel com dificuldade se sentou na maca.
— Alex, o que você tem?

Alex entrou no banheiro, chegou na frente da pia do banheiro e se apoiou no balcão.
— ALEX?!
Daniel gritou da cama.
— VOLTA AQUI, FALA COMIGO, POR FAVOR!
Alex apertou o pulso e respirou fundo.
— ALEX? O QUE TÁ ACONTECENDO??

Daniel se calou esperando Alex responder mas o seu amigo não respondia.
— Alex, se você não me responder eu vou andar até a--
— Você não ouse.
Alex falou da porta do banheiro encarando ele.
Daniel estava visivelmente preocupado.
— Eu vou para o trabalho agora, tá?
Daniel engoliu seco.
— O que você tem? Eu fiz algo, né? 
Eles se encararam, Alex ficou com olhos marejados e se retirou da sala.
— ALEX?? O QUE EU FIZ??
Daniel gritava, enquanto tentava se levantar da cama.
A culpa que ele sentia era forte, parecia que seu coração ia parar.
Ele se encostou na cabeceira da maca para se acalmar, o que diabos eu fiz? As vozes da cabeça se questionavam.

...

Alex foi em direção ao ponto de ônibus, esperou um pouco para o ônibus chegar. Se sentou no fundo e ficou olhando pra fora pela janela, o que passava na cabeça dele? As coisas que sua psicóloga havia dito.

" Você acha mesmo que gosta dele? Tem certeza que é amor? não medo dele? E por isso tenta agrada-lo para ele não fazer algo com você?"

" Você tem que entender e prestar atenção no que ele faz, se você acha que ele finge."

Alexander respirou fundo.
Ele é um bom rapaz. Ele é um bom rapaz. Ele é um cara legal....
Falava pra si mesmo.
Ele prometeu que ia deixar de ser um babaca. Alex iria acreditar nele até o fim.

Quando chegou na Ordem, foi direto pra área de computadores, se sentou ao lado de Samuel.
— Oi neguinho, tudo bom cara?
Falou Samuel que estava pesquisando coisas de algum caso.
— Oi Samuel. um pouco.
Samuel olhou para o amigo.
— O que foi cara?
— O Daniel e eu...
— Tão brigados?
Alex parou e respirou um pouco.
— Não, estamos estranhos.
Samuel pegou um salgadinho escondido debaixo da escrivaninha e ofereceu para a Alex.
— Quer?
Alex levantou a mão e colocou dentro do saco.
— Obrigada.
Samuel sorriu para o amigo.
— O que aconteceu?

Alex contou o que acontecia, seus sentimentos confusos com Daniel, não sabia se sentia medo ou se gostava realmente dele, ele foi a primeira pessoa que confiou na missão, mas foi deixado para trás depois que ele começou a agir daquela forma escrota. Ele se viu sem saída, a psicóloga havia falado sobre a segunda personalidade do Alex como forma de escape para estresse e nervosismo que pelo visto, era o que o Daniel o fazia sentir.

— Wow, Alex. Eu não sei o que falar pra você. Mas cara, eu acho que vocês deviam falar, se você não consegue confiar nele, não é legal ficar desse jeito com ele. 

...

Daniel estava organizando para começar a fisioterapia, a medica levava ele para a sala, onde estavam mais pessoas não só treinando as pernas, mas as pernas e outras membros que por alguma razão, foram cirugiados. A doutora, como o nome de Cristine, colocou Daniel sentado numa máquina onde devagar, eram movimentados fazendo a pessoa começar a sentir movimentos na perna.
Daniel sentiu um pouco de dor no começo e um pouco de desconforto, e foi isso durante uns dias, Daniel sentiu mais uma vez a solidão tomar conta dele durante os primeiros dias de fisioterapia. Alexander passava o dia fora fazendo algo que ele não sabia bem o que era, na hora de dormir, ele sempre chegava de 23h a 24h, ou um horário que Daniel já estava dormindo, deixava sempre um livro na escrivaninha e voltava para casa, e tinha vezes que Alex chegava cansado que dormia na própria maca com Daniel, mas de manhã, Daniel nem percebia quando ele saia, as vezes ele também acordava de noite pedindo água e Alex sem falar nada, Daniel até tentava puxar assunto com o Alex, mas ele não falava nada. 

— Você pode pelo menos me abraçar?
Daniel falou de olhos abertos na escuridão do quarto, Alex estava apenas deitado ao seu lado, lentamente se aproximou do amigo, colocou seu corpo o mais próximo do corpo dele, passou as mãos pela cintura do amigo, colocou seu rosto na nuca do amigo. 
— Obrigada Alex.