Talvez Eu Te Ame

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— Daniel, você tá no banheiro?
Alex o procurava na sala, olhando em volta, Daniel saiu do quarto com a cabeça um pouco baixa. 
— Aconteceu algo amigo?
Alex perguntou ao ver Daniel saindo do quarto um pouco cabisbaixo, Daniel se aproximou e puxou o companheiro pro abraço, Alex se assustou, ficou um pouco surpreso com a ação de Daniel.
— Amigo, o que houve?
Daniel se manteve quieto no abraço.
— Fico feliz que você voltou.
Alex piscou os olhou ainda surpreso. Se fosse a alguns meses atrás, ele mandaria ele pro inferno.
— Tá tudo bem, você não tá sozinho. Não mais...
Daniel se separou e puxou a bolsa que Alex levava. 
— Vai tomar banho, você tá fedido. 
Alex riu.
— Tá vendo, você já tá melhor. 
Daniel sorriu de canto.

Alex tomou o banho. Demorou pouco, Daniel terminou de fazer a janta. Era um macarrão com salsicha. Alex saiu com o pijama listrado dele e foi para a sala de janta. Daniel preparou o prato dele e do amigo, e estava esperando ele na mesa, Alex se sentou na mesa junto com Daniel.

— Como foi o dia?
— Normal...
— Você devia fazer algo, e não ficar trancado dentro de casa.
Alex falou colocando a macarronada na boca.
— E isso tá muito bom.
— Obrigada.
Daniel riu e fez o mesmo.
— O que você acha que eu devia fazer? Pra não ficar aqui preso em casa.
— Bem, ir pra praça, você gosta de caminhar por lá.
— Só gosto de caminhar acompanhado. De você, especificamente.
Alex sorriu de canto.
— Você pode sair, ir pro shopping, biblioteca... 
— Não sei... Não quero sair publicamente, mas me permanecer aqui, é um saco, principalmente sozinho.
Alex se levanta e vai até a bolsa que Daniel havia colocado no sofá.
— Eu trouxe vinho, você quer?
Alex falou tirando a garrafa da bolsa.
— Gostaria, mas não posso.
Alex foi em direção a pia para pegar o abridor de garrafas.
— Ué, mas por que cê não pode?
— Eu fui alcoólatra por um bom tempo depois que minha mãe morreu. Alex parou.
— Eu não sabia, mil desculpas.
Daniel riu.
— Não tem porque, você só não sabia. 
Alex se sentou na cadeira de novo e colocou o vinho no copo.
— Eu só entrei na Ordem, por causa dos meus contos de terror, mas no fundo eu via uma chance de usar o paranormal para falar com minha mãe.
Daniel falou enquanto encarava o prato um pouco bagunçado.
— Mas percebi que talvez eu nunca consiga.
Fitou o amigo e sorriu.
— Pelo menos eu tenho você.
Alex sorriu.
— E eu tenho você.
Alex bebeu um pouco do vinho.
— Amanhã você vai trabalhar na Ordem de novo?
— Não, amanhã é folga pra mim.
— Então vamos fazer algo juntos?
Alex bebeu mais um pouco.
— O que você tem em mente?
— Não sei...
— Vai ter tempo para pensar até amanhã. Vou dormir.
Alex se levantou.
Daniel se levantou após ele e colocaram o prato. Alex foi se virar e deu de cara com Daniel que o encarava com um rosto muito diferente que Alex já viu na vida. Um rosto de... Eu te quero?
Alex olhou para os olhos de Daniel que também fitavam o seu. Eles estavam a centímetros do rosto um do outro, Alex prendeu a respiração e Daniel se aproximava cada vez mais.

 — Espera.
Alex falou.
Daniel se afastou um pouco.
— Você quer mesmo me beijar?
Daniel olhou para os seus pés.
— E-eu. Não. S-se-ei. 
Ele balançou a cabeça. 
— Desculp--
Ele falou se virando.
Alex segurou sua mão. 
— Não vai. Fica.
Daniel parou, mais ainda estava de costas.
— Eu não te atrapalhei quando você me beijou.
Ele falou. 
— Mas me deu um tapa.
Daniel riu. Alex também.
Alex puxou ele de novo.
Os dois se encontraram no olhar, O telefone toca.
Os dois olham. 
— Que porra hein?
Alex vai até a bolsa, e tira o celular da bolsa.
— Senhor Verissimo?
Daniel respira fundo e abaixa a cabeça,  como ele teve a coragem de chegar tão perto do Alex?
— Eu e o Daniel? Amanhã?
Alex falava no celular.
Daniel olhou quando viu Alex citar seu nome.
— Eu vou falar com ele, Verissimo. 
Alex tirou o celular, Verissimo havia desligado.
— Ele quer que nós amanhã na Ordem.
— Para?
— Aconteceu alguma coisa em um museu, que parece que são exoterroristas fazendo algum ritual lá.

Daniel respirou fundo.
— Eu odeio essa ideia, você vai?
— É meu trabalho, claro que eu vou.
Memorias passaram na mente do branco.
— Eu não posso te deixar ir embora, eu prometi a Liz e pro Thiago que ia cuidar de você, mesmo que isso custe minha paz.
Alex abraçou o amigo.
— Obrigada.
Daniel fez uma cara triste, realmente, não queria ir, mas Alex iria, e não ia parar. A Ordem acabou com a vida do Alex, ele ia terminar com isso.
— De nada, amigo.

...

No final da noite, Daniel dormiu no sofá e Alex na sua cama. Alex ainda demorou pra dormir, Daniel realmente quis beija-lo, ele se aproximou, ele tava lá. Alex fechou os olhos com o sorriso no rosto. Daniel de outro lado, ficou pensando, se ele realmente devia ir, ele não podia impedir de ir, ele não queria ficar sozinho na casa, e nem queria perder o ami-- amigo? Não queria perder Ele em uma missão, ele se sentiria culpado. Como sempre aconteceu. Seus olhos pesaram com as lagrimas, ele se virou, ficando de lado, virado em direção a porta do quarto de Alex. Se levantou e olhou pela brecha da porta era realmente um anjo dormindo. Ele sorriu. Daniel foi fechar a porta.

— Daniel?
Alex falou deitado.
— Quer alguma coisa?
— Deita aqui comigo, pra não ficar sozinho ai.
Um sorriso genuíno apareceu no rosto de Daniel. Ele entrou no quarto e trancou a porta. E foi andando até a cama de Alexander, que havia aberto o cobertor para Daniel se deitar. Ele se deitou. Os dois se encararam.
— Boa noite.
Daniel sorriu sem graça.
Alex fechou os olhos lentamente e Daniel ficou o fitando até suas pálpebras pesarem.
Ele se aproximou do corpo do companheiro para sentir o cheiro e o calor um do outro. Ele fechou os olhos, não sabia o porque se sentia tão seguro perto de Alex... Era estranho esse sentimento, mas era bom ao mesmo tempo.
— Boa noite, Alex.

Coração Esmeralda || Danilex 🌸✨Onde histórias criam vida. Descubra agora