Investigação

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Quando Alex chegou na sala, Samuel e Leticia estavam nos computadores.
— Bom dia negão.
Samuel falou fazendo joinha.
— Olá Alexander.
— Oi Samuel, Olá Leticia. Hoje o Daniel vai ficar aqui.
Os dois se olharam.
— Por que?
Leticia falou ríspida.
— Eu e ele vamos em uma missão.
— Que doido! Quando?
Samuel falou.
— A gente não sabe o dia que vamos para o local da missão. Verissimo deixou fazermos do jeito que acharmos melhor. 
— Que legal meu!
Alex sorriu feliz.
— Ontem eu e o Dani...
Os dois olharam.
— A gente---
Toc toc.
— Pode entrar...
Samuel falou cortando o amigo.
Daniel abriu a porta devagar.
— Erhh consegui os papéis Alex...
—Pode entrar Daniel.
Ele entrou assentindo com a cabeça.
— Olá.
— Conheça Leticia e Samuel, Dani!
— Prazer conhecer vocês.
— De boas, Daniel? Prazer é todo meu, fi! 
— Olá, Daniel.
— Vamos pro meu computador, Dani. É melhor pra pesquisar.

Eles passaram direto para o computador de Alex, mas tinha alguém novo lá. Um rapaz de cabelos negros e pele branca, quase pálido. Digitava algo no computador, como se tivesse programando algum sistema. Alex se sentou do lado do esquerdo mesmo, Daniel pegou uma cadeira e se sentou tbm a esquerda de Alex.
— Olá, qual seu nome? É a primeira vez que te vejo aqui.
O jovem olhou para o negro, ele fumava. Tirou o cigarro da boca.
— Meu nome é Kaiser.
— Prazer, Alexander.
— AH! Dani, Alex. Esse é Cezar.
Samuel gritou se aproximando.
— Kaiser!!
— Kaiser, desculpa.
— Ele veio da missão mais recente com a Liz e o Thiago.
Os três se encararam.
— Vocês conheceram o Thiago?
Daniel assentiu.
— Éramos amigos. 
Kaiser sorriu.
— Prazer conhecer vocês também.
— Vou deixar vocês ai, pra não atrapalhar. O Kaiser tá criando um sistema para ajudar a busca de indícios paranormais.
— E qual o Nome?
— C.R.H.I.S.
— Legal.
— Obrigada. - Kaiser falou, colocando o cigarro na boca novamente.

Daniel e Alexander se viraram para o monitor do PC para começar a investigação.
— Qual o nome do Local?
Alex falou abrindo o Google. Daniel pegou os papeis e começou a procurar.
— Antigo Museu do Estado de São Paulo.
—Antigo?
— Sim, ele foi abandonado depois de um incêndio que teve a uns anos.

Alexander parou, incêndio... Não tinha boas memorias, na verdade. Não tinha.
 — Quando foi isso?
— 2018. 
— E vamos de procurar o que a mídia falou sobre esse incêndio.
— Se foi algo paranormal, com certeza inventaram uma desculpa para o incêndio.
Alex falou olhando para as reportagens na tela.
— Ou apenas falara: a policia investigou, mas não se sabe ainda o certo.
Alex abriu varias abas de pesquisa e reportagem. Era nítido o envolvimento com o paranormal, as fotos do acidente eram cheias de símbolos do Outro Lado.
— Não ver quem não quer.
Daniel sussurrou.
Alex assentiu.
— O que nos resta, é descobrir que tipo de grupo de exoterroristas que está por trás disso.
Daniel continuava a mexer nos papeis da documentação.
— Amor--
Daniel chamou Alex que virou surpreso. Daniel levantou a cabeça devagar morrendo de vergonha. 
— A-- Alex...
Alex sorriu.
Daniel não ousava a olhar pros lados com medo dos outros estarem olhando pra ele.
— Tá tudo bem...
Alex murmurou no seu ouvido.
— E-Eu... Tava falando que: Qual a chance do mesmo grupo de ocultistas do incêndio, fazer as coisas só agora? 
— Não sei... Mas qual a chance de não ser?
— Tô com medo.
Daniel falou, olhando fixamente para a tela do computador onde estavam as imagens do incêndio. Alex colocou a mão no ombro do pequeno.
— Não precisa, eu tô com você.

Kaiser olhou sobre os ombros. 
— A gente vai fazer isso mesmo?
— Precisamos... 
Daniel abaixou a cabeça respirou fundo.
— Acho que questão de tempo não se aplica aos ocultistas. Quanto tempo eles demoraram para fazer o que fizeram com a Evelyn, Fernanda e as outras?
Alex olhou para o mesmo.
— Foi um processo. Tudo o que eles fizeram. Eles fizeram uma porra de uma reforma debaixo da escola. Esse incêndio pode ter sido o primeiro passo, e se foi, já deu o tempo que eles precisaram pra continuar essa missão deles.
Kaiser se virou pra eles.
— Falta pouco para eu programar o C.H.R.I.S, quando eu terminar, vai ser mais fácil vocês buscarem os documentos e alguma coisa relevante para a missão de vocês. - Ele disse com a cabeça abaixada.
Daniel e Alexander se olharam.
— Obrigada Kaiser.
Alex disse.
— Vamos pelo menos continuar a ler os documentos da Ordem, Alex.
Alex assentiu pegando os pedaços de jornal dentre os documentos 
Daniel pegou outros papeis e ficou olhando também, tentavam achar sentido naquelas coisas. Naqueles documentos.
Era tudo confuso, enquanto Alex parecia entender as pistas e como devia ser, pesquisava as respostas na internet, e anotava as coisas no caderno. Daniel sentiu a cabeça doer, se levantou e correu para fora da sala.
— Daniel?!
Alex se levantou e foi atrás dele.
Daniel foi andando as pressas para o banheiro, sentia seu estomago arder. Abriu a porta do banheiro e foi direto para o toilet, abriu o vaso sanitário e forçava o vomito. Sua cabeça girava e sua mente ficou turva. Daniel se sentou perto do vaso e olhou pra frente, tentando continuar com os olhos abertos, aos poucos, sua visão foi escurecendo e a voz de Alex era ouvida de longe. Tudo escureceu...

...

Daniel acordou, olhando o teto, era familiar, era o quarto de Alexander. Olhou em volta, Alex não estava lá. Ele lentamente se sentou na cama e olhou para si. estava somente de cueca, mas estava com um lençol nas pernas, ele olhou em volta e no mesmo instante, Alex entrou no quarto com uma bacia cheia de água morna, ao olhar para Daniel, Alex colocou um sorriso no rosto. Colocou a bacia no chão e correu para abraçar o amigo.
— Você acordou, você acordou...
O abraço era apertado e cheio de amor.
— Eu fiquei tão preocupado, eu fiquei tão preocupado.
Daniel estava confuso e sem reação. 
— O que houve?
Alex abraçava Daniel e beijava seu rosto. 
— Você desmaiou, parecia estar passando mal, você saiu da sala e foi no banheiro... por favor, você tá melhor?
Daniel assentiu.
— Acho que sim.
Alex pegou um pouco de panos pequenos e molhou na água morna. 
— Se deita, deixa eu cuidar de você.
Daniel deitou novamente enquanto ele colocava um pouco do pano morno na testa dele. Um silêncio, ficou ali.
— Me explica o que houve.
— Você saiu correndo da sala, eu não entendi o por que você tinha saído, eu fui atrás, você estava sentado no chão como se tivesse bêbado. Eu comecei a gritar- Alex falava enquanto ajeitava os panos. — Chegou um cara baixo e falou que ia chamar a Marcela, a enfermeira da Ordem.  Ela falou que era melhor eu te levar para casa, ela me passou um kit de primeiro socorros. Você não se lembra de nada? Tem certeza?
— Me desculpa, Alex. Não me lembro.
Alex sorri e fica em silêncio.
Daniel fechou os olhos relaxando. 

Alex tinha escondido a parte que ele ficou nervoso e Ricardão havia tomado conta de sua personalidade, e...
— Verissimo falou algo sobre você.
Daniel abriu os olhos.
— O que ele falou? 
— Ele falou que você não--- Alex travou ao tentar falar.
Daniel levantou o corpo e se sentou do lado de Alexander.
— O que ele falou, Alex?
— Ele falou que você não tá abito a ir nessa missão.
O rosto de Daniel ficou mais serio.
— Como assim?
— Ele falou que você não pode ir numa missão desse jeito.
— E quem vai nessa missão com você?
— Qualquer pessoa, o Verissimo disse que poderia arranjar uma equipe pra mim.
Daniel estava visivelmente nervoso e falou alto:
— Você não pode!!
— Por que eu não posso?
— Eu não posso te deixar assim!
— Você não pode decidir o que eu tenho que fazer!
— Eu prometi pro Thiago e pra Liz que ia te proteger.
— Eu não ligo pra isso...
Daniel se calou, sentiu olhar pesar, abaixou o rosto e sorriu.
— Eu não posso te perder... Não posso. 
— Dani... Descu--
Daniel se levanta da cama, pegando suas roupas na cabeceira da cama, e foi para o banheiro se trocar, Alex se levantou da cama e ficou segurando os panos molhados na porta do quarto, nervoso.
Daniel saiu do quarto sem falar nada, emputecido! Saiu da casa sem falar nada, batendo a porta. Alex queria ter apagado aquele momento da sua cabeça... O que ele havia falado para Daniel, doeu tanto. Ele havia sentido. O que ele falou sobre o Thiago e a Liz. Não esperava isso dele mesmo.

...

Daniel começou a andar pelas ruas, já estava entardecendo e ele encontrou um bar qualquer e se sentou no balcão do bar.
— Me dê uma bebida bem forte, por favor...

Coração Esmeralda || Danilex 🌸✨Onde histórias criam vida. Descubra agora