Eu ainda tenho medo

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Depois que Alexander terminou de dar o "banho" no Daniel, com muita cautela ele ajudou o ruivo a vestir seu pijama, que na verdade era umas roupas largas que o Alex havia pegado no guarda-roupa do Daniel quando entrou na casa dele com ajuda dos agentes da Ordem.

—Aonde você vai dormir?
Falou Daniel enquanto Alex se levantava pra trocar de roupa também.
—Vou dormir na poltrona, por que? Quer que eu durma contigo?
Daniel revirou os olhos.
—Tal--

Ele gaguejou, fazendo Alex voltar a porta e olhar pra ele.
—Só não demora, porra!!
Falou virando seu rosto envergonhado para o outro lado.
Dois minutos se passaram e Alex saiu do banheiro.
Ela olhou pro Daniel e ele ainda estava acordado.

—Vai dormir, Daniel.
Disse se aproximando do mesmo.
No qual ele ignorou.
—Tá, seu chato. Mas vou desligar a luz.
Daniel continuava olhando para a porta o ignorando.
—Boa noite, Daniel.
Disse ao mesmo tempo que a luz desligava.

Alex foi andando calmamente até a poltrona e se sentando, colocou os óculos na cabeceira e fechou os olhos para dormir.

Daniel olhava Alex fazer tudo e quando o moreno já havia começado a dormir, o mesmo não conseguia.
Era tantas coisas que passavam na mente dele.
Tentava desesperadamente sentir seus membros inferiores.
Falhou.
Ele fechou os olhos pra esquecer essa sensação vazia.
Mas, escutou um barulho estranho. Só podia ser da cabeça dele!
Mas o barulho se repetia. Ele abriu os olhos, se encontrava no mesmo quarto, mas, aquela porta era sempre assim?
Pensou. Vendo a porta fechada do quarto que ia para os corredores, como uma porta de banker.
Sentiu um arrepio. Olhou para o outro lado, Alex dormia tranquilamente.
Voltou seus olhos a porta. Saia fumaça das frestas, e uma luz vermelha vinha do corredor. Que iluminava parcialmente a sala.
—Alex...
Falou olhando para o amigo que dormia.
Ele olhou a porta do banheiro...
Porque a porta estava aberta?
Daniel tremia.
Dedos monstruosos saiam da porta do banheiro.
—Alex.
Chamou novamente.
Aqueles dedos eram familiares... Eram dedos Dela... Gabriel.
Que agora estava indo em direção ao homem, parecia um déjà vú.
Ele tentou gritar.
Sua voz foi rompida.
Aquele sentimento voltou.
Ele estava enlouquecendo.

— Daniel!
Alex falou segurando os braços do mesmo, que chorava e não conseguia falar.
— Eu tô aqui. Não é real, tá tudo bem... Você só tá tendo paralisia do sono. Calma, vai passar.
Alex passava as mãos no rosto do amigo, para que o mesmo se acalmasse.

Daniel fechava os olhos com força, para que aquela imagem arrepiante saísse de sua cabeça.
As mãos e a voz do Alex pareciam o acalmar, ele estava ali. 
Daniel abriu os olhos lentamente.
Viu aquele rosto negro familiar, que tinha uma face cansada e preocupada.
— EII, eu tô aqui. 
O coração do ruivo se acalmava.
Segurou os braços do amigo.
Seu rosto se aproximava do dele?
Porque parecia que os olhos deles estavam se procurando um a outro.

— Alex... 
— Eu tô aqui Daniel.
Daniel ainda olhava para seu amigo, o encarando firmemente, para que ele pudesse ignorar tudo a sua volta.
Os olhos de Alex, pelo contrario, tentavam firmemente, em não olhar para a boca de seu amigo. Aquela boca que chamava seu nome de uma forma estranha, nunca entenderia seu amigo, ou, o que ele sentia por ele. 

Alex foi afastando o rosto do amigo, que agora estava mais calmo, se sentou na maca de Daniel e acendeu o abajur que tinha lá.
— O que aconteceu?
— Eu nã-ão sei... Eu vi, ele.... Ela... Gabriel, Agatha.
Falava enquanto colocava aos mãos no rosto desesperado.
Alex colocou a mão na barriga do seu amigo.
— Ele morreu Daniel. Ele não vai mais te machucar

Daniel respirou fundo.
— Tenta voltar a dormir, eu tô aqu--
— Dorme aqui comigo.
Daniel interrompeu Alex, fazendo ele ter um pequeno gay panic
Alex olhou para ele, tentando adivinhar se ele falava serio. 

— O que é? Você não pode fazer esse favor?
Alex tentava juntar saliva para falar.
— Pos-sso, cla-ro-o que eu-u posso!!
Disse gaguejando enquanto pegava a almofada para colocar sob a cabeça.

Daniel com um pouco de dificuldade, conseguiu dá um espaço para o amigo.
Que colocou a almofada ao lado do travesseiro, se deitou com calma, para não puxar nenhum cano de soro do amigo e que não machucasse a cirurgia do amigo.
Ficou meio de lado, para que pudesse ver o amigo, que apenas olhava pra frente.
Alex fechou os olhos e esperava que Daniel fizesse o mesmo.  

Quando Alex fechou o olho, Daniel devagar, o observou, como ele conseguia estar tão sã depois de tudo, ele segurou a mão dele. Respirou fundo para que ele ignorasse esse ato inconsciente de seu medo.
Ele olhou para a porta do quarto, ela era a mesma, normal de hospital.
Sentiu Alex aperta sua mão.
O coração acelerou, de uma forma boa. 
Alex é um monstro... Ele é.... Gabriel.... Foi ele....
Aquilo doía nele, não aguentava mais escutar aquelas vozes na sua cabeça. Sabia que Alex não era mal, mas sua cabeça dizia o contrario.

" Por que você me odeia tanto?"

"Eu não te odeio, te odiar é sentir algo por você, e eu não sinto nada!""Nossa, eu tenho certeza que ele quer me dar!""Não, eu não gosto de golden shower! Muito obrigada." "AH! falou o cara que disse que eu peguei na pistola dele!"

Aquelas memorias o trazia uma certa felicidade, um sentimento no qual tinha medo de experimentar.
Sabia que as vezes era muito grosso com Alex. Quando ele pegou a toalha dele, com aquela fragrância que penetrou suas narinas e que nunca mais podia esquecer. 

" Alex eu vou te matar!!"

"VEM!!" —disse ele do outro lado da casa da Liz.

Sentiu o calor do corpo do companheiro se aproximar do dele. Aquilo arrepiou seu corpo, por um momento, pensou em ter sentido suas pernas.
— Alex.
Tentou acorda-lo para avisar que ele estava perto demais. Mas parecia que ele havia dormido.
Ele desviou o olhar para o  outro lado da sala, para impedir que seu amigo visse seu talvez, prazer.... Em estar com ele, ali. 
Logo adormeceu, e acordou com uma movimentação na sua maca, abriu levemente os olhos e viu Alex saindo da maca, pensou em falar algo. Mas sua intuição disse que era melhor não. Esperou ver o que ele faria.
Alex entrou no banheiro com roupas no braço, demorou um pouco lá dentro, o chuveiro fazia barulho. Alex saiu do banheiro vestido, com uma roupa diferente das roupas amarelas que costumava usar, colocou algumas coisas na sua mochila, olhou para Daniel, em que ele acreditava estar dormindo, soltou um sorriso.

— Até logo amigo.

saiu andando até a porta, quando a porta fez barulho que havia fechado. Ele voltou a visão a porta...
Ele havia saído. 

Coração Esmeralda || Danilex 🌸✨Onde histórias criam vida. Descubra agora