Desespero

3.2K 278 8
                                    

●°●°●°●°●°●°●°Ellora●°●°●°●°●°●°●°●°●

Já faziam três dias e Lucien não tinha aparecido ou mandado notícias. E eu estava em desespero agora.

"Ele pode estar ferido, e vc me diz para esperar? Ele era seu amigo, ele teria ido atrás de você." Feyre se encolhe e Rhys entra em posição, como se pudesse defende-la daquelas palavras. "Espera, ele fez. Quando ele achou que seu parceiro estava te trancando ele veio atrás de você!"

"Ello." Azriel apoia sua mão em meu ombro. "Não sabemos onde ele está, e ele é bom, é treinado e sabe ser sigiloso para que nem mesmo nós o rastreemos."

"Eu não sou igual vocês, posso encontrá-lo." Estávamos na casa de Feyre na cidade, e novamente foi para ela que eu olhei quando disse. "Você nem seu parceiro são meus Grão-senhores como Cassian disse, e eu vou atrás dele."

"Creio que não será necessário." Rhys fala e um segundo depois meu poder sente, a essência de flores e algo selvagem que nunca consegui explicar.

Corri em direção a porta, mal vendo o belo jardim que atravessei, em minha visão estava apenas ele. Meu irmão, meu amigo.

"Você está ferido? Foi seguido?" Pergunto parando abruptamente a sua frente.

"Não e não." Ele responde.

Então eu o abracei com força, afundando meu rosto nas ondas embaraçada que eram seus cabelos da cor do fogo, eu chorei e senti o cheiro de suas lagrimas também, ele me abraçava como se eu pudesse desaparecer outra vez, e eu o abraçava como se pudesse perde-lo também, como perdi os outros.

"Pose de uma rainha, mas a alma de uma exilada." Ele sussurrou em meu ouvido, e era irônico como ele estava certo sem saber a verdade. Eu havia contado tanto para ele, contei sobre Az mudando as partes que envolviam Vallahan e minha linhagem, por que mesmo que eu não admitisse, as palavras que ouvi naquela cela me convenceram a ter vergonha de quem sou.

Pouco a pouco olhei para ele, e andamos abraçados até as pessoas que esperavam na porta, eu não podia solta-lo não agora.

●●●●●●●●●●●●●AZRIEL●●●●●●●●●●●

Eu podia sentir o alívio e a felicidade que fluía dela, e o restante daquela parte primitiva que é ativada pela a firmação do laço estava grunhindo em minha mente, mas eu me forcei a ignorar.

"Vassa?" Ela perguntou a ele.

"Preocupada com você, mas bem."

"Jurian?" Senti a apreensão e algo estranho quando ela perguntou por ele.

"Bem." A resposta foi curta e amarga, e se Ellora notou não quis questionar mais.

"Como você chegou até aqui? Pensamos que eles haviam levado você outra vez." Lucien perguntou a Ellora.

"Tive que mudar meu curso quando notei que estavam me seguindo, e então a necessidade de vê-lo surgiu, e as sombras parecem ter feito o favor de chama-lo." Ela olhou para mim.

"Então veio pedir nossa ajuda para encontrar sua ex amante?" Cassian perguntou delicadamente, mas dava para perceber que Cass nunca esqueceria o que Lucien e Tamlin fizeram com Fey, assim como eu.

"Vim pedir ajuda para salvar a minha irmã, mas se Ellora tivesse sido capturada todos nós estaríamos em risco." Ele falou, e Ello olhou para ele com carinho mas com confusão também. "Eles querem usá-la como uma arma, por isso a mantiveram tanto tempo presa, para destruir sua mente e deixá-la mais receptiva para seja lá qual for o objeto que agora possuem."

Me aproximei de Ellora, ela continuava com um braço ao redor de Lucien, como se aquele contato com ele fosse a única coisa que a estava a mantendo em pé agora.

"Mas você fugiu, e está aqui agora comigo, e com ele." Lucien sussurra para ela, tão baixo que sei que se não tivesse me aproximado não teria ouvido. "Eu amo você, senti sua falta Ello."

"Também te amo, Lu" Ela passou o outro braço ao redor dele e o abraçou forte novamente. Então respirou fundo e em um piscar de olhos ela estava mudada, não apenas havia assumido a forma humana, mas sua postura enrijeceu, seu queixo se ergueu, era como olhar para Nestha, forte e imperturbável.

"Chegou a hora de retornar para casa." Ela olhou para mim. "Vou para Vallahan, lutar por meu povo."

Isto explicava a sua pose, uma rainha que precisava tomar uma decisão difícil.

"Seu povo? Vallahan?" Lucien questionou.

E então ela explicou tudo para ele, e eu só conseguia pensar no perigo em que ela correria, e egoistamente pensei no que ela tomar o trono significava para mim, seu parceiro, se ela se tornar a Rainha que nasceu para ser eu seria...

"Az, posso falar com você? A sós." Ela soltou lentamente a mão de Lucien, que acenou para ela, sem se abalar com todas as revelações, e algo me diz que ele já sabia que ela escondia algo e que escolheu esperar para que ela se sentisse pronta para falar.

Ela me guiou calada até o cômodo mais longe.

"Eu senti seu cheiro, lá na sala, me desculpa eu perdi o controle, muitos cheiros. "Ela falou rápido. "Sei com o que você está se preocupando, é sobre minha ida para Vallahan, certo?"

"Sim." Ela ainda mantinha a pose de rainha. "Você não tem um exercito, como vai lutar com eles?"

"Os exércitos de Vallahan são fieis a coroa, não importa na cabeça de quem ela repouse, eu sou uma Herdeira..."

"Que todos acreditam estar morta." Acrescento.

"Normalmente existe um ritual e o atual rei passa a coroa para o novo, mas um povo escravizado não vai se importar, afinal eu sou a bênção do povo." Ela segurou minha mão, e olhou em meu olhos. "Eu vou para casa, Az. Já evitei meu destino por muito tempo, está na hora de ser o que eu nasci para ser."

"A legítima rainha de Vallahan." Completei por ela, e seu queixo se ergueu ainda mais, enquanto uma única lágrima descia pelo o seu rosto. "Eu vou com você."
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
985 palavras.

A Corte de Sombras e Verdades- AzrielOnde histórias criam vida. Descubra agora