●°●°●°●°●°●°●°●° Ellora ●°●°●°●°●°●°●°●
3 anos atrás- parte 1 de 4
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Acordei ofegante, minha pele pinicava em contato com a grama, eu estava suada e meu corpo doía, exigindo uma cama descente e uma noite de sono tranquila. Apesar do cansaço levantei, recolhi meus poucos pertences, prendi o punhal a coxa e segui floresta a fora, cada passo mais pesado que o anterior.
Me amaldiçoei quando me sentei ao pé de uma árvore, amaldiçoei o caldeirão por permitir que meu corpo enfraquecesse e esquecesse dos anos de treinamento, amaldiçoei a Mãe por permitir que meus músculos atrofiassem e que eu estivesse tão magra que seria possível contar as costelas, e por fim amaldiçoei o mundo e cada criatura que vivia nele por permitir o que fora feito comigo, por nem mesmo saber ou lembrar quem eu era. A força voltou, a vontade de gritar o que aconteceu para que até os seres mais imundos que rastejam pela terra saibam quem eu fui, quem tentaram me forçar a ser, e quem eu me tornei.
"Você é uma aberração, seu sangue é sujo, você pode ter saído das águas abençoadas, mas não passa de lixo criada por tolos que achavam ter encontrado a salvação." Rápido e forte como o bater das ondas contra as pedras a minha força foi arrancada e apenas as memórias permaneceram, uma mais dolorosa que outra.
Aquela mulher, beijando minha testa como um sopro de vento em uma tarde de verão, me enrolando e então sussurrando "Você é uma benção, minha pequena guerreira." E então a mesma mulher caída a minha frente, seu rosto entre minhas mãos, "Vá Ellora, vou ficar bem." Não me movi, o exercito de Hybern estava por toda parte, levando os jovens e matando todos que julgavam não ser necessários, "Vá Ellora, vá e lute por seu povo, eu amo você minha guerreira não se esqueça disso." Beijei a testa daquela mulher, antes de sacar as espadas gêmeas das costas, girá-las uma vez sentindo o peso familiar e reconfortante, e então o mundo explodiu em raios, sangue e gritos, antes do silêncio chegar e nunca mais partir.
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Estava parada a porta da grande torre, na janela distante eu podia ver um belo pássaro vermelho, como as fênix das lendas, a porta se abriu no momento em que a fênix voou para dentro, um homem de cabelos longos e vermelhos estava parado a minha frente, Lucien o filho que renunciou seu lugar na Corte Outonal.
"Tem a pose de um lorde mas alma de um caçador." Disse a ele, que me avaliou, como se tentasse lembrar se me conhecia. Eu estava na pele humana, roupas esfarrapadas e sujas, a cada dia ficavam mais folgadas em meu corpo esquelético mas estava de cabeça erguida.
"Não me lembro de você, posso ajuda-la?" Ele parecia relaxado mas notei as mão perto da faca na coxa.
"Talvez possa, me ajude e ajudarei você." Com um vento forte me transformei, e ele sacou sua faca.
"Ouvi que anda tendo problemas com rebeldes humanos, já pensou em ter um infiltrado, raposinha? Posso ajudar." Falei, fingindo não notar o punhal em suas mãos.
"Entre." Foi tudo o que ele me disse.
Obedeci, deslizando para dentro como uma sombra, o lugar era elegante porém com um aspecto familiar, como um lar e não um lugar para planejar como matar o inimigo. Sentado de forma despojado no sofá a minha frente estava um homem humano, cabelos negros e a pele pálida quase sem vida, e o pássaro da janela estava agora empoleirado em seu ombro, aquela era uma verdadeira fênix.
"Passarinho bonito, tem nome?" Ele me encarava como se milhares de formas sangrentas de me matar passasse em sua cabeça, e então sorri para ele, o sorriso que já fez homens se ajoelharem aos meus pés, aquele sorriso que era a ultima coisa que meus inimigos viam antes de morrer.
"Uma feérica bonita, tem nome?"
Foi naquele momento que eu percebi como seria fácil, seria fácil viver ali com aquelas pessoas, seria fácil pertencer a algum lugar novamente.
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628 palavras.
Nessa história o passado da Ellora é muito importante, e vão ter capítulos contando um pouco desse passado ou então alguns momentos em que a Ellora revive lembranças, se algo estiver confuso comentar que eu ajudo.
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A Corte de Sombras e Verdades- Azriel
FanficTodo o meu corpo dói, mas tenho que continuar, correr, correr e correr, posso ouvi-los atrás de mim não tenho como ganhar eles são mais rápidos, são imortais. Saco minha espada, posso não ter chances de ganhar, mas não morrerei sem lutar e também nã...