A Corte de Sombras e Verdades- Azriel

Lobos

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A sensação me atinge antes que eu possa abrir os olhos e então eu levanto subitamente e dor irradia por todo meu corpo, minha visão desembaça e vejo uma mulher com panos cheios de sangue, meu sangue, ela se assusta quando solto um grunhido rouco na direção dela junto com um fio de poder, meu corpo que agora possui dedos levemente alongados assim como os caninos e as orelhas pontiagudas, a imortalidade pulsa nas minhas veias. Agradeci a mãe por aquilo.

O sinto se aproximar antes dele aparecer na porta. Ele tinha sombras ao redor do corpo como se elas estivessem o consumindo, outros apareceram atrás dele me estudando com um olhar predatório mas eu não era uma presa percebi e sim uma ameaça.

"Aí está você, realmente fiquei curiosa para saber oque você escondia." Diz a pequena mulher mas com um poder tão grande estampado naqueles olhos que meu próprio poder se encolheu em reverência. Aquelas pessoas eu as conhecia, foi nelas que meu poder tocou segundos antes, então eu não estou morta...Ainda.

"Você está machucando elas." Digo com a voz rouca para o macho que agora se encontrava no canto da sala, ainda me avaliando. "Encantador de sombras."

Nada.

"Do que está falando?" Pergunta o macho de cabelos longos escorado a porta com desinteresse falso estampado no rosto, Cassian, o lendário guerreiro Illiryano.

"Afrouxe um pouco o aperto, elas gostam de você encantador não as faça mudar de ideia." Sinto meu corpo se curando, lento estava muito lento, mesmo com as minhas habilidades, preciso ganhar mais tempo.

"Seja lá o que for que está planejando, aviso que não precisa perder seu tempo você não teria chance mesmo que estivesse curada." O Grão-senhor e a Grã-senhora da corte Noturna me avaliavam e eu não pude esconder a admiração e a surpresa dos meus olhos quando olhei para eles principalmente para a fêmea.

Doeu mas curvei o corpo o máximo que consegui ainda sentada naquela cama, e quando meus olhos se voltaram para a Grã-senhora algo como choque estava estampado ali.

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Uma reverência, não para Rhysand mas para Feyre que estava imóvel. Corpo parecia se curar muito rápido mesmo para os padrões feéricos, mesmo um grão-feérico ou um Illiryano levaria horas para curar aqueles ferimentos profundos e cruéis até que conseguissem mover o corpo como ela faz nesse momento, mas percebi quando ela direcionou um olhar rápido para minha direção que a fêmea não parecia satisfeitas com a velocidade.

Um puxão forte e então um clarão e eu me sentia tonto, enjoado e o cheiro aquele cheiro de mar e pinheiros me atingiu, nenhum deles pareceu perceber, mas as sombras se agitaram mais, e eu afrouxei o aperto que as mantinham presas a mim, assim como ela havia dito. Como ela sabia o que as sombras queriam? Ela não é uma encantadora de sombras, ela parecia não pertencer a lugar ou raça alguma.

"Você tem duas opções, pode responder nossas perguntas de forma tranquila, ou você pode descobrir que reverências não vão nos impedir de mandar você para uma câmara de tortura." Cassian lançou um olhar ameaçador a fêmea, o tipo de olhar que dizia aos inimigos que a morte seria dolorosa e lenta, e ela nem mesmo desviou o olhar.

"A segunda opção parece divertida guerreiro, mas sinto lhe informar que hoje ficarei com a primeira, talvez possamos brincar outro dia." Eles continuaram se encarando, aquilo era uma disputa para ver quem cederia primeiro, e algum extinto primitivo meu queria rugir e atacar, mas mantive a voz controlada quando perguntei...

"Quem é você?"

Ela poderia mentir seria algo idiota a fazer, pois apesar de tudo que ela claramente sábia sobre nós ainda podíamos ser perigosos e ela ainda era uma ameaça estranha em nosso território. As sombras haviam sussurrado para mim um nome, repetidas vezes.

"Ellora." Ela escolheu a verdade, a voz saiu tão baixa e cansada como se ao pronunciar o próprio nome um peso tivesse recaído sob ela.

"E de onde você é ,Ellora?" Pergunto, e Amrem dá um passo a frente, esperando.

"Vim das terras mortais." Amrem dá mais um passo e dessa vez se pronúncia;

"Essa não foi a pergunta que lhe foi feita."

"Eu não sei. " Ela fala mostrando irritação. Mentira

Ela põem a mão na cabeça e exibe uma expressão de dor, eu dou um passo involuntário em sua direção, porém a curandeira chega até ela antes de mim.

"Ainda está fraca e seja lá o que for essa sua transformação lhe custou, então é melhor descansar para que seu corpo e sua...Magia possa se recuperar." A curandeira para por um instante, esperando uma confirmação que não veio, Ellora apenas se deita novamente e em poucos instantes é tomada pelo sono e o cansaço.

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