Kaz

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Kaz não sabia o que pensar nem como se sentir, depois de seu casamento. A única coisa que sabia, era que nunca perdoaria Edan Truett, por ter roubado uma noite que devia ser dele e da Imperatriz. Aquele bastardo era corajoso... Foi ousado o suficiente para interceptar a Imperatriz quando ela estava indo para ele, em sua núpcias...

Kaz sorriu olhando pela janela. Ele jamais perdoaria.

Os atendentes que iam e vinham pelos corredores, ao ver o sorriso insano no rosto do rapaz, saiam rapidamente desconcertados.

Os servos do Palacete dos Ventos andavam na linha, principalmente por causa de Zequirian. Zequirian Albeures era um dos conselheiros diretos de Siv. Passara no exame imperial há alguns anos e desde então tem seguido a Imperatriz, se tornando um dos subordinados que trabalhavam mais próximos a ela. O filho de um visconde caído, que havia ganhado novo prestígio graças ao cérebro de um de seus filhos.

Ele se opôs fortemente em se tornar babá do novo concubino. Na realidade, Siv havia o ordenado que ficasse ao lado de Kaz, que o orientasse nos assuntos da corte e que o guiasse pelos caminhos da aristocracia... Que pudesse ser o braço direito do segundo consorte um dia, se ele o julgasse merecedor de seu respeito e apoio.

Kaz estava sozinho num mundo que não tinha ideia de como funcionava e Siv tinha consciência disso. Não desejava que ninguém tirasse vantagem dele, nem menosprezasse-o por ser plebeu. Ele precisava de alguém que lhe desse verdadeira assistência, fosse leal e ainda, que pudesse relatar a ela se agisse de forma suspeita. Por isso, escolheu Zequirian, que detestou, mas obedeceu.

Tentou empurrar a incumbência para Conde Keyne antes, mas o outro se livrou nomeando todo o trabalho que estava encarregado. Com uma cara azeda, Zequirian finalmente concordou, para o alívio de Siv, que sorriu em agradecimento. Mas é claro que ele não deixou de murmurar reclamações consigo mesmo, algo do tipo: "não é como se eu não tivesse trabalho também... tenho tanto que estou entulhado. droga, como posso recusar se aquele paspalho só inventa desculpas e empurra isso para mim... argh! Keyne! Espere e verá..."

Eram exatamente esses tipos de pensamentos que passavam por sua cabeça, quando ele, de braços cruzados e cara fechada, observava a feição sombria de Kaz.

- O que você está fazendo? Deveria estar fazendo sua lição de História - tocou a cabeça como se estivesse com dor - Se apresse e retorne a seu escritório, por favor, Sua Graça.

Kaz saiu de seu devaneio vingativo e voltou sua atenção ao conselheiro imperial.

- Sua Graça? Não sou príncipe nem nada do tipo, Zeq - sorriu - Já lhe pedi, me chame de Kaz.

Zequirian suspirou, parecendo exausto.

- Vossa Graça recebeu o título de um consorte imperial. A forma de tratamento correta a qualquer um se designar a Vossa Graça agora é por Vossa Graça. Não fazer isso implica em desrespeito e falta de educação.

- Que confusão desnecessária- Kaz riu voltando ao escritório, Zequirian o acompanhou - Você deveria me chamar só de Kaz, como a Imperatriz faz, é tão mais simples.

- Vossa Majestade pode fazer o que quiser, mas eu, um mero servo, não excederei minha posição, Vossa Graça.

- Então me chame de Alteza, é mais legal! - ele sorriu entusiasmado - Sempre quis que me chamassem assim.

- Me perdoe Vossa Graça, mas não posso chamar Vossa Graça de Vossa Alteza, pois Alteza é forma de se designar a princesas e príncipes apenas. Seria um tratamento errôneo.

Harém Imperial - Os Concubinos da ImperatrizOnde histórias criam vida. Descubra agora