I lov...

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CAMILA POV

― Eu não aguento mais um segundo... ― Falei ofegante, o suor pingando em meu corpo. Me joguei no chão respirando fundo.

― Vamos Mila! Você não fez nem trinta minutos de exercícios.

― Dinah, deu para mim. Entendeu? Se eu tiver que repetir esses movimentos pela quinta vez, você não precisa nem chamar a ambulância. Liga direto para a funerária. ― Anunciei desistindo por completo de tentar acompanhar o ritmo da garota.

― Quanto drama, meu Deus! Você fazia o triplo no ensino médio.

Não conseguia nem lembrar como podia ser cansativa uma rotina de dança, isso porque eu fazia aulas de ballet e jazz desde meus cinco anos, só parei quando entrei na faculdade. Dinah, ao contrário de mim, continuou com sua rotina, principalmente por ser parte das líderes de torcida, o que rendeu fotos incríveis a Normani por conta do esporte da namorada.

Era a segunda semana seguida que Dinah me ajudava. Desde que eu fui ao encontro com Lauren que um lance de escadas me cansou me obriguei a começar um exercício. Me senti frustrada por não aguentar o mínimo, enquanto ela parecia inabalada, uma filha de Afrodite, que tinha sequer uma gota de suor no rosto. Óbvio que não havia comparação entre uma atleta de alto nível e uma sedentária de alto nível.

― No ensino médio eu tinha tempo, agora eu tenho responsabilidades e sono acumulado.

― Claro que tem sono acumulado ― Dinah me respondeu com um sorriso malicioso nos lábios. ― Desde que começou a namorar não teve um dia que essa casa ficou sem ouvir seus gritos.

― Que absurdo! ― Incrédula, virei e acertei um tapa na coxa de Dinah que ria. ― Eu nem grito! E nem foi todo dia, ok? Lauren estava menstruada semana passada. ― Reclamei num muxoxo baixo, meus braços cruzados lembrando de me sentir contrariada.

― Eu falo isso para o seu bem, Mila. ― Minha amiga segurava o meu queixo e tinha a cara mais séria do mundo. Quem visse de fora acharia que era algo sério. Do que jeito que Dinah é, não aguentaria muito tempo sustentando a cara falsa, desmanchando de rir e me empurrando novamente contra o chão. ― Tudo certo para hoje e pra amanhã?

Hoje à noite seria a exposição das minhas fotografias no museu de arte universitário, a Galeria de Arte da Universidade de Yale, a mais antiga do Hemisfério Ocidental, e a que mais causava minhas crises de ansiedade das últimas semanas. Por abrigar tanta coisa genial, eu não conseguia conceber que minha professora havia me escolhido para uma apresentação desse porte.

O primeiro dia, o dia de abertura da exposição seria uma cerimônia pequena, pelo menos de acordo com o que foi falado. Seria reservado a apreciadores da arte, pois não era apenas exposição do curso de fotografia que estava sendo feito, mas também de artes plásticas, envolvendo desde artesanato em madeiras até quadros e esculturas de metal. Englobava todas as artes visuais, sendo assim, limitado ao aluno escolhido e um acompanhante, e era óbvio que a minha acompanhante seria a minha modelo. A musa que fez com que cada foto fosse ainda mais bela.

Lauren havia combinado de vir me buscar às 19:45, para estarmos 20 horas em ponto na frente do museu. A ansiedade dela era tão grande que não duvidaria que ela chegasse aqui antes do horário combinado.

Por não ter visto foto nenhuma que eu tirei, sofri chantagem com comida para revelar como ficaram as fotos após todo o trabalho que faz após mexer na luz, saturação, etc. Nunca foi tão difícil resistir a carinha de pidona de minha namorada.

Ontem eu passei a tarde inteira organizando o local. A posição, a ordem, a disposição da luz. Era minha primeira exposição profissional, as lágrimas até mesmo caíram em determinados momentos de tanta felicidade que sentia.

Bad Kind Of ButterfliesOnde histórias criam vida. Descubra agora