Bad Kind Of Butterflies

Dream

Sem avisos grandes, apenas para anunciar que vai ter atualização tripla com os últimos três capítulos de BKOB. Hoje, amanhã e segunda.

Desculpa a demora e obrigada por estarem ainda aqui. 

ass.: FuckJergui

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— Você tem certeza que está pronta? Sabe que não precisa fazer isso pra provar nada a ninguém né? — Alexandra falou comigo enquanto me ajudava a apertar as luvas.

Hoje meu humor estava ácido e agressivo, o estresse consumia cada partícula de meu ser. Tudo em minha volta parecia dar errado desde o instante que pisei no aeroporto para embarcar. Eu deveria estar bem, motivada, tranquila, focada, mas os problemas me cegavam, atingiam fortemente meu coração e não permitia que eu me livrasse dos pensamentos ruins.

— Não espero aprovação externa, eu quero me superar e conquistar um sonho. Sabe que é a competição decisiva para as Olimpíadas.

Tentava me concentrar, Alexandra vinha pegando no meu pé há meses, seu trabalho de me agenciar na Nike duplicou minha dor de cabeça.

— Você venceu as Nacionais, Lauren. Isso não basta? Sua ortopedista praticamente implorou para diminuir o ritmo.

— Eu vou diminuir, depois que eu for selecionada para as Olimpíadas — estava sendo teimosa, sabia disso.

Retomar minha forma foi fácil, meses de treinamento intenso, rotina dobrada, dietas restritas e consultas mensais nos médicos me levaram ao primeiro lugar das Nacionais. Faltavam exatos 4 meses para as olimpíadas, eu competia no Campeonato Mundial sediado na Sérvia, para conseguir uma das 12 vagas. Meu desempenho e história estava sendo contada em diversos jornais, fui entrevistada mais vezes que o necessário, fotos e mais fotos da menina que superou um acidente e voltou ao ringue. Isso me rendeu grandes contratos com patrocinadores, praticamente me tornaram uma subcelebridade do mundo do boxe.

— O que Camila diria? — provocou.

— Não vamos falar sobre isso de novo, Daddario — fui ríspida e como se fosse um anjo, meu técnico entrou para me chamar para a luta.

Quando viajamos para Nairóbi havia sido tudo perfeito, como uma lua de mel antecipada. Eu e Camila curtimos, ela focou em suas fotos que ficaram magníficas, por outro lado eu tive o tempo para meu treino e as vistas ao acampamento montado pelos Arquitetos Sem Fronteiras. Instruí as equipes da forma que havia imaginado, tive pequenas reuniões com os engenheiros e já saí com a certeza que voltaria no ano seguinte para assumir um dos projetos.

O que Nairóbi tinha sido um sonho, a Sérvia se tornou nosso maior pesadelo, e tudo começou com uma dor em meu braço.

Haviam passado 6 meses desde a viagem à Nairóbi, já havia ganhado as regionais e estava classificada para as nacionais que aconteceriam em 2 meses. Durante um treino senti uma fisgada tão forte em meu braço que não consegui continuar. Meu técnico no mesmo momento que soube marcou uma consulta com minha ortopedista, me levando com urgência para Nova Iorque. Só consegui comunicar a Camila que estava saindo dentro do carro, com meu braço envolvido em gelo.

— Deixa eu ir com você, Lauren. Onde estão? Eu encontro vocês! — falou no telefone e eu percebi que ela já se movia desesperada para arrumar as coisas.

— Mi amor, amanhã é a sua apresentação de trabalho. Não pode faltar, precisa se concentrar em você também — falei me sentindo culpada por ela querer largar tudo por mim, já havia perdido tempo demais cuidando de minhas feridas. Agora eu já podia fazer isso e ela não precisava deixar de priorizar suas tarefas por mim. — Wes e James estão comigo, vamos na Dra. Torres e voltamos hoje mesmo.