Bola de cristal

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um aviso rápidinho da autora, tem música de novo, pra quem gosta da sofrência pode dar play em "Pingo de dó" que vai dar muito bom, é só isso mesmo



De longe aquela tinha sido a situação mais constrangedora da vida de Rafaella. E nem se dava pelo fato de Íris ficar encarando as duas mulheres com a boca aberta em surpresa, mas por ter que fugir de lá e deixar Bianca lidar com a situação sozinha.

O desespero da morena era muito além do normal, o que causou uma confusão gigantesca para Rafaella. Seria tão ruim ser pega pela irmã mais nova, ou era ruim por ter sido com ela? Não gastou muito do seu tempo pensando naquilo, o que Bianca quisesse fazer, Rafaella aceitaria. Afinal, ela quem estava mais afetada com tudo aquilo mesmo.

Na casa dos Andrade, a filha mais nova encarava a irmã em silêncio tentando buscar respostas para suas perguntas, infinitas perguntas aliás, mas tudo que recebia era a falta de atenção da irmã. Bianca estava ignorando Íris com força, na tentativa daquela linguagem não verbal explicasse para a mais nova que aquilo jamais poderia chegar no ouvido de outras pessoas.

Íris não estava nem aí para o que a irmã queria, só desejava fofocar o máximo que conseguiria sobre aquela novidade.

— E então... Vai ficar agindo como se nada tivesse acontecido?

Bianca rolou os olhos desviando do corpo da irmã para fazer o caminho até o próprio quarto.

— Fala comigo, Bia!

— O que você quer que eu fale?

— TUDO?! Desde quando vocês estão se pegando? Meu Deus! Você e a Rafa finalmente estão se pegando.

Íris tinha um sorriso rasgando o rosto e uma euforia quase infantil ao falar. Por um momento Bianca também sorriu, mas desfez o sorriso ao perceber o caminho que estava seguindo.

— Não estamos nos pegando, foi só um caso isolado. — mentiu a morena se esforçando para não demonstrar — Estávamos carente e quando percebi a gente estava se beijando.

— Carente? Desde quando você fica carente, Bia? O que mais tem no seu celular é contato de gente pra você pegar. Ninguém caí nesse papinho.

Bianca suspirou frustrada finalmente alcançando a porta do quarto. Apenas uma porta da sua liberdade provisória. Ainda precisava pensar em alguma coisa que faria Íris calar a boca e não repassar o que tinha visto.

— Tá bom, não foi carência. Foi tesão mesmo. É isso que você queria ouvir, garota chata?

Íris sorriu vitoriosa. O que tinha visto era autoexplicativo, mas ver Bianca confessando era ainda melhor. Até tinha demorado muito para que a irmã caísse nos encantos da agrogirl.

— Um pouco. Você ainda não respondeu minhas perguntas.

— Agora é sério, Íris, isso que você viu não pode sair dessa casa, ok? Não mesmo!

— Minha boca é um túmulo. Não vai sair nada de mim, pode ficar tranquila.

Bianca cerrou os olhos encarando a irmã com seriedade.

— Eu estou falando sério.

— Eu também estou, Bia. Para de ser paranoica, eu não vou sair fofocando por aí não...

A morena ainda não acreditava na palavra da irmã, o que era uma coisa que tiraria a paz da jovem. Já tinha problemas demais para resolver e não precisava de uma fofoca como aquela perseguindo ela. Não mesmo.

Caso Indefinido - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora