Caso Indefinido - Rabia

Namorando com saudade

nossa autora, duas att seguidas? isso mesmo, galera, mas não se acostumem não, tá? combinado não saí caro, e preciso da compreensão de vcs quando eu sumir por alguns dias
somente isso mesmo, beijão bbs, capítulo ao som de namorando com saudade do Jorge e Mateus

Bianca congelou por inteiro com a resposta de Rafaella. Engoliu em seco, tentando desviar o olhar dos verdes que era apaixonada, mas decidiu ignorar todo o seu receio e partir do que considerava ser importantíssimo para uma boa relação, a sinceridade. Ainda tinha um temor em transformar aquilo numa grande briga que levaria em um desgaste do recente namoro, mas adiantaria mentir?

Rafaella precisava saber a verdade, afinal era sua namorada e amiga de Daniel. E tinha sido mulher para inventar aquela história boba, teria que ser para admiti-la para Rafaella.

— O que quer falar exatamente?

— Nunca foi real? Vocês dois nunca tiveram nada mesmo? — havia certa dúvida no tom de voz usado por Rafaella. Algo próximo da incredulidade, mas nada teatral. Sua namorada parecia mais em dúvida do que com raiva.

— Não. Eu praticamente ameacei ele a fingir que estávamos saindo. — confessou a morena suspirando derrotada. Esperava que Rafaella pudesse entender suas motivações, e não se chateasse com aquilo, mas se ficasse, Bianca entendia que a mulher estava em seu direito.

Se fosse o contrário também ficaria puta da vida.

— Praticamente?

— Olha, amor, é um assunto delicado pra uma conversa longa. Não dá pra gente ter aqui, em frente a faculdade. Eu peço desculpas se te magoei com isso, mas pra falarmos sobre tudo, não dá pra ser aqui. — Rafaella pareceu pensar a respeito por alguns poucos segundos. Analisou bem o rosto da morena, suavizando o rosto antes de concordar com o que tinha ouvido.

— Eu não tô chateada, Bi. Não por isso. Mas não podemos conversar sobre isso hoje. Tenho que estar em Goiânia às duas da tarde.

Franzindo as sobrancelhas confusa com o que tinha ouvido, Bianca buscou na memória algum momento em que Rafaella havia comentado sobre a viagem. No entanto, nem mesmo se esforçando conseguiu se recordar. Provavelmente a fazendeira tinha se esquecido de mencionar ou apenas tinha surgido de última hora.

— Eu tinha dito que o dia seria corrido, amor, ontem à noite. — tocando o rosto com a mão, Rafaella tratou de refrescar a memória da namorada ao perceber o olhar confuso da mais baixa.

— Mas não mencionou viagem. — reforçou Bianca, fitando os verdes claros pela iluminação do sol. Em ambientes abertos os olhos de Rafaella ficavam ainda mais lindos. Bianca desejou que os filhos tivessem aqueles olhos.

— De fato. — a mais alta deu de ombros, como se não fosse grande coisa — Vou de carro, porque tive uns problemas com o jatinho. Inclusive vou te deixar em casa e já pego estrada. A gente conversa sobre isso depois, ok?

— Tudo bem. Não está chateada com...

— Não, amor. Não estou, mas depois falamos sobre isso. Eu te amo demais, linda. Você é a coisa mais fascinante desse mundo.

Bianca até mesmo se esqueceu do incômodo de saber que a namorada faria uma viagem naquele mesmo dia e se derreteu com as palavras doces proferidas dos lábios carnudos. Os beijou imediatamente, se erguendo nas pontas dos pés para alcançar a boca que tanto desejava.

Se beijaram lentamente, sentindo o toque suave das línguas que tanto se conheciam deslizando uma sobre a outra, sem nem se importarem com o controle. Não se demoraram no beijo, ainda estavam em frente a faculdade e tinham pessoas passando por ali. Deram as mãos e caminharam até o carro branco estacionado.