QUATTRE

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"Existem mulheres que são mais sensitivas às coisas que acontecem com o próprio corpo, já outras só percebem quando a resposta está quase te estapeando na cara

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"Existem mulheres que são mais sensitivas às coisas que acontecem com o próprio corpo, já outras só percebem quando a resposta está quase te estapeando na cara. Quando você tem muitas responsabilidades e seus dias são cheios de compromisso, fica à cargo do seu organismo tentar te informar que tem alguma coisa acontecendo ali. Se você ignora, as coisas tendem a ficar piores."

16 de setembro

Circuito urbano de Marina Bay – Singapura

As luzes de alta resolução iluminavam as ruas como se fosse dia, o asfalto trepidava quando um a um os carros velozes passavam cortando o vento em alta velocidade. A temperatura elevada não era nada agradável, e isso era constatado devido ao público transpirando nas arquibancadas, mas que não deixava de vibrar e acompanhar volta a volta, curva a curva, ultrapassagem a ultrapassagem.

Pior mesmo era para os pilotos, os quais tinham que lidar com o próprio inferno dentro dos cockpits além da pressão corporal e esforço para manter-se concentrado durante as sessenta e uma voltas da corrida.

Não era a toa que aquela era a corrida mais desgastante e difícil de todo o calendário. Qualquer mínima circunstância poderia piorar o bem estar de quem estava dentro do carro, por mais precauções que fossem tomadas. Afinal, o automobilismo, acima de tudo a própria Fórmula 1, era um esporte completamente imprevisível. Tudo podia acontecer.

- Que droga! – Eliza reclama no rádio – Mas, que droga!

- "Garota, sei que estar em décimo não é animador." – Andreas, o seu engenheiro chefe, a responde – "Mas ainda podemos retomar, estamos na metade da corrida.".

Liza engole em seco o bolo que cresce em sua garganta quando ela desacelera rapidamente para fazer a curva acentuada logo atrás da Alpha Tauri de Pierre Gasly.

- Não, não é isso. Tem alguma coisa... – ela grunhe, o estômago revirando. – Esse cheiro, que droga de cheiro é esse que tá impregnado no volante? Tô com ele no nariz desde a largada.

- "Cheiro? Cheiro de quê?" – o homem questiona confuso.

- Parece de álcool, higienizador, produto de limpeza, não sei. – responde ofegante.

- "Seria do esterilizador, que passamos para limpar o carro?".

Liza sente o bolo despontar no final da garganta.

- Isso mesmo. – afirma com a voz sofrida. – Nem o cheiro do meu suor superou o desse negócio. E olha que eu tô ensopada.

- "Sempre passamos esse esterilizador. Você nunca reclamou dele.".

- Meu estômago tá virado. O jantar fica subindo e descendo pela garganta. – ela confessa, mesmo que estivesse atenta ao vácuo que Pierre poderia lhe dar na reta.

RACE IN HEELS 2 - GROWN [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora